Missão Proibida

I Would Never Make You Suffer

Acordei de manhã renovada. Não estava mais sentindo o álcool em mim. Eu ouvia o som do ar condicionado mas eu me sentia tão quente. Abri meus olhos e me deparei com um peitoral e descendo meus olhos, via um tanquinho sarado. Achei que estava sonhando, mas ai, arregalei meus olhos como se tivesse acordado com água na cara. De espanto, me sentei rapidamente. Me recordei agora do que tinha acontecido noite passada ( mesmo eu estado muito bebada ontem ). Não acreditava nas minhas memórias. Eu dormir junto com o cara que estamos suspeitando! Isso era algo imperdoável. Estava quebrando uma regra, não do quartel, mas minha. Fiz uma regra que não dormiria com um homem de novo. Mas quebrei ela, assim como outras que fiz. Droga, droga, droga! De repente, o AE começou a se espreguiçar lentamente. Abriu seus olhos azuis e olhou intensamente nos meus.

- Bom dia... Sarah.
- C-Como você sabe meu nome, Evan? Espera... Como eu sei o SEU nome?!
- Você me disse seu nome ontem. - falou enquanto se sentava do meu lado - e eu te disse o meu.
- Agora que você disse, eu me lembro disso também.
- Também? Então, você lembra de mais coisas que aconteceram? - ele ergueu uma de suas sobrancelhas e deu um sorriso torto sem mostrar os dentes.

Senti meu sangue ferver e meu rosto ficar cada vez mais vermelho. Olhei para o lado envergonhada.

- Eu não queria ter feito aquilo.
- Por quê?
- Porque eu não quero sofrer depois.
- Eu nunca te faria sofrer. - falou olhando para mim

Eu nunca te faria sofrer.

Um flashback tinha passado pela minha cabeça. Um outro menino que me apaixonei falou a mesma coisa... Mas no fim, sofri muito. Lembrando disso, pequenas lágrimas sairam do meu olho.

- Está tudo bem? - disse preocupado
- É que... Um garoto me disse a mesma coisa, mas acabei sofrendo no final das contas.
- O que ele fez com você?
- Na verdade, ele não fez nada. Quando eu tinha 15 anos, eu estava no meu 3º ano de academia espiã. Nesse tempo, eu mudei de turma. Nessa turma, eu encontrei um menino de 17 anos, o nome de agente dele era Agente J. Em pouco tempo, nos tornamos melhores amigos, e quando eu notei, eu já estava gostando dele. Tempos depois, estavamos namorando. Era tudo perfeito. Mas um dia... Tivemos uma missão e ele se arriscou e salvou minha vida. Ele ficou desaparecido e não se teve mais informações dele - falei segurando o choro - Disseram que ele morreu - não aguentei e chorei - mas... Mas eu não queria acreditar nisso!

Comecei a chorar. Eu amava o Agente J. Eu me lembro do nome dele até hoje, John. Por quê ele teve que arriscar sua vida? Onde ele está agora? Minha cabeça estava confusa com esses pensamentos. Evan me abraçou e me apertou de leve. Sua mão acariciava meus cabelos escuros e a outra me segurava nas costas. Abracei ele e lágrimas sairam mais e mais de meus olhos. Olhei para ele e ele me deu um beijo. O beijo durou apenas alguns segundos até separar nossos lábios.

- Não fique assim. Aproveite cada segundo que você tem da sua vida. Se ele não está mais entre nós, ele, agora está te vendo, e deve estar feliz de como você está.
- Evan... Obrigada.

Beijei sua bocecha e abracei ele fortemente. Já era meio dia então decidimos pular o café da manhã e comer o almoço direto. Nos trocamos e fomos para baixo preparar o almoço. Eu estava com um top branco, shorts jeans claro e uma meia preta para me senti mais à vontade. Evan estava sem camisa, apenas com uma corrente de prata no pescoço, calça folgada azul marinho e descalço. Comemos frango à milanesa, arroz, batata frita e algumas verduras e tomamos suco de abacaxi. Era uma das minhas comidas favoritas. Conversamos muito no almoço, trocavamos vários olhares. Ele até podia ter um jogo de sedução, mas eu também tinha. Era sempre um confronto para ver quem seduzia mais. É estranho dizer assim, mas não tem outra forma de explicar. Depois, peguei meu notebook e entrei nos arquivos da agência para ter informações sobre o Walker. Evan estava lavando a louça. Aproveitei que ele não estava vendo o que eu estava fazendo e comecei a procurar informações.