Só uma menina

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À noite, Jheny acordou e resolveu beber um copo d'agua. Quando já estava na cozinha ouviu um barulho forçando a porta, rapidamente pegou dois facões que estavam ao seu lado e foi andando bem devagar em direção a pessoa.
-Calma aí menina, sou eu, o Spark.
Já abaixando os facões ela disse:
-Caramba Spark, que susto você me deu. Não vi que não estava em seu colchão.
-É, não estava conseguindo dormir e fui dar uma volta de moto.
-Entendi.
-E você, o que tá fazendo acordada?
-Perdi o sono e desci para beber água.
-Ah tá, mas tá tudo bem? Quero dizer, acho que não ficou muito contente em lembrar do seu passado, dos seus motivos.
-Eu sempre lembro do meu passado Spark, dos meus motivos. Todos os dias eu tenho pesadelos, vejo meus pais sendo assassinados, quando na verdade nunca vi isso acontecer. E quando acordo, vejo que não os tenho mais aqui comigo, e essa é a pior dor que alguém pode sentir. -Jheny disse com uma lágrima.
-Eu sinto muito. -Afirmou Spark
-E eu ainda mais. Só eu sei o quanto meus pais eram bons, o quanto o coração e a alma deles eram puros, então eu sei que eles estão em um lugar muito melhor. Só que dói, dói muito não ter eles aqui, aliás, não ter ninguém.
-Você tem a gente agora. -Disse Spark.
Jheny sorriu e falou:
-Obrigada, de verdade.
Spark sorriu e ficou muito surpreso quando foi abraçado por Jheny.
-Boa noite, Spark!
Jheny subiu rapidamente as escadas, e Spark ficou ali, parado no meio daquela sala. Sem reação, surpreso por aquele gesto tão bonito, humano e natural que Jheny tinha tido com ele. E viu naquele instante, que aquela menina tão sofrida ainda sabia fazer uma coisa tão em falta hoje em dia, amar ao próximo.
Pela manhã Jheny foi a última a acordar.
-Até que fim Bela Adormecida. -Joe brincou.
Jheny riu e Spark disse:
-Deixa ela Joe.
-Tá defendendo a nova hóspede?-Disse Cliver em tom de zoação.
O pessoal riu e Spark completou:
-Brincadeiras à parte pessoal, vamos começar a trabalhar. Bom, o FBI nos deu algumas informações, mas precisamos de mais, precisamos de tudo.
-Entendemos. -Disse Max.
-Então vamos lá...Jheny, procura tudo o que puder na internet, Joe e Cliver vão procurar alguns lugares que eles frequentam. Max e eu vamos pegar mais armas e procurar uns fornecedores. É isso, vamos lá equipe 007! -Disse Spark.
-Cuidado, pessoal! -Disse Jheny.
Quatro horas depois eles voltaram para casa. Tinham marcado um ponto de encontro para que todos chegassem juntos. -Vocês demoraram. -Disse Jheny
-É que não é fácil princesa, não ficamos só aí no computador. -Joe disse.
-Olha só Joe, se você tá nervoso, eu não tenho nada a ver com isso, então não venha descontar em mim.
-Joe! Spark disse furioso.
-Foi mal, desculpe!
-Tá, vamos deixar isso pra lá. -Disse Jheny.
-O que conseguiu, Jheny? -Indagou Spark.
-Nada, dá para ver que não são amadores. E vocês?
-Nós ficamos sabendo que hoje terá uma festa, em que um dos integrantes estará. Ele é peixe pequeno, mas acho q já vai ser alguma coisa. O nome dele é Paulo. -Disse Cliver.
-Ótimo! -Disse Spark, que em seguida continuou: -Não dá pra nós cinco entrar, vamos chamar muita atenção.
-Eu vou! -Disse Spark.
-Não, eu vou! -Interrompeu Jheny.
Todos a olharam, e Max disse:
-O quê?
-É isso mesmo, eu vou. Vai ser mais fácil, sou mulher, faço charme para ele, saio dali e dou algo para ele dormir.
-Nada disso! É muito perigoso. -Max disse.
-Não tô te pedindo autorização Max, estamos trabalhando, se arriscar faz parte.
-Spark, fala com ela!
-Ela tem razão Max, vai ser mais fácil.
Mesmo insatisfeito Max aceitou, mas disse:
-Estará com escutas, e armada.
-Não posso entrar com escutas e nem armada, o detector vai acusar.
-É verdade, sem armas. As escutas dará certo, parecem brincos. -Respondeu Max.
-Então estamos acertados. -Disse Spark.
-Preciso de um vestido, mas não dá para ir ao Shopping, e ainda voltar para me arrumar.
-Tudo bem, vai se arrumando que vamos lá comprar. -Joe disse.
Todos olharam para a cara dele e Jheny disse:
-Vocês?
-Claro, porque não? -Ele perguntou.
-Ok! -Ela disse rindo.
Quando eles estavam saindo, Jheny gritou:
-Vermelho!
-O quê? -Perguntou Max.
-Eu gosto de vermelho.
Eles saíram e ela foi tomar banho. Lá no shopping os quatro tentavam comprar um vestido. Decidiram entrar em uma loja e começaram a olhar tudo.
-Anda galera, temos que escolher logo. -Disse Joe.
-Espera, ninguém mandou você falar que escolheríamos o vestido. -Respondeu Cliver.
-Ué gente, não tinha como a garota vir.
A vendedora chegou interrompendo:
-Precisam de ajuda?
-Estamos atrás de um vestido de festa. -Disse Cliver
-Ok senhor, como ela é?
Cliver olhou para o resto da equipe e Spark respondeu:
-Ela é magra, tem cabelos compridos e loiro e deve ter 1,70.
-Preferência de cor?
-Vermelho, ela disse que gosta de vermelho. -Max disse.
-Já sei exatamente o que trazer.
Logo depois, eles pagaram e foram embora. Já maquiada e penteada, Jheny saiu do quarto e viu o vestido em cima do colchão. Ele era lindo, vermelho, comprido, com fenda e decote V.
Todos a esperavam na sala quando, de repente, ela vem linda, descendo as escadas.
-Ual! -Disse Spark
-Tô bonita?
-Tá linda! -Os quatro disseram juntos.
Jheny riu e disse:
-Obrigada meninos! Ah, e eu adorei o vestido.
-Ficou muito bem em você magricelinha! -Disse Joe.
Jhenny sorriu e continuou:
-Vamos, já estou atrasada.
Chegando lá Joe e Cliver começaram uma briga perto do portão principal, e enquanto isso, Max e Spark ajudavam Jheny a pular o muro.
-Boa sorte menina! -Disse Spark.
-Obrigada! Até daqui a pouco.
-Se cuida Jheny! -Disse Max.
-Vocês também.
Jheny conseguiu entrar e com muita agilidade avistou Paulo, já que Cliver e joe tinha conseguido uma foto dele. Não demorou muito e Paulo viu Jheny.
-Boa noite, senhorita!
-Boa noite! -Respondeu Jheny com um sorriso simpático.
-É a mulher mais bonita da festa, sabia?
-huuum, galanteador! -Ela ria enquanto falava.
-Tá sozinha?
Ela levantou a taça e respondeu:
-Não, tô acompanhada desse vinho branco maravilhoso. -Jheny disse com um sorriso sedutor.
-Gostei, tem senso de humor.
-Prazer, me chamo Jheny.
-O prazer é meu, Jheny. Me chamo Paulo, que tal irmos para um local mais reservado?
-Sua casa?
-Pode ser, tenho certeza que você vai adorar.
-Eu não tenho dúvidas disso.
A Equipe 007 ouvia tudo do carro.
-Ual! Ela é boa nisso. -Disse Joe.
--É mesmo. -Concordou Spark.
Quando Jheny e Paulo saíram pela porta principal, o detector soou um alarme, Paulo a olhou imediatamente e ela disse:
-São meus brincos, tem metal e diamantes.
Retirou os brincos, mostrou para os seguranças, e conseguiu passar.
A equipe os seguiu até chegar a mansão, e ficaram dentro do carro ali por perto. Já dentro da mansão Jheny e Paulo conversavam no sofá.
-Nunca te vi por aqui Jheny, conheço bastante gente e uma mulher como você não passaria despercebida.
-É que moro no Brasil há dez anos, desde criança.
-Entendi.
-Você tem uma bela casa, Paulo. O que faz da vida?
-Atuo no mundo dos negócios.
-Que tipo de negócios?
-Ah amor, vamos parar de falar. -Disse Paulo se aproximando de Jheny.
-Verdade, temos coisa melhor para fazer.
Começaram a se beijar e em seguida Jheny disse:
-Prepara a banheira pra gente, enquanto isso faço um drink.
-Boa ideia!
Assim que Paulo subiu, Jheny começou a procurar o escritório. Encontrou e foi direto para o computador. Jheny sabia que teria de ser rápida, sendo assim, preferiu hackear o computador. Sem ela perceber, Paulo chega e a pega escafuxando seus arquivos, mas ele não ver que Jheny estava com um dispositivo hackeador.
-O que você tá fazendo? Quem te deu permissão para invadir meu escritório? -Perguntou Paulo exaltado.
Do lado de fora os meninos ouviam tudo:
-Caramba! Ele pegou ela. -Disse Joe.
-calma Joe, deixa a gente ouvir. -Respondeu Cliver.
Jheny não sabia o que responder, e Paulo já foi pra cima dela:
-Vagabunda! Vou te ensinar a não mexer nas minhas coisas.
Paulo foi para dar um golpe nela, Jheny se defendeu e rapidamente revidou. Ele era muito mais forte e alto, só que ela era muito mais ágil e tinha lá a sua força. Jheny conseguiu uma certa vantagem na luta, o derrubou e saiu de lá.
-Aee magrelinha, mandou bem. E saiu só com esse machucadinho na boca. -Joe disse rindo.
Jheny riu e falou:
-Consegui, o dispositivo já está lá no computador dele.
-Mandou bem, menina. -Comentou Spark.
Max a olhou e não disse nada, deu apenas um sorriso como se falasse: " Ela é boa no que faz. " E aquilo significou muito para Jheny, mais do que ele imaginava.
À noite, enquanto todos dormiam, Spark trabalhava. Ele tentava tirar todas as informações necessárias do computador de Paulo.

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