"Jake, Cê tem certeza disso? 500 pratas pra tirar férias nas Antilhas? Só um idiota me pagaria pra isso."
Jake estava de costas, mas sua agitação tornava seus movimentos exagerados. "Sim."- ele disse. "Enquanto você finge ser eu no hotel-creche do meu pai, eu vou estar com a garota mais linda do país."
"E por que não leva ela junto?"
"Meu pai odeia ela por algum motivo. Provavelmente por ela ser contra testes em animais. Ele diz que o avanço da tecnologia é mais importante do que a vida de alguns ratos."
"Eu sei que você gosta dela a muito tempo e talz, mas é melhor ela ter uma buceta de veludo, porque você vai ficar preso 2 meses nesse buraco."
Jake suspirou. Era difícil explicar. "As pessoas são obcecadas por sexo, sempre lembram da sua primeira vez com nostalgia e definem suas vidas por ela, mas esquecem outras "primeiras", às vezes até mais importantes. A Rachel foi a minha primeira em muitas coisas e mesmo em coisas que estou acostumado, ela consegue me surpreender e tornar as sensações diferentes de novo."
"Mas cara, esse é seu problema. Você não devia se apegar ao passado e sim criar novas lembranças. Ou ficar bêbado demais pra saber onde está." Tajan olhou pra seu amigo e riu. Bobagens ingênuas assim sempre acabavam sendo exploradas... E ele sabia aproveitar a oportunidade. Embora fosse bom para ele, queria fazer seu amigo aprender a aproveitar as facilidades da sua vida, mas não perderia a chande de modo algum. "Além disso qualquer idiota conseguiria nos diferenciar." O jovem moreno e magro, tinha apenas a cor do cabelo semelhante ao do rapaz branco e rico. Suspirou e se atirou na grande poltrona listrada, sem se importar com as roupas espalhadas. Ligou o video game, riscou um fósforo pra acender seu cigarro enquanto ajeitava os pés numa grande pilha de revistas. "Eu vou ter que fingir ser um queijão".
"Hey, cale a boca Taj e repita o que você tem que dizer." Jake perdia a coêrencia quando ficava bravo, o que raramente acontecia, exceto quando envolvia Rachel.
Tajan limpou a garganta sonoramente e tomando um tom solene embargado por um sotaque afetado de lorde inglês, disse, com a mão no peito. "Meu nome é Jake Alexis Strauss, sou filho do doutor Vincent Strauss, dono desta ilha. Meu pai já deve tê-los avisado da minha vinda e de que não quero ser incomodado durante a minha estada. Agora, cadê as vadias?"
Jake deu um soco no braço de seu amigo, mas não pôde evitar rir. Sua reputação até poderia ficar manchada pelo truque, mas não estava realmente preocupado. Logo estaria com sua garota, livre de suas tarefas e preocupações, longe dos negócios da família.
"Cara, sei que rolou umas paradas estranhas na sua família, mas não dá pra você relevar e aguentar seu pai um pouco?"
Jake ficou sério. "Como você convence um homem que possui bilhões de dólares de que ele está errado?"
"Não sei cara, o maluco mais rico que já conheci, tirando você, foi um traficante da zona sul que tinha um Opala preto." Riu. "Ohhh, headshot!". Na tv, o personagem controlado por Taj havia acabado de virar uma pasta vermelha no chão. "Aqui, tenta uma vez."
O rapaz rico segurou o controle como uma criança vendo vegetais pela primeira vez. Em menos de 1 minuto, ele tem um destino próximo ao de seu amigo e devolve o controle. "Não entendo a graça que você vê nesses jogos."
"Cara, eles são tipo uma representação dos objetos de raiva das pessoas, como você não pode sair atirando por aí, pode desestressar jogando a violência numa mídia inofensiva. Tipo, expurgar".
Jake levantou a sobrancelha. "Olha só, Tajan também é cultura."
O garoto riu. "Li numa revista em algum lugar.Mas falando sério, você devia era ir comigo. Uma praia paradisíaca, cassinos, daiquiris e luais, longe de toda sujeira e doença da cidade. E seu pai vai bancar tudo, quão mal ele pode ser?"
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Predadores
HorrorQuando Jake visita a cidade onde passou sua infância em busca de sua antiga namorada, ele esperava que sua vida mudasse para melhor. Mas figuras poderosas esmagam seus planos ao espalhar uma doença que torna as pessoas violentas e inconsequentes, an...