DNA

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Acordei na manhã seguinte. Meus olhos estavam vermelhos, muito vermelhos. Chorei muito anoite passada. Olhei para o lado e vi a parte do quarto dele vazia. Me recordava dos dias que passavamos juntos desde quando ele chegou. Quanto mais eu me lembrava, as lágrimas começavam a sair mais e mais. Enxuguei as lágrimas, peguei roupas novas no armário e fui tomar banho. No banheiro, tirei minhas roupas de ontem e entrei no boxe. Abri o chuveiro. A água morna escorria pelo meu corpo. Eu estava lá, parada, pensando. Tinha muita coisa na minha cabeça. Respirei fundo e lavei meu rosto pra tirar esses pensamentos. Relaxada, comecei a lavar meu corpo e meu cabelo. Sai do boxe, peguei 2 toalhas. Uma, eu enrolei na cabeça e a outra, sequei meu corpo. Coloquei minhas roupas íntimas cor creme e vesti um macacão comprido branco. Fui no meu quarto e peguei minhas sapatilhas beges. Voltei pro banheiro. Tirei a toalha e passei um creme para hidratar. Sai do banheiro e desci para a cozinha. Olhei para o relógio era 11:39. Fiz um café com leite e só. Não estava afim de comer muito. Terminei de tomar e deixei na pia. A campainha, de repente, tocou. Fui até a porta e abri de leve.

- Senhora A?
- Posso entrar?
- Oh, claro... - abri a porta e ela entrou
- Licença.
- Algum problema, Senhora?
- Ontem, você estava triste, queria saber o que tanto você pensa.
- É que... Foi um pouco difícil colocar o Jonh na cela...
- Jonh?
- Eu descobrir que o Agente E é, na verdade, o Agente J. E o nome verdadeiro é Jonh...
- O Agente J?! Mas ele não ficou desaparecido na missão de 6 anos atrás?
- Sim...
- Por favor, Capitã, me explique tudo.

Explique pra ela a conversa que eu ouvi do Jonh com a Killer e a minha situação. Ela ficou de séria para uma cara de surpresa. Ela não acreditava no que seus ouvidos captavam.

- Hum... Vou fazer um teste de DNA nele.
- DNA?
- Eu acredito em você, Capitã, mas quero ter completa certeza disso.
- Sim. Entendo.
- Você consegue tirar sangue né? Você fez um curso de enfermaria que eu sei.
- Sim, consigo. Se você quer que eu tire o sangu- Espera, tem outra forma.
- Qual?
- Um fio de cabelo.
- Boa.
- Talvez eu consiga achar na cama dele. Já volto.

Subi as escadas e fui até o quarto. Fui na parte do quarto onde ele escolheu e comecei a procurar por algum fio. No chão, na cama, em cima do armário. Mas não achei um fio sequer. Pensei um pouco e... No banheiro! Entrei lá, abri a gaveta e peguei sua escova. Eu e ele usavamos escovas diferentes. Para a minha surpresa, estava como nova, como se ninguém tivesse tocado. Deixei a escova na gaveta e desci as escadas. A Senhora A me ouviu nas escadas e virou para me olhar.

- Eai?
- Nada.
- Como assim?
- Não tem nenhum fio. Até mesmo a escova dele.
- Caramba!
- Então... O que vamos fazer?
- Você vai entrar e ter um amasso com ele.
- OI!? Como?! - fiquei espantada pelo que ela disse
- Fingir que perdoa ele. Então, quando você sentir que pegou o fio, você sai. Nem precisa explicar o motivo.
- Não sei não. Acho que eu não seria-
- Bom, tem outras maneira...
- Eu faço! Pensei bem e acho que é o melhor jeito sem deixar suspeita.
- Olha só! Para quem não sabia direito, você é rápida. - ela me encarou com uma sobrancelha erguida - Tudo bem, vamos agora.
- Agora?
- Sim.

A Senhora se levantou e fomos para fora. Estavamos indo e meu coração batia mais rápido ao longo do caminho. Na frente da porta da cela, fechei os olhos e respire fundo.

- Oxi!
- O quê? - perguntei abrindo meus olhos
- Até parece que vai fazer algo muito difícil...

Devo admitir que tava exagerando um pouco. Ela abriu a porta e eu entrei. Olhei na cela e ele estava sentado na cadeira. Abri a porta da cela e ele me olhou. Fechei a porta e encarei ele. Fui andando em sua direção. Ele só me encarava, não se levantava nem nada. Bem perto dele, nossos joelhos se tocavam.

- Sarah-
- Shiiiiii... - coloquei o dedo em seus lábios como sinal de silêncio

Sentei em seu colo, separando as pernas, cada um de um lado. Comecei a beijá-lo intensamente. Apoiava minhas mãos em seus ombros. Senti suas mãos encostando nas minhas costas, nos ossos perto dos ombros. Ele se levantou e me segurou com firmeza. Envolvi meus braços em seu pescoço e enrolei minhas pernas em sua cintura. Ele nos levou até sua cama na cela e me deitou. Ele ficou em cima de mim. Eu queria que eu não estivesse com raiva dele, queria que estivessemos no nosso quarto. Porém... Eu estava aqui só pra tirar o fio de cabelo. Eu estava esperando um momento bom pra fazer isso sem suspeita. Então, ele começou a me beijar na minha bocecha pra minha orelha. Que sensação boa... Peguei nos seus cabelos puxando-os. Não apenas fingindo. Eu realmente estava sentindo um prazer bom, bom demais. Senti que puxei um fio dele. Empurrei ele, saindo do amasso então, corri para sair da cela.

- EI! ESPERA! - ouvi ele gritando mas não olhei

Tranquei a cela e fui para a porta de saída. Fechei a porta, estava ofegando muito. Aquilo mexeu comigo, queria mais daquilo. A Senhora A me olhou enquanto trancava a porta.

- Pegou?
- Aqui está... - entreguei o fio para ela
- Perfeito. Te conto depois o resultado.
- Obrigada.

Voltei para meu quarto. Já era 16:21. Decidi almoçar mesmo. Depois que eu comi na mesa, deixei os pratos na pia e sentei no sofá. Peguei meu celular e comecei a mexer nos aplicativos aleatoriamente. Os lugares onde ele me tocou ainda queimavam. Queria que ele estivesse aqui. Se ele for mesmo o Jonh, vou dizer o que eu sempre quis dizer pra ele. Estavamos namorando, na verdade, estavamos ficando. Eu que achava que eram a mesma coisa. Agora que sei que tem diferença, o certo era dizer que estavamos ficando. Queria realmente namorar com ele. Eu iria confessar pra ele mais uma vez depois da nossa missão há 6 anos atrás, mas... Pois é. Não sei se estou tendo esperanças que seja ele ou não. Minha cabeça está confusa, ainda estava com uma mistura de sentimentos dentro de mim. Coloquei meu fone e comecei a ouvir música. Música era uma boa terapia para aquele momento. E o dia seguiu normalmente.

Missão ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora