Capítulo Um

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Oi, lindxs! Essa é minha primeira short e de bônus também é meu primeiro ficstape. Quem já leu Riverside (quem não leu, leia) sabe que tenho mania de começar a escrever e não saber falar, pensei em dividir em capítulos, mas acho que vão gostar assim (espero que).

Dividi a short em três capítulos para não ficar tão grande e cansativo

Quem quiser ler interativa: http://ficstape-luindica.tumblr.com/ficstape/nina

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24 de dezembro,

à caminho de Hebden Bridge

Nash

Bati minha cabeça contra a janela pela terceira vez seguida. Será que era tão difícil assim respeitar a ressaca alheia? Virei meu rosto na direção da mulher sentada ao meu lado e balancei a cabeça afirmativamente fingindo ter escutado alguma coisas que ela tinha dito. Poderia até ter escutado, mas não tinha raciocinado. Na verdade, eu não estava raciocinando nada desde a noite passada.

Me ajeitando novamente na poltrona e fechando os olhos - agradecendo por usar os óculos escuros de sempre - me perguntei por que continuava a aceitar as implicâncias de minha mãe em me fazer enfrentar seis horas em um trem lerdo por não querer um filho ostentando chegando na pequena cidade com um jatinho. Para começar eu nem tinha um jatinho.

A Sra. Turner era uma mulher complicada de dialogar, se ela não queria X, não adiantava nenhum método ortodoxo ou não, ela não aceitaria. Então, sem acreditar nas minhas habilidades de motoristas nas, segundo ela, perigosas, estradas inglesas, me obrigava a embarcar em um trem lotado, o único transporte direto para o fim de mundo que era Hebden Bridge.

Por isso, eu estava ali agora, naquele trem lento, desde as seis da manhã - eu nem sabia que as estações ficavam abertas essa hora -, já que, segundo Lexi, minha empresária, era o horário mais vazio e em que eu correria menos risco de ser reconhecido. Grande merda, pegando aquele transporte de madrugada ou no pôr do sol eu continuava percebendo os olhos sobre mim, mesmo com os óculos de sol, o boné do Arsenal e a barba por fazer. Me perguntei, pela décima vez no dia, por que Lexi não tinha vindo comigo dessa vez. As viagens eram muito menos sem graças com ela fazendo piadas e reclamando da vida, além de que minha mãe a adorava, e assim dava uma folga de tentar me jogar para cima de alguma filha de suas amigas do country clube, mesmo que eu continue dizendo que Lexi é só minha amiga. Vai entender essas mães.

Sem falar da senhora que sentara ao meu lado algumas estações depois de Victoria. A mulher na casa dos 60 não calara a boca um segundo só, falando aos cotovelos sobre a neta de 16 anos que estava grávida de um jogador de basquete da escola. O que eu mais sentia falta da Inglaterra, durante as turnês em outros países, eram os costumes, a educação, a mania calada, extremamente política de não entrar na vida do outro, respeitando sempre seu espaço. Na verdade, a individualidade era a característica que as pessoas de fora mais reclamavam de mim nos sites de fofoca, e a que eu mais admirava nos britânicos. Aparentemente, essa senhora não havia sido informada sobre isso.

- Qual o seu nome, rapaz? - Perguntou a senhora me acordando dos meus devaneios. Minha primeira reação foi olhar pelos lados, procurando uma fã perseguidora ou um paparazzidisfarçado, mas não havia ninguém suspeito, muito menos a idosa ao meu lado. Não havia razão para seguir o protocolo de Lexi e falar um nome falso. O que poderia acontecer?

- Nash, meu nome é Nash. - Falei, forçando um sorriso educado.

- Nash... - A senhora repetiu apertando um pouco os olhos, como se tentasse se lembrar onde tinha visto meu rosto antes. - Tem certeza que não lhe conheço, meu jovem? Não é algum amigo de Melissa?

05. NinaOnde histórias criam vida. Descubra agora