Para todas as Estrelas

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  Avistei uma cena ridícula. Duas pessoas se pegando, e tenho quase certeza que se conheceram agora. Sei que pegando é um termo ridículo, mas a cena por si só dizia isso: "Duas pessoas desconhecidas pra todos e pra si mesmos, que se sentiram atraídos e seguiram seu istinto, como se não tivesse ninguém ali." Fiquei realmente enojada com aquilo. Mas não quis dar toda importância, isso não deveria estragar meu dia.

Então, à procura da minha sala, passei pelos dois (quando o beijo já tinha acabado)

Até que senti uma coisa tocar os meus ombros, me virei levemente e o vi, era ele. O garoto do beijo.

—Oi...?

—Peter Thompson. E você?

—Mia, Mia Smith.

—Ah, oi Mia. Não pude deixar de notar que você é nova aqui.

—Sim, e você não?

—Não. Faço segundo ano de Arquitetura.

"AH!" -pensei alto- Eu errei dessa vez, não lembrei da possibilidade deles serem veteranos, e talvez namorados.

—O que disse?

—Nada Peter, prazer. Quem era a garota com você? Desde já, me desculpe, eu não pude deixar de notar.

—Hum... Chloe. É uma colega. Não se preocupe, sou solteiro, à procura de aventuras. Como você me perguntou algo, vou lhe perguntar também. E você Mia, é solteira?

Senti um arrepio na espinha, fazia tempo que não respondia isso.

—Sim, sou solteira. Preciso ir, Peter.

Apressei o passo e fui diretamente até a cantina. Chegando lá eu não pude acreditar no que vi.

Era o Jake. Me aproximei pra ter certeza, mas eu não conseguia algo concreto, por mais que me aproximasse, eu continuava sem saber se era ele. Numa tentativa de conseguir enxergar algo além de tudo aquilo que meu coração gritava, eu me aproximei sorrateiramente, bem perto.

Senti que eu havia feito besteira, mas era tarde. Ele me olhava estranho, os seus olhos já não brilhavam como antes. E o que era pra ser meu recomeço, se foi, dando lugar ao meu passado, dando lugar também ao Jake. Eu não consegui conter a primeira lágrima, ela desceu, deu lugar à segunda, e à terceira... Eu saí andando, e o Jake não fez nada.

Senti algo segurando meu braço, seria o Jake? Será que ele se arrependeu?

Olhei para trás e vi um total desconhecido, um desconhecido maravilhosamente lindo, mas isso não muda os fatos, eu nunca o vi.

Quem era ele pra me segurar desse jeito? Com que direito ele faria isso?

—O que é? -Disse passando a mão no rosto, tentando esconder que estava chorando-

­—Oi, me perdoa se estou "invadindo seu espaço" -ele fez sinal de aspas com os dedos- mas eu notei que está chorando, e, bom... Deve existir uma ótima explicação pra tudo. Pois passar nessa faculdade é um bom motivo pra sorrir o resto do ano. E chorar depois de ver um simples garoto não é o tipo de coisa que merece tirar esse mérito, nem essa felicidade.

—Você deveria cuidar da sua vida, Sr... como é mesmo o seu nome? -Falei irônica-

—Ah, Me chamo Aaron Blake.

—Aaron o quê? -falei surpresa-

—Blake. Por quê...Como é mesmo o seu nome?

—Me chamo Mia. Eu não acredito! Minha mãe falou pra procurar alguém com esse nome aqui, coisa que eu não iria fazer -bufei-você é filho da Margaret, não?

—Sim, como sabe?

—Uma velha amiga da minha mãe. E como ela soube que você viria morar sozinho aqui, cogitou a possibilidade de que você ficasse numa casa nossa. Em consideração a sua mãe, lógico.

—Hum, e você por acaso estaria nessa casa?

_Claro que não -falei com raiva- Elas já acertaram tudo.

—Calma Mia, estou só brincando. Bom, acho que teremos que voltar pra casa juntos, pois não conheço nada de Los Angeles, e vim de avião, logo, estou sem carro ou qualquer automóvel.

—Tenho cara de motorista agora? -nós rimos-

Como hoje é só pra conhecer a faculdade, ficamos conversando e rindo o resto do dia.