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Nunca me senti tão ansiosa na minha vida e ir à policia para saber quem me tentou matar, é algo bastante tenso. A clínica deu-me folga hoje para que eu pudesse ir à esquadra ainda de manhã portanto eu e o Harry já nos estamos a vestir para ir embora.

O meu noivo passa por mim, já pronto, reclamando com o facto de eu ainda só ter a roupa interior e as calças vestidas. 

''Desculpa se eu sou lenta a vestir-me.'' brinco. Ouço-o rir, atirando-me a camisa que eu deixei em cima da cama. Agarro a mesma num movimento rápido, deslizando-a pelos meus braços. Aperto só os botões de cima, dando um pequeno nó no meio.

Por falta de tempo, coloco apenas um batom vermelho. Calço umas vans azuis escuras e guardo tudo o que preciso de levar comigo numa carteira preta.

''Finalmente.'' levantou-se do sofá quando chego à sala e eu ri. Ele exagera muito. ''Queres ir ao Starbucks primeiro?'' concordo, pegando na chaves de casa e do carro.

''Estou nervosa.'' admito depois de colocar o cinto de segurança. ''E se não der para ver quem foi? Ele pode vir atrás de mim de novo.'' encosto a minha cabeça na janela do carro, suspirando. Tenho medo.

''Acho que depois de o teres atropelado ele não vai fazer mais nada.'' riu. Sorri, talvez seja verdade. Sinto o carro parar lentamente enquanto Harry estaciona o mesmo. 

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O álbum do Ed a ecoar no carro é a única coisa que me consegue aliviar do stress. A voz perfeitamente rouca do meu noivo a acompanhar as músicas num sussurro deixa o caminho até à esquadra da policia bem mais tranquilo.

Bato a porta do automóvel quando chegamos lá e ainda bem que o supermercado onde tudo aconteceu é apenas na rua ao lado então será rápido até isto acabar. O braço do Harry passa por cima dos meus ombros, fazendo-me rodear a sua cintura. A maioria dos casais anda sempre de mãos dadas mas, por algum motivo, nós nunca andamos.

''Bom dia, em que podemos ajudar?'' um homem fardado recebe-nos com um ar sério e posso perceber que todos os outros estão assim também.

''Eu telefonei para aqui ontem.. Pediram que viesse cá.'' perguntou o meu nome, procurando nos registos.

''Ah, sim. Por causa da tentativa de homicídio, certo?'' confirmo. ''Teremos de ir até ao local onde tudo ocorreu e pedir para ver as câmaras de segurança.'' deu a volta ao balcão, saindo do mesmo. ''Podem me acompanhar, por favor.'' ambos o seguimos para as traseiras da esquadra, entrando num dos carros. Só andei uma vez num carro da policia e foi quando fiquei presa por posse de drogas ilegais que não fui eu que coloquei no escritório.

Sento-me no banco de trás, assim como o Harry que coloca a sua mão na minha coxa. Deito-me sobre o seu ombro. 

O elevador é lento a levar-nos até à parte de cima do supermercado onde só os funcionários e chefes podem andar. 

''Não podem estar aqui.'' um senhor caminha na nossa direção mas só depois repara no policia do nosso lado. ''Em que posso ajudar?'' deu um sorriso que posso apostar que é falso.

''Mostre-nos os vídeos de ontem ao fim da tarde das câmaras de segurança dos parques de estacionamento, por favor.'' ele assentiu, começando a caminhar na direção oposta. Vamos até uma sala com um monte de ecrãs onde ele coloca várias horas para trás. 

Podemos ver o meu carro a chegar e esperamos até eu sair, com os sacos na mão. Harry rodeia o meu corpo, visivelmente com raiva quando o idiota me tenta asfixiar. Tudo se passa e mesmo depois de eu ir embora e ele ficar uns minutos no chão até correr para a saída, a mancar bastante, não conseguimos ver o rosto dele.

Prostitute || H.S || TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora