"Ou você controla
sua mente ou alguém
controla por você. "A aula de geografia começou há dez minutos e Estiver já estava irritado: Edgar Pavis, o garoto logo atrás dele, estava acertando-o com a ponta da caneta. A vontade que tinha era de quebrar a cara dele, mas pelo físico sedentário do Edgar, ele não aguentaria mas que uns socos.
Sempre se segurava quando o assunto era briga, pois se lembrava das palavras do seu professor de artes: ou você controla sua mente, ou alguém controla por você. Só entendeu essa frase - ou não - dois meses depois de te-la ouvido.
As aulas nunca foram algo que gostasse. Não por serem chatos, mas por ter alunos que fazem piadinhas sobre ele. Tinha que ter paciência, porque descontar toda sua raiva em um único aluno não seria muito agradável e não queria pais nenhum processando o orfanato por causa de filhos em coma.
O sinal tocou indicando o intevalo. Ele saiu da sala o mais depressa o possível, mal arrumando os materiais que desabaram na porta da sala. Lápis, canetas, anotações, livros. Alguns alunos passaram chutando os materias que voaram longe. Alguns rindo e outros apenas observando. Se perguntava o que se passa na cabeça dessas pessoas que vêem e não fazem nada, porém não tinha moral para falar deles, já que nem ele fazia o mesmo.
Uma garota saiu da sala com alguns materiais dele. Ah, que ótimo! Quem sabe ela não joga pela janela. Pensou. A garota chegou mas perto e colocou os materiais na mochila, ainda despojada no chão.
- Eles são uns idiotas. - disse a garota. - Aliás, qual seu nome?
- Estiver... Estiver Green- respondeu surpreso com a atitude da garota. - e o seu?
- Gabriele. - respondeu. - Gabriele Miller.
Nunca fora acostumado com atitudes como essa. Eram raras, por isso sempre se surpreendia. Observou melhor a garota, que parecia fazer o mesmo. Seus cabelos ruivos desciam até sua cintura, seus olhos castanhos o observava, curiosa.
- Já vou indo. Obrigado. - disse Estiver, depois de arrumar tudo.
- Espere. Podemos lanchar juntos.
- Tudo bem. - respondeu sem jeito. Uma garota nunca tratara ele daquela forma. Não sabia o que fazer ou falar. Nunca recebera conselhos sobre isso com ninguém. Eles terminaram de repor os materiais na mochila.
- Por que você não reaje? - Gabriele Perguntou.
- um... - pensou em várias respostas plausíveis, mas só uma lhe pareceu esclarecedora: - Reagir só vai trazer mais problemas. - Ela pareceu chateada com a resposta.
Eles sentaram-se na mesa e comeram juntos salgados e tomaram sucos de caixinhas.
- Me fale sobre você. - Ela perguntou, depois de comer. - Você parece um cara legal.
- Não me acho interessante. Faça perguntas.
Estiver percebeu que, durante toda a conversa, ela não parava me mexer no cabelo. Seus sorrisos curtos pareciam sinceros. Por que ela se aproximou de mim tão de repente? Perguntou a si mesmo. Coragem, Estiver
- posso fazer uma pergunta?
- Claro. - Um sorriso vivo e claro se estampou no seu rosto. Seus olhos castanhos se encheram de brilho. Ela olhou ele atenciosa, talvez, esperando a pergunta.
- Por que... - hesitou por um momento. - É que... nenhuma garota se aproximou de mim assim... um... por que você se aproximou?
Seu sorriso foi substituído por uma expressão espantada e curiosa. Levou a mão ao cabelo e, pelo que parecia a milésima vez, arrumou a franja. Depois de alguns segundos, seu rosto mudou de expressão. Em nenhum momento Estiver tentou mostrar pressa, já que temeu que ela fosse ficar mais triste.
- Eu já disse: você parece ser um cara legal. - seu sorriso voltou ao rosto e ela não parecia mais surpresa. Voltou a mexer na franja e fazer perguntas durante todo o intervalo. Ela não era o tipo de garota com quem se acostumou. Mesmo assim, não baixou a guarda para dizer algo íntimo ou que pudesse ser motivo de gozação.
- você, por acaso, tem namorada? - seu rosto corou mais que antes e ela pareceu se arrepender.
- Não.
- Por quê?
- Um... - não achou respostas para essa pergunta. Pensou um pouco e tentou ser sincero. Ela não vai achar ruim eu falar da Hemily. Pensou. Ela não iria gostar de alguém como eu. Ninguém gosta. - Bom, tem uma garota que eu gosto...
A expressão da Gabriele não poderia ficar pior; Seu sorriso quebrou e sua respiração, Estiver percebeu, estava ofegante. Então, depois de parecer um tomate de tão vermelha, disse com a voz rouca:
- Ah, eu... eu... - ela pareceu querer chorar. - eu queria saber se tem chances de ficar com ela.
- Não... - respondeu triste. - Ela não é diferente das outras.
Gabriele quase se despejou sobre a mesa de pedra. Sua respiração voltou ao normal e parecia mais calma. Estiver, por outro lado, não entendeu nada. Acho que ela é bipolar. Ela muda, consideravelmente, de humor em tempos muito curtos. Pensou. Mas talvez seja um absurdo o que estou dizendo.
O sinal tocou indicando o fim do intervalo. Gabriele suspirou e levantou.
- Vamos, Minhoquinha. - disse rindo. Mas ele não sentiu nehuma graça naquela piada. Fechou a cara e olhou vermelho de raiva para ela. - Desculpa! - Ela quase gritou ao ver a expressão dele. - Não foi piada de mal gosto. Só queria tornar uma coisa ruim em boa. Era só para ser um apelido carinhoso!
Ainda desconfiado, ele levantou sem dizer nada e acompanhou ela até a sala de Artes. Ela não parava de olhar de relance para ele durante todo o percurso. Tomara que não tenha sido por mal mesmo. Ela é muito legal e me trata bem. Não quero brigar com alguém assim. Pensou. Talvez se eu retribuir com outro apelido... mas qual? Pensa, Estiver, pensa... Amiga do Minhoquinha? Meu Deus! Não... Pensou em um apelido durante toda a aula de artes.
- Ei! Sr. Green. - Chamou o professor de Artes. Ele interrompeu os pensamentos e percebeu que ainda nem tirou os materiais da mochila.
- Desculpa... - tirou os materiais e começou a copiar. Depois que o professor virou de volta para o quadro, uma bola de papel voou até sua mesa. Olhou para trás e viu Gabriele acenando. Abriu o envelope:Vamos lá em casa qualquer dia? Meus pais vão viajar durante toda a semana.
Guardou o papel, se virou e disse sim com a cabeça. Nossa! Nunca fui na casa de um amigo! Pensou. Ainda não inventei um apelido... um... lembrou da cor que ela ficou no intervalo. esse deve funcionar.
Pegou uma caneta, reabriu o papel e escreveu.Sim, Tomatinho :3
Jogou o papel na mesa dela. Ela abriu, ficou corada e vermelha ao ler o que está escrito. Um sorriso bobo se estampou em seu rosto.
- Minhoquinha...- Sussurrou. Ainda não se acostumou com o apelido, mas poderia...***************
Olá, pessoal. Eu sei que ainda não tenho muitos leitores, mas queria deixar uma coisa bem claras: a publicação de capítulos terá data aleatória. Caso eu estaja demorando, podem me apressar.
Desculpa qualquer erro ortográfico ou de digitação. Qualquer crítica plausível e/ou construtiva é bem-vinda.Cometem sua opinião e votem se gostaram :3 'té mais.
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Esperanças De Uma Vida
RandomEstiver, um garoto órfão que vive no orfanato Belos Dias. Sonhos e angústias entopem seus pensamentos que tanto o confunde. Amor, sonhos, desilusões. Um destino cruel para uma mente tão jovem