Capítulo 2

88 8 1
                                    

Após 10 horas balançando naquela "carroça" e olhando pra cara de merda de dois idiotas que estavam sentados na minha frente, nós finalmente chegamos ao nosso destino. Nossa caravana tinha cerca de 10 carroças, e todas elas pararam logo lá, nas portas da Arena Central, onde centenas de pessoas estavam se encontrando. E cada tipo...

Fiquei observando por cinco minutos um cara que estava sentado. Ele não mexeu um músculo desde que eu comecei a observá-lo, até que um cara acabou com meu passatempo de procurar algum movimento nele e o "acordou". Enquanto estava lá, um dos condutores de outra caravana pegou a bolsa dele. Eu fui atrás dele, mas senti que estava sendo seguido também.

Não sei se ele também percebeu isso, mas ele apertou o passo e eu avancei com cautela desde então. Ele carregava uma carroça de carga, aparentemente. Dentro dela havia cerca de 40 mochilas, todas roubadas, aparentemente. Ele estava guardando a mochila do cara estranho, então eu avancei. Eu o empurrei e o derrubei no chão. Ele me jogou pra trás e tirou uma faca de sua cintura.

Coitado... Talvez ele não entenda que não vai conseguir manipular uma arma enquanto estiver pegando fogo. Mas eu quis ensinar isso à ele.

Num piscar de olhos, suas roupas estavam incineradas, enquanto ele se debatia no chão. Eu apaguei o fogo. Consegui fazê-lo desmaiar com isso, e é nessas horas que eu sou mais grato pela minha família. A Magia Herdada deles é muito útil. Manipulei minhas chamas pra que queimassem apenas o inorgânico e para que consumissem mais oxigênio para soltarem mais gás carbônico. Alguns segundos e puft!, seu alvo desmaia. Muito útil.

Subi na carroça com as mochilas roubadas e as levei para perto de onde estavam a multidão. Joguei todas mochilas ao chão, libertei os cavalos da carroça, e fui me sentar embaixo de uma árvore para esperar o tempo passar.

Logo após eu chegar, Joseph, o Babaca, andava em minha direção. Ele tinha uma expressão de surpreso. Ainda assim queria bater nele.

"Eu vi o que você fez." ele disse

"Eu não ligo."

"Foi uma boa ação, eu queria..." e eu o interrompi.

"Você 'tá procurando acabar igual ele? Se não estiver, então dá o fora."

Ele me olhou assustado e deu a volta.

As pessoas têm que entender que quando eu não gosto de alguém na primeira vez que eu o vejo, eu nunca vou gostar dele.

O FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora