Trechos de sentimentos

Esperança

Sou inundado por uma espécie de esperança misteriosa. Uma esperança que mesmo nos temporais de dias chuvosos, me deixa enxergar o sol entre tantas nuvens negras o cobrindo. É algo que me propõem concretude e me rouba a impaciência de tudo que se compõem pelo abstrato. Há sempre o que se esperar. Mesmo quando esperar parece perca de tempo.

Eu sei que um dia de alguma forma eu serei lembrando. Nem que seja pelo legado deixado aos meus filhos. Nos tornamos imortais quando deixamos descendentes, quando deixamos herança de sangue.

Matuto um futuro brilhante à minha espera, um futuro em que eu me encontro realizado. Meus olhos carnais são impedidos de enxergar, meu campo de visão é limitado pelas dificuldades. Mas é aí que entra a parte da esperança, ela reside dentro de mim onde não podem ver. Minha alma transborda "eu acredito".

Capítulos são escritos e reescritos todos os dias. Fomos programados para respirar futuro e viver no presente, mas estamos constantemente mastigando restos que ficaram do passado. As vezes sou tomado pela nostalgia de momentos que vivi, e sinto desejo de revive-los e tentar talvez, quem sabe concerta-los. Sou errante quando penso assim, porque o que foi vivido não poder ter vida outra vez. O que um dia já foi escrito já não pode ser mais apagado, talvez reescrito, mas não terá o mesmo sentindo. Mas também me julgo quando me pego martelando essas ideias... porque é a própria voz da esperança falando que poderia ter sido melhor, que eu poderia ter feito mais.

Sou finito de autoconfiança e infinito de humildade. Sabemos todos do que somos capazes e muitas vezes nos falta discernimento para intendermos o legado da autoconfiança. Quando fazemos uso demais ela passa a ser prepotência, é aí onde entra as ausências de humildade. Onde passamos a pensar que ninguém é digno o bastante a nós. Por isso que prefiro acreditar nas minhas limitações, e depositar cinquenta por cento dos créditos na esperança de ser melhor a cada dia.