A festa de confraternização - Parte 2

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Continuação:

Vieram mil pensamentos em minha cabeça, positivos, bons. Porém ela pareceu não estar nem aí para mim, estava fria comigo. Se olhou no espelho durante um tempo e pediu que eu esperasse ela, esperei e fiquei admirando-a.

Saímos do banheiro e não fiz questão nenhuma de disfarçar minha frustração por não ter rolado nada. A festa para mim já estava chata, afinal já tinha comido e testado se iria rolar algo com Wendy.

Eu me senti uma completa idiota por ter ficado abalada por ela não me dar moral. Respirei fundo e fui dançar até o chão para relaxar. Depois de um tempo o salão foi ficando vazio, foram se formando pequenos grupos, e eu queria ir embora, mas quando se está dependendo de carona aí é bem diferente.

Fui para o lado de fora conversar com uns amigos e fomos caminhar, porém Eunice chamou Wendy para um canto, sussurrou e indicou sobre atrás do salão. Juntei 1 com 1 e "pah", pronto, ela iria ficar com ele. Quando falo ele, me refiro ao Marcelo do 2° ano. Eu não queria me importar tanto e cuidar dela como eu cuido, mas não consigo, observei olhares e conversas suspeitas alguns dias antes da confraternização.

Minhas pernas tremeram e senti uma pontada no peito ao pensar isso, quando vi elas conversando parei de prestar atenção nos meus amigos, como se o mundo tivesse parado, eu pudesse ouvir as pessoas ao meu redor, entretanto eu estivesse invisível.

Eu só queria sair daquele lugar naquele momento. Voltando ao mundo, um amigo viu que não estava nada bem então perguntou o que eu tinha. Apenas respondi que queria caminhar para mais longe. Fomos mais distante, a vontade de chorar era enorme, mas não queria me rebaixar tanto assim, ela não merecia nem se quer uma lágrima minha.

Em torno de 30 minutos passados, resolvemos retornar à frente do salão, quando voltamos uns amigos nossos estavam comentando sobre o que estava acontecendo atrás do salão, olhavam, apontavam e faziam cara de reprovação com o que estavam vendo.

Eu já sabia do que se tratava, não quis me aproximar e ver aquela cena, meu coração já estava doendo demais. Eu apenas chamei Leandro e pedi quando ele iria embora, pois ele era a minha carona. Ele respondeu que já iria ligar para seu pai.

Pronto. Pai do Leo viria por volta de 30 minutos depois. Meu Deus me dê forças. Enganchei em um amigo e o puxei para irmos caminhar nos afastando daquele lugar.

Cada passo me dava mais vontade de chorar, comecei a pensar no dia em que nos conhecêmos e quando dei por mim, as lágrimas já rolavam dos meus olhos. Diana que estava esperando seu pai buscá-la apenas olhou e me deu um abraço.

Eu poderia muito bem dizer que foi um abraço que juntou todos meus cacos, mas infelizmente os cacos, as dores, o sofrimento e a angústia eram muitos. Quando o pai do Leo chegou enxuguei minhas lágrimas e entrei no carro.

Leandro começou a comentar comigo sobre o que viu atrás do salão, eu estava puta da vida, uma mistura de sentimentos e  emoções, logo comentei sobre a cena despejando palavras carregadas de mágoa, rancor, amor doído e imensa tristeza. Leandro me olhou com os olhos arregalados perguntando se eu estava bem. Minha vontade era contar de uma vez o que tanto ela fazia questão de esconder de tudo e todos.

Respirei fundo, e apenas respondi que sim estava bem. Quando cheguei em casa ele me chamou no whatsapp e perguntou o porquê do meu exagerado abalamento diante daquela cena.

Eu li e reli várias vezes o que ele havia perguntado. Respondi que apenas estava indignada com o modo da Wendy viver, ficar com Deus e o mundo uma hora ou outra iriam ter graves consequências.

Disse todos que ela já havia ficado da escola, porém não iria dar o nome de uma pessoa(eu). Ele implorou para que eu falasse, mas recusei. Questinou se por acaso não era eu, logo declarei que não.

Leandro seria a última pessoa que eu confiaria contar algo assim. Nossa amizade de 10 anos ainda não era o suficiente para eu compartilhar sobre esses fatos.

Dei boa noite para ele e já iria dormir, quando recebo uma nova mensagem. Era ela. Wendy:

-- Ooi

-- Oi

-- Tá bem?

De forma alguma eu iria falar a verdade. "Ahh não, tô arrasada por você ter ficado com ele, o Marcelo poh. Não poderia ter sido com alguém melhorzinho não?".

-- Tô e vc?

-- Tb, e vc não tá bem. O que aconteceu?

Ai ai ai, vontade de dar na cara dela. Estava mais que evidente o que tinha acontecido para meu estado de "bad ialidade".

-- Nada.

-- Anne, sinceridade por favor.

-- Nada a declarar. Não quero te julgar e nem nada. Faz o que você quiser da tua vida.

-- Pode falar o que você está sentindo, o que acha, põe pra fora. Pra mim tua opinião é de grande importância.

-- Melhor não. Vou dormir boa noite.

Nem mandei beijo, já beijou que chega na festa com aquele Marcelo do 2°.

--------------------GENTE----------------------

Espero que tenham gostado. Votem e comentem o que estão achando da história. Bjs de luz!! ♥♥♥

O Que Os Olhos Veem O Coração Também SenteOnde histórias criam vida. Descubra agora