III - In Perpetuum

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People die, but real love is forever.

Harry.

Mal conseguia abrir seus olhos quando acordou da forte anestesia que lhe deram assim que chegou implorando por ajuda no hospital de cidadezinha de Doncaster. A enfermeira limpava os pontos na parte exterior de seu braço e Harry mordia seus lábios quando sentia a dor voltando a cada vez que a moça de cabelos ruivos passava o algodão em volta do ferimento.

Os dois continuaram em silencio, e quando ela terminou de limpar e passar os medicamentos no braço de Harry, ela deixou o quarto dizendo que o descanso era fundamental para a cicatrização. O jovem de cabelos cacheados na altura dos ombros e olhos verdes como duas esmeraldas assentiu educadamente e esperou que a porta se fechasse, ele precisava daquele tempo sozinho para digerir tudo que havia acontecido. Ele se lembrava apenas da forte dor atingindo seu braço, o fazendo cair imediatamente. A dor era insuportável, aliás era difícil saber qual das duas dores eram piores.


-x-


Flashback on - 01 de Setembro de 2013, 03h38 da manhã da sexta-feira.

— Meus avós ficarão tão felizes com a noticia do casamento! — Dizia o garoto de olhos azuis para seu melhor amigo Stan enquanto dirigia a Land Rover preta a caminho da pequena Doncaster. — Espero não matar eles...

— Cruzes, Louis! Vira essa boca pra lá — Stan dizia entre risos — Eu que ainda não acredito que meu irmãozinho finalmente vai se casar

— É a melhor sensação que se pode existir, é como se finalmente você tivesse achado seu lugar no mundo, um lugar pra chamar de lar... É isso que Harry me faz sentir, faz eu me sentir em casa.

O brilho dos olhos do garoto nunca haviam sido tão bonitos como quando contava para seu amigo sobre ter finalmente pedido Harry em casamento. Ele dirigia pela estreita estrada chuvosa a caminho de Doncaster para convidar seus avós para o casamento, os avós que Harry tinha uma grande consideração, e Louis queria fazer uma surpresa ao seu noivo, trazendo o casal de idade para o casamento por mais que detestassem sair de casa, mas eles fariam isso pelo seus netos.

O sol já havia se posto e o céu estava completamente negro enquanto a chuva caia sem piedade sobre os dois jovens dentro do carro. Era difícil enxergar um metro a frente, e os olhos do garoto pesavam sobre a escuridão que mais pareciam um grande portal para uma outra realidade. Quanto mais rápido chegassem, melhor seria, Louis pensava. Ele estava esgotado, era uma longa viagem de Londres até Doncaster, e sua única companhia estava em um sono profundo, com o rosto colado a janela de vidro fumê, nada poderia o distrair.

Louis não aguentava mais o peso de sua própria cabeça quando sentiu seus olhos se cerrarem lentamente. O rádio tocando The Fray, sua banda favoritanão impediu que o mesmo cochilasse sobre o volante por rápidos 4 segundos, mas ele logo os abriu sacudindo a cabeça numa breve tentativa de despertar daquele sono que era uma verdadeira tortura.

Esse fora o tempo suficiente para que dois grandes faróis a sua frente queimassem seus olhos antes sonolentos.

Louis tentou desviar, porém a pista escorregadia fez com que o carro deslizasse até bater na guia de proteção provocando um grande impacto e fazendo o garoto bater a cabeça com força no volante.

Essas foram as ultimas lembranças de Louis após a Land Rover capotar três vezes e entrar dentro da reserva.

Não houveram sobreviventes.

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⏰ Última atualização: Aug 21, 2016 ⏰

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Another puzzle piece (L.S) /hiatus*Onde histórias criam vida. Descubra agora