CAPÍTULO 10

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     Dias se passaram, e eu não conseguia para de pensar no Enzo. Das conversas que tivemos, e de várias outra coisas que passamos no trabalho. Mais enfim, quero apenas esquecer. Não é fácil já que ele era meu amigo, mais fazer o que as aparências enganam. Ele mesmo dissera na casa dele.

    Então eu e Miguel marcamos o dia do nosso casamento, para o dia dois de abril. Estava quase chegando, faltava pouco para o fim do mês. As portas da lanchonete se abriu, depois de duas semanas fechada. Seu Antônio veio em minha direção com uma garota morena, cabelo cacheados e olhos verdes. Simplesmente uma deusa, como ela era linda!

-Júlia, quero te apresentar a nova funcionária da lanchonete . - disse seu Antônio,  sorrindo e continuou . - Vou deixar vocês se conhecerem, Júlia vou ali no mercado. Mostre tudo pra ela, e não esqueça dos uniformes . - e saiu da lanchonete acenando com a mão.

-Ele acha que eu me esqueço de tudo. É... como você se chama? . - quis saber, ela me fitou rindo.

-Aaa! Foi mal mulher, sou Brenda. É um prazer conhecer você,  Júlia . - disse meio desajeitada,  eu ri. Ela parecia ser uma boa colega de trabalho.

-Tá... bom . - falei ainda, rindo sem jeito.

-Por onde começo?

-Pelo uniforme . - corremos até o banheiro, nós nos trocamos em silêncio e fomos para a cozinha.

-Não se preocupe Júlia, que eu sei me cuida. Já trabalhei com isso antes . - disse Brenda, percebendo minha expressão de preocupação.

-Tá, vou arrumar as mesas antes que os clientes cheguem . - fui para fora da lanchonete ajeitar algumas mesas.

-Já está aberta? . - eu ri, era Miguel. Ele vestia uma bermuda quadriculada, com uma camisa azul bebê, e calçava um chinelo.

-Já, mais como você é um cliente vip. Vou preparar uma mesa exclusiva pra você . - ele riu, e me deu um longo beijo.

-Tá, mais só se você ficar comigo.

-Eu não posso! . - ele me agarrou no meio da lanchonete e me deu outro beijo. Eu não conseguia, resistir. Eu não podia resistir o irresistível, e claro que também não conseguiria, porque o seu cheiro incomum, porque até nisso ele era diferente de todos os homens. Miguel, tinha um jeito de me fazer única e desejada por ele. Eu sempre via os homens tratar as mulheres como uma qualquer. Na minha opinião cada mulher tem o seu valor, e não é pra qualquer homem que merece isso. Cada qual tem que se dá o valor, pra poder merecer o mais alto valor da vida, que é o amor. Levei Miguel para a mesa, e ele logo sentou.

-Então senhor Miguel, o que deseja? . - ele me fitou rindo.

-O que você me sugere?

-Uma coxinha com um suco de goiaba, e um rocambole?

-Acho que vou, querer isso! . - nós rimos, e nos beijamos. Fui para o balcão e dei o pedido pra Brenda. Depois de um tempo ela veio com o lanche, e fui até Miguel deixar. Nós conversamos um pouco, e depois de um tempo ele foi embora. Fui para o balcão, brenda veio em minha direção rindo.

-Iai! Quem era aquele gato? . - eu ri, e fitei ela furiosa.

-Meu noivo! . - ela olhou para a porta e depois me fitou.

-Desculpa Jú, não queria ter dito isso. Foi só uma brincadeira, mulher . - disse Brenda, e então ela voltou para a cozinha. Horas se passaram, sair da lanchonete e fui direto para o mercado. Estava com saudade de comer sorvete, e também do meu pai. Paguei o sorvete e fui para a antiga casa que eu morava com os meus pais, ficava na mesma rua do mercado. Fui para a porta, e bati duas vezes, escutei passos e a porta se abriu. Era uma mulher morena, cabelos longos e olhos claros. Ela devia ter uns quarenta anos, deduzir pela pele enrugada. Ela deu um sorriso e disse.

-Olá, boa noite. Gostaria de falar com quem?

-Oi, boa noite. Eu apenas queria vê a casa. Pode ser? . - ela me fitou sem entender.

-Pode entrar . - e deu passagem para que eu pudesse entrar e continuou . - Posso saber como você se chama?

-Sou Júlia, e você como se chama? . - falei curiosa.

-Ah! Sou Beatriz. Me diga, o que você veio fazer aqui? . - disse a senhora Beatriz, falei toda a historia pra ela. Ela entendeu e me deixou sozinha na casa, que um dia já foi dos meus pais. Eu chorei, ao lembrar dos momentos que eu passei com eles. Dos beijos que meu pai dava na minha mãe, das brincadeiras e jantares em família. E sentir falta dos braços deles quentes e também confortável, do cheiro da minha mãe que me levava as nuvens. Das gargalhdas do meu pai, e do jeito que ele brigava comigo e de várias outras coisas. Quando dei por mim, estava chorando. E não de tristeza, mais de saudade. Como eles me fazia falta, do amor deles um pelo outro e do carinhos que eles trocavam, eles eram tão apaixonados. E nunca vou esquecer do que o meu pai dissera: "Júlia, espero que um dia você encontre um homem que te ame, como eu amo sua mãe. E por mais que aconteça brigas, isso não vai importar por que o amor vence todas as barreiras.  Te amo Júlia, nunca esqueça disso . "  - Eu tinha oito anos quando ele me disse isso, e só apenas concordei. E queria que eles conhecesse Miguel, e queria dizer ao meu pai que encontrei o homem certo. Ele ao certo, ficaria muito feliz. Então decide ia ao meu antigo quarto, e me emocinei. Ele estava do mesmo jeito, eu não entendia o porque. Mais resolvi olhar as minhas coisas, tinha vários pôsteres de cantores. E vir que a cama não era a mesma, já que a minha era antiga. Dei várias voltas no quarto, e deitei na cama. Depois de um tempo adomeci e apenas sonhei com os meus pais. E acordei com uma voz me chamando.

-Ei, moça . - era uma menina, loira, e de olhos claros.

-Oi, princesinha . - ela riu, e acho que ela gostou do que eu havia lhe chamado.

-É.. o que você está fazendo no meu quarto?  . - ela me olhou confusa.

-Ah! Desculpa foi que eu adormeci. Posso saber como essa princesinha linda se chama?

-Alice, e você como se chama?

-Sou Júlia, Alice no país das maravilhas . - ela deu uma gargalhada gostosa de se ouvir e continuei . - Quantos anos você tem Alice?

-Tenho cinco, e você quantos anos tem?  - eu ri, ela era muito esperta e inteligente.

-Vinte e três . - ela me fitou rindo, quando escutei alguém bater a porta.

-Acho que é o meu papai . - ela correu para abrir a porta, vi um homem loiro de olhos claros, Alice parecia com ele. Ele pegou ela no colo e depositou um beijo em sua bochecha, ela riu.

-Papai essa aqui é minha nova amiguinha, o nome dela é Júlia . - eles vieram em minha direção,  e o pai de Alice estendeu a mão e disse.

-Sou Marcos . - ele deu um sorriso, que quase caio no chão. 

-Oi, eu tenho que ir. Foi um prazer conhecer vocês . -depositei um beijo na bochecha de Alice, quando ia sair do quarto Marcos me segurou gentilmente.

-O prazer foi tudo meu, Júlia . - eu o fitei sem entender, me despedir deles e fui direto para casa. Quando entro me deparo com o Arthur, ele estava feliz. O que ele queria comigo? O que eu fiz pra merecer isso? Já bastava Enzo, Marcos e agora Arthur de novo.  Eu já estava cansada disso, eu só quero viver minha vida com o homem que eu amo, e poder está feliz com Miguel.

Te Amarei Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora