Capítulo 11

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           Oro para que alguém me ajude, qualquer um. Encontro uma barra de ferro perto de uma poça d'água num dos cantos escuros do lugar e sem pensar duas vezes corro até o objeto sem ter a miníma ideia de como usa-lo para me proteger. 

        Caminho lentamente e pronto  estou encurralada. Bato com as costas na parede e ele sorri como um ser do diabo, literalmente. 

         Meu batimentos se aceleram ainda mais se é possível, e em um golpe de sorte ou de muita adrenalina eu giro sob minhas pernas acertando a barra com tudo na cara do filho do demo. 

         Ouço algo como um grunhido mas não de dor, um grunhido de ódio muito, muito ódio. Por algum motivo eu não me vejo mais com tanto medo, pelo contrário até sinto que eu poderia acabar com ele somente com um toque talvez seja só a adrenalina e a loucura. 

        Tento sair de seu agarre, sair de sua vista como me ensinado no Muay Thai mas no momento em que estou prestes a faze-lo sou surpreendida por um chute tão forte no estomago que sou arremessada sobre a poça d'água enquanto gemo de dor, ar me falta nos pulmões e eu faço força tentando respirar. 

        Sinto suas mãos em meu pescoço me erguer como um saco de batatas. 

- Você é ousada gracinha. Isso é excitante mas também é irritante, tenho que confessar que me surpreendeu quando me acertou, achei que seria mais difícil. 

       O filho do demo zomba da minha cara, uma fúria tão grande me enche que é como se eu perdesse o controle do meu corpo para algo muito maior que eu, algo além de mim e tão poderoso que chegava a doer. 

       Bato com a barra de ferro em suas costelas com tanta força que o homem é arremessado contra o container de lixo imundo que estava ali perto. 

       Cacete como eu fiz essa merda?! Me sinto incapaz de me controlar, meu corpo se move por conta própria como se eu fosse possuída por algo maior, me sinto completamente em chamas como se meu corpo flamejasse incontrolavelmente e só consigo assistir tudo de camarote. 

       Eu, meu corpo começa a desferir chutes e socos descontroladamente, enxergo tudo com tanto ódio que poderia botar um tanque a baixo. O homem já estava inconsciente e completamente imundo e ainda assim eu não parava, tentei me puxar por várias vezes. Eu o mataria. 

      Como eu fiz isso?! Sinto-me ser puxada como uma pena e caio com tudo sentindo minhas costelas de estatelarem no chão. 

       Um rosnado involuntário?! Não sei, escapa da minha boca. 

-Quem é você?! - Minha voz sai tão firme, tão autoritária quem nem eu mesma me reconheço. 

- A pergunta certa seria. Quem é você.- Algo estala dentro de mim, sinto uma presença algo forte me sugando para fora e eu anseio por sair como se meu corpo ou o que está preso dentro de mim desejasse a liberdade. Quem sou eu?!

         Repito a pergunta em minha mente, olho para cima novamente e dois olhos flamejantes como fogo me encaram, não como o avermelhada sangue que já me é familiar. Mas como duas tochas inacabáveis e insaciáveis de um fogo flamejante. Uma fome incontrolável por aquilo me toma, uma fome pelo fogo...

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NOAH.

         Há semanas venho me preparando, e preparando Nicole pelo o que necessário. Será um preço alto mas é necessário. 

        Desde que ela nós contou qual a única forma de fazer Andrew virar um homem eu venho procurando jeito inimagináveis de contar a ele que estamos de partida. Eu amo meu filho, embora sempre fui e sempre serei esse cabeça dura que não demonstra como deveria, eu só não quero que ele seja um fraco. 

      Eu preciso manter a paz e para isso ele precisa ser forte, ele tem que assumir a alcateia e quando o fizer se não for forte o bastante guerras serão travadas pelo direito de alfa. Eu não posso permitir que ele seja morto por um título ou por eu não ter feito dele um homem de verdade. 

       Andrew é forte e audacioso assim como eu na sua idade, ele me enche de orgulho embora ele não saiba eu ainda os amo, e ainda os protegerei seja qual for o preço a se pagar

       Eu devo a ele tudo isso por não ter feito certo com sua irmã. Meu coração ainda dói quando falo dela... minha princesa. Eu realmente prefiro nem pensar, prefiro não viver porque dói demais para reviver todos os dias a todo momento. 

- É hoje minha luna, sei o quanto isso dói mas não dá mais para esperar com explicação ou não. Partiremos atrás dela hoje

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NICOLE. 

        Ainda não acredito que deixarei meu menino aqui, sozinho. Sei que é necessário mas nem sempre é o certo a se fazer, Andrew nunca respondeu bem a responsabilidades ou a qualquer tipo de pressão. Porque é que eu deveria acreditar que daria certo agora?! 

      Fiz algumas decisões durante essas semanas que tenho estado excessivamente perto e longe dele, eu precisava me despedir. Sei que ele irá amar inicialmente toda a ideia mas conhecendo meu filho como conheço, logo ele colocará a carranca do pai quando souber dá real intenção. 

      Ainda não estou certa quanto a isso, será que posso ou até mesmo consigo ficar um dia sem ver minha menina?! E se eu não conseguir?! 

       Eu preciso conseguir, não estou em negação... ou estou?! Seria isso só amor ou proteção maternal?! Eu não sei o que é, nem de onde vem... Eu só sei que eu sinto, eu sinto como se ela não estivesse morta, sinto como se eu fosse puxada para perto dela para a vida que pulsa fraca mas pulsa no corpo desfalecida e lindo da minha menininha. 

       Pode ser loucura, na verdade é loucura mas eu sei, eu sinto Daenerys não está morta ela nunca esteve. 


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