Equipe 007

A dor

      Certa noite todos estavam na cozinha comendo pizza e se divertindo, quando de repente vários homens entraram atirando pela porta principal. A equipe rapidamente se  posicionou pegando as armas que ficavam num encaixe embaixo da mesa. Atiraram para tentar se defender, mas depois de trocarem alguns tiros, tiveram que sair pela porta dos fundos e ir embora.
-O que foi aquilo?  Eles estavam com sangue nos olhos. - Disse Cliver.
-Descobriram onde moramos. Vocês viram o Paulo lá? - Disse Spark.
-Vimos. Agora temos que ir com tudo pra cima deles. -Disse Max.
-E quando vai ser? -Indagou Jheny.
-O mais rápido possível. Temos só que se planejar melhor. Agora vamos dormir, amanhã teremos um dia cheio. -Finalizou Spark.
      Passaram a noite em um hotel ali perto, e pela manhã voltaram a casa que moravam para buscar algumas roupas e armas escondidas. O resto do dia eles ficaram planejando como seria tudo, e na hora de dormir Max e Jheny conversavam na cama:
-Amanhã vai ser um longo dia. - Disse Jheny.
-Aham, vai! - Disse Max que em seguida continuou: - Fiquei pensando naquilo que você me disse naquele dia.
-O quê?
-Que não dar pra se fechar para a vida, que eu tenho que me permitir a viver.
-Ai meu amor, você não sabe o quanto eu fico feliz em ouvir isso.
-Você é tão especial pra mim, Jheny. É tão nova, mas tão madura; É tão forte, mas também tão frágil; Já sofreu tanto, e ainda assim consegue ser tão doce; É tão guerreira! Como não se apaixonar?
      Jheny estava sorrindo com os olhos cheios d'agua. E Max continuou:
-Nos conhecemos a tão pouco tempo, acho que pouco mais de um mês, e estamos juntos a quase uma semana. O engraçado é que você já mudou tanta coisa em mim, sou uma pessoa melhor quando estou com você.
-Você é tudo pra mim, Max. É tudo que eu sempre quis, tudo que eu sempre sonhei. Você, o Spark, o Joe e o Cliver são a minha família, e eu os amo muito. Nós dois temos tantas coisas bonitas pra viver ainda.
-É, temos mesmo. Podemos viajar o mundo depois dessa missão.
      Ela sorriu e perguntou:
-Sério?
-Claro Jheny, eu quero tudo com você. Eu tava pensando, e se a gente casasse?
-O quê? - Jheny perguntou surpresa.
-Isso mesmo, podíamos casar aqui antes de viajar.
-Nossa! Eu não estava esperando. -Isso é um não?
-Claro que não meu amor, eu quero, quero muito casar com você. Podia ser naquela prainha aqui perto.
      Ele sorriu e falou:
-É, podia mesmo.
      Ficaram horas fazendo planos, para onde iriam viajar, quanto tempo ficariam fora, como seria o casamento.
      Pela manhã todos já estavam de pé, e Spark conversava com eles.
-Essa talvez seja a missão mais difícil de nossas vidas, mas eis o nosso lema: Tentar e não desistir. Então vamos lá, tomem cuidado!
      Todos bateram no peito e disseram:
-Tentar e não desistir!
      Chegaram a um terreno abandonado perto de uma antiga fábrica de sapatos, pois descobriram que a quadrilha passaria por ali. A equipe 007 se posicionou, prontos para atacar na hora certa.
-Acho que acabou para vocês. - Disse Spark para a quadrilha.
      A equipe não tinha visto, mas ainda tinha um dos integrantes da quadrilha vindo por trás de Jheny, conseguindo rendê-la e apontar a arma para sua cabeça.
-Abaixem as armas ou a princesa morre.
      E então o líder da quadrilha falou:
-Bom, pelo visto não acabou pra gente. Prestem atenção, meus amigos e eu vamos embora, e vocês ficaram quietinhos aqui. Claro que vou levar a garota até o jatinho, será a minha garantia.
-Não! Ela não! - Gritou Max.
-Olha, um príncipe encantado. -Disse Justin,o líder da quadrilha.
-Tudo bem Max, eu vou com eles.
-Vocês são um casalzinho? -         Perguntou Justin com ironia.
-Se você fizer qualquer coisa com ela, eu te mato. - Ameaçou Max.
-Ok, ok. Agora soltem as armas.
       Todos fizeram isso. E Justin e os capangas seguiram para o jatinho com Jheny.
      Justin segurava Jheny pelo braço e com a arma apontada para a cabeça dela, ele dizia:
-Você é muito bonita, e cheirosa também. - Enquanto falava passava o rosto no pescoço de Jheny.
-Tira esse rosto imundo de mim. - Disse Jheny.
      Ele riu e continuou:
-Corajosa também.  Já ouvi falar de você Jheny, a garota que matou e torturou os assassinos dos pais, que eram do FBI.
      Já tinham chegado até o jatinho, mas Justin continuava a falar:
-Uma pena não ter te encontrado antes. Poderia trabalhar pra mim.
-Eu nunca trabalharia para você.
      Ele riu e continuou:
-Gosta dele né? Daquele cara nervoso que não queria te deixar vir.
-Gosto, eu o amo, mas você e essa sua quadrilha maldita não sabe o que é isso, amar alguém. Vocês não tem coração.
      Ele riu enquanto subia no jatinho e a deixava ali em pé, naquele terreno. Quando o jatinho começava a subir, Justin apontou a arma para Jheny, e disse:
-Tem razão, não tenho um coração.
      Em seguida deu dois tiros em Jheny, que caiu. Quando ouviram os tiros, a equipe foi correndo até lá. Max deitou Jheny em seu colo e disse chorando:
-Calma Jheny, vai ficar tudo bem.
      Ela tentou falar, mas ele a cortou dizendo:
-Meu amor, não fale nada, poupe suas energias.
-Eu preciso Max, preciso dizer que te amei desde o primeiro dia, desde a primeira vez que eu te vi. Você é tudo pra mim, vocês são tudo pra mim. -Jheny dizia com dificuldades.
-Tentar e não desistir. - Ela disse.
-Tentar e não desistir. - Os meninos disseram juntos, tentando conter as lágrimas.
-Eu te amo, tá me ouvindo? Te amo muito. Você foi a melhor coisa que me aconteceu, eu nunca fui tão feliz como nos últimos dias, obrigada por te me dado a chance de te conhecer Jheny, minha doce Jheny. - Max chorava muito.
      Ela sorriu, aquele mesmo sorriso de menina que costumava dar. Ela fez um carinho no rosto de Max e perguntou:
-Foi muito pouco tempo, mas fomos felizes não fomos?
-Muito Jheny, amor para uma vida inteira.
      Ela sorriu e continuou:
-Eu te amo Max, amo muito. E também amo a todos vocês.
      E então Jheny partiu. Max a segurava ainda mais forte e não parava de chorar. O resto da equipe estava ao redor deles, e tentavam se conter.
-Eu não consegui te proteger Jheny, mas eu prometo que vou te vingar, nem que seja a última coisa que eu faço nessa vida, eu vou te vingar. Vá com Deus meu amor, eu te amo! -Disse Max.
      Depois de horas parados naquele terreno em volta do corpo de Jheny, eles foram embora. Em casa Spark, Joe e Cliver estavam na sala em silêncio. E Max estava na parte d cima, sentado no colchão de Jheny e com uma foto deles na mão. Spark foi até onde estava Max, se abaixou e disse:
-Max, quer conversar?
-A gente ia casar, Spark. E eles tiraram ela de mim.
      Spark abaixou a cabeça, e em seguida falou:
-Eu sinto muito, nós sentimos. Sabe que pode contar comigo né? -Eu sei, obrigado!
-Todos nós estamos sofrendo com a perda da Jheny, mas temos que ser fortes, por ela.
-Você tá certo, Spark. Nós vamos acabar com eles.
      Spark desceu e Cliver perguntou:
-Como ele está?
-Destruído! Eles iam casar.
-Eles iam casar? Perguntou Joe.
-Sim, iam.
-Caramba cara. -Disse Cliver.
-Amanhã nos vingaremos, iremos acabar com todos aqueles que contribuíram para a morte da nossa Jheny, da nossa menina. Amanhã a justiça será feita, e pelas nossas próprias mãos.