Cap.6

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Depois de mais uma ótima semana na escola, finalmente sexta-feira!

Eu e Igor chegamos em casa, almoçamos e sentamos no sofá, quando o telefone toca.

-Alô?
-Oi filha, é a mamãe.
-Ah, oi.
- Arruma uma mochila com as suas coisas de praia pra 4 dias. Vamos pra Angra dos Reis 18:00, com a família do enzo.
-Mas a senhora só me avisa agora? e o Igor?
-Arruma ele também, 18:00 enzo vai te buscar, beijo!
-Mas mãe...

Desligou na minha cara? Ok.

São 14:00 horas da tarde, tenho que fazer várias coisas e o Enzo nem pra me avisar que vamos sair.

Peguei uma bolsa bem grande da nike, coloquei roupas minhas e do Igor.

Fui dormir um pouco pra poder descansar.

Estava em um ótimo sono quando alguém resolve me ligar

-Que foi merda?
-Te acordei filha?
-Pai, desculpa. Nem vi que era você...
-Tudo bem meu amor. Só liguei pra lembrar que faltam 10 minutos pra gente ir
-Ir? O que? Nem me arrumei!
-Se ajeita aí porque temos horário, beijos.
-Beijo.

Corri pro banho e rapidamente  terminei. Coloquei a roupa, calcei o tênis (foto na mídia)

Peguei na mão do Igor e fui pro elevador. Olhei o celular e Enzo estava me ligando.

-Tô descendo, espera
-Tô aqui a 40 anos, sua idiota.
- Se reclamar nem desço
-Tá, vem logo.

Sai do prédio e o Enzo estava encostado no carro, mais lindo impossível. De bermuda e chinelo, boné pra trás e só, enquanto estou toda arrumada. Mas que ele tá lindo...

-Finalmente! - ele disse irritado
- Para, já cheguei. Abri a porta de trás, coloquei Igor na cadeirinha e fui pra frente.

30 minutos depois dentro do carro, ele não tinha trocado uma palavra comigo. O que eu fiz?
Fiz uns snaps, chequei o instagram e fiz de tudo pra tirar o tédio... mas só queria que ele falasse comigo.

-Você tem mesmo que ir igual a um mendigo? É que sei lá né, eu estou toda arrumada e você de chinelo, sem condições.

-É mesmo, você ta feio. - Igor gritou.

-Obrigado pelo amor gente, agradecido. Mas eu estou confortável assim e nem vou sair daqui mesmo.

-Tá bom então...

-Falta muito? - Igor disse bocejando
-Falta sim, pode dormir se quiser.
-Então tá.

Igor virou a cabeça pro lado, piscou de leve e dormiu.

-Então atena...
-Oi Enzo...
-Por quê você fugiu de mim aquele dia na festa quando a gente falou sobre seus pais?
-É uma coisa muito complicada e eu não gosto de falar sobre isso...
- Cara, temos 3 semanas de convivência e você já sabe que pode contar comigo. Tudo bem que a gente briga quase que o dia todo, mas pode confiar, poxa.
- Promete não contar pra ninguém?
-Prometo.

-Então... Eu sou tão chata assim porque eu tento ser o mais dura possível.
-E o que isso tem a ver com seus pais?
-Exatamente por causa deles, eu não abaixo a guarda, medo de me abandonarem de novo.
-Mas você fala tão bem deles, o que fizeram?
-Não eles, Enzo.
-Pera aí... você tá dizendo que é...?
-É, eu sou adotada. -Abaixei a cabeça
-Explica.
-Bom, minha mãe, a que era Índia, viajou pra fora do país pra dançar, com uma companhia de ballet. Lá nesse país ela conheceu meu pai, o Holandês. Ele já era mais velho, sendo que isso não impediu deles se amarem e tal.
-E o que tem de errado nisso?

- Eles começaram a se relacionar, e aí minha mãe descobriu que tava grávida. Contou pra ele e ele simplesmente disse que ela estava maluca, que ela era mulher da vida e que certamente o filho não era dele, que era casado e jamais daria esse desgosto pra esposa dele. Sumiu durante um tempo, e voltou quando eu tinha 3 anos.
- Então você lembra dele? E por que foi adotada?
- Eu não lembro muito bem, mas lembro da minha mãe. e continuando, minha mãe ameaçou contar pra esposa dele se ele não me aceitasse como filha. Aí que entra a pior parte da minha vida. Em um dia que minha mãe estava se apresentando, ele me levou dizendo que ia brincar comigo na casa dele, e que ia me dar brinquedos novos. Como criança eu nem liguei, só fui. Chegando lá ele me entregou na mão de uma mulher. O resto você ja sabe.
-Você veio pra cá com ela, e ela te colocou em um orfanato?
-É, e quando eu fiz 5 anos o Celso apareceu, e depois de alguns meses me adotou.
- Cara, eu não sei se consigo ouvir isso de uma forma tão normal... - Ele disse boquiaberto.

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