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Se fosse de acordo com a minha vontade, nunca sairia desta cama. Mas como não posso simplesmente fazer o que me apetece, sou obrigada a colocar os meus pés no chão. Encaro a minha figura no espelho da casa de banho e cada vez quero menos sair daqui. Este mês no ginásio com o Harry não tem feito qualquer diferença. Parece piorar a cada dia que passa.

Retiro a pouca roupa que uso como pijama, entrando na banheira. A água quente é sempre a melhor coisa de manhã. Tento não apertar partes aleatórias do meu corpo e criticar-me a mim mesma até terminar o meu glorioso banho que, infelizmente, não dura mais que dez minutos.

Enrolo uma toalha branca no meu corpo e esfrego o meu cabelo com uma mais pequena. Fico em frente ao espelho, penteando-me. Pergunto-me como é que eu ficaria loira. Devo deixar o meu cabelo loiro?

Não. Tenho quase a certeza de que eu iria odiar. É melhor não fazer nada.

Seco o meu cabelo, deixando-o solto a cair pelos meus ombros. Coloco algum rimel e lápis dos olhos, ficando pronta. Bem, quase pronta. Dirijo-me ao meu armário, retirando a minha roupa interior. Depois de a vestir, coloco um top da Calvin Klein - pois hoje até está calor - com um casaco verde que eu amo. Umas calças de ganga justas, umas sapatilhas da adidas e posso finalmente arrumar as coisas que preciso dentro da minha mala.

''Já vais?'' a sua voz completamente rouca pelo sono chama-me e sorrio involuntariamente.

''Sim, já vou.'' sento-me do seu lado da cama e penteio os seus cabelos espalhados pela almofada. Ele está deitado de barriga para baixo com o rosto virado para o meu lado.

''Cobre-me, por favor.'' murmurou. Ri. Parece uma criança. Faço o que me pediu, puxando os lençóis para cobrir a pele das suas costas.

''Até depois.'' beijo a sua bochecha, fazendo o meu caminho para fora do quarto.

Preparo um café e recuso-me a comer o que quer que seja, não quero engordar ainda mais.

O meu carro é rápido a chegar à clínica e fico grata por isso. 

''Bom dia.'' recebo, junto com um sorriso. 

''Bom dia.'' digo igualmente à secretária que volta a encarar o seu computador. Entro no meu consultório, trocando o casaco pela bata. Sento-me à espera do primeiro paciente que não demora nada a chegar.

E tudo no meu dia estava a correr optimamente. Até ao terceiro paciente.

''Tate!'' sorri, recebendo-o. Surpreendo-me quando tentou juntar a sua boca com a minha. O que é que ele pensa que está a fazer? Tentou levantar o meu top, uma vez que a bata está aberta e sou obrigada a empurra-lo para longe. 

''Sabes, eu até te acho simpática, mas não sou pago para gostar de ti.'' o quê? ''Recebi ordens especificas para acabar contigo se voltasses a recusar-me e bem, parece que isso aconteceu.'' observo-o retirar algo preto do seu casaco e tremo quando percebo ser uma arma. ''Tira a roupa.'' nunca.

''Tate, baixa isso.'' indico, rezando para que ele faça isso mesmo.

''Então senta-te.'' paraliso. ''Anda, senta-te, porra.'' apresso-me a sentar-me num dos sofás, encarando-o apenas.

''Porque é que estás a fazer isso?'' é a única coisa que consigo dizer. Merda.

''Ofereceram-me a droga que eu queria para que eu te fizesse apaixonar por mim, com ordens de que, se isso não acontecesse, para simplesmente te matar. Deverias ter começado a gostar de mim, agora vais ter um final trágico.'' carregou a arma e a Aba vem-me à cabeça.

''Foi a Aba que te mandou fazer isso?''

''Quem?'' se não foi ela, quem foi? Percebo-o a chegar-se a mim e tenho o reflexo de agarrar no vaso e bater com ele na sua cabeça. Procuro o meu telemóvel, com as mãos a tremer, marcando o numero da policia. Explico a situação, pedindo a Deus que o Tate não acorde antes dos guardas chegarem.

Prostitute || H.S || TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora