Capítulo 2

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   Aparentemente está próximo das 13h, o tempo está se fechando um pouco. Cheguei faz uns trinta minutos e a cada minuto mais pessoas chegam. Que tipo de paciência os treinadores devem ter? Uau... Deve ter quantos aqui? Talvez umas quinhentas pessoas seja um número modesto, mas é um pouco mais do que isso. O mais divertido é que aqui estão as pessoas de diversas partes do Coban. Estou ansioso para ouvir suas histórias, construir amizades. Eu mal consigo acreditar que estou aqui. Poder seguir os passos de meu pai me deixa orgulhoso de mim mesmo, apesar de tudo ser bem perigoso daqui pra frente. O evento começa às 14h, então tenho uma hora ainda. Acho que vou procurar conversar com alguém.

3 minutos depois...

Aquele cara parece um pouco... diferente. Ele está sentado na mesma posição desde que cheguei. Será que ele está bem?

"Com licença?" eu disse à ele. Ele levantou a cabeça na minha direção, e abriu os olhos lentamente, como se acordasse de um sono profundo.

"Ah!" ele gritou e deu um pulo, logo após seu olho ficar completamente aberto. "M-me desculpe! Estou te atrapalhando em alguma coisa? Eu acabei meditando muito e..."

Comecei a rir. Tenho que admitir que meu senso de humor é facilmente alcançado, e sua reação com sua cara de susto realmente foi muito inesperado. Então eu o interrompi: "Hahaha, acalme-se! Eu só vim pra ver se você estava bem. Desde que eu cheguei você estava aí, sentadão, concentrado, aí eu fiquei curioso. Desculpe por interromper sua meditação.". Após dito isso, ele parecia aliviado e me soltou um sorriso.

"Eu realmente fiquei tempo demais aqui. Você viu uma bolsa de couro marrom ao meu lado?" ele me perguntou, e eu mexi a cabeça dizendo que não. Ele olhou pros lados, procurou, porém não achou. Ficou com a cabeça baixa, soltou um suspiro e me perguntou: "Eu sei que é chato isso que eu vou te perguntar, mas você teria algo pra comer? Não comi nada desde ontem, quando cheguei aqui...". Subitamente, eu sentei ao lado dele e o dei um pão, e peguei um para mim também. Também tirei de minha mochila alguns pedaços de queijo, amoras e algumas uvas. Ele ficou extremamente feliz ao ver toda essa comida compartilhada com ele e eu o soltei um sorriso.

"Qual o seu nome?" perguntei à ele.

"Meu nome é Romm! Eu venho de um vilarejo independente, ao sul do Vento. É um prazer conhecê-lo. E você, como se chama?"

"Me chamo Uzari e venho de Hemmencia, capital do Água. O prazer é meu, Romm!"

Conversamos até faltar cinco minutos para o início da introdução aos Aprendizes. Um jovem todo suado chegou atrás de mim, atrasado pelo visto. Ele veio correndo desde quando meus olhos o viram pela primeira vez e ele realmente fez um trajeto longo em pouco tempo. Pelo jeito, a concorrência não vai ser muito fácil...

O VigilanteOnde histórias criam vida. Descubra agora