Sebastian
Já eram quase sete horas da noite e resolvi tomar alguma coisa antes de enfrentar o jantar com ela.
Parecia um tempo distante todas as vezes que eu esperei esta noite, agora que ela chegou eu não conseguia controlar meu nervoso, melhor dizendo insuportavelmente nervoso.
Fui até o bar e me servi de uma dose uísque, precisava ter sobriedade para aquela noite mas eu não ia consegui nem ficar na frente dela no estado que eu me encontrava.
Fiz o que eu fazia para me acalmar, eu me perdia em um pensamento bom. Fiquei vagando lembrando do meu pai me ensinando a velejar e de como minha mãe ficava desesperada pedindo para eu usar o colete salva vida. Sentia falta deles, quando eu fui embora falido e de coração partido eu fui até o túmulo deles, pensando que de alguma forma eles poderiam acalmar meu coração e curar minha alma. Aquilo só me machucou mais, pois me fez pensar que não tinha para onde correr.
Fui despertado por aquela sensação, que eu conhecia bem, eu sabia quando estávamos no mesmo ambiente, ela era uma força da natureza que me levava até ela. Não me virei ainda não estava pronto para vê-la. Eu pensei que com o tempo quando eu a visse novamente não me sentiria tão atraído por ela. O que não aconteceu.
Eu ainda a desejava não com a mesma, mas com mais intensidade e isto me enlouquecia de ódio, como pode eu querer tanto alguém que me fez tão mau. Devo ser masoquista ou sofre de síndrome de Estocolmo, deseja lá era quase um pecado, um atestado de minha falta de amor próprio. Eu podia ter qualquer mulher em minhas mãos eu nem perto cheguei de sentir por outra, o que eu sentia por ela. Nem por Cassandra que eu quase me casei.
"Boa noite" – Gabriela disse acho que pensando que eu não tinha notado sua presença.
Fechei os olhos com força, e virei o restante do uísque do copo pois realmente aquilo iria ser mais difícil que eu tinha pensado.
"Boa noite" – Eu disse me virando para encara la.
Maldita hora que eu fiz isto. Ela estava linda, com um vestido preto transpassado com um discreto decote em v se não fosse o fato de eu não conseguir tirar os olhos de seus seios, que estavam cheios e convidativos e é claro para completar minha noite meus olhos criaram vida própria e passearam por todo seu corpo, do sapato de salto alto até os cabelos soltos e sedosos.
Puta que pariu, santo auto controle não me abandone agora que eu estava tão perto de fazer valer meus anos de tormento.
"Vamos nos sentar, Dandára já vai servir o jantar." – Eu disse desviando meu olhar para a mesa.
Caminhamos até a sala de jantar e seguindo a etiqueta eu puxei a cadeira para ela. Realmente a ideia inicial era só humilha la, mas com a insistência de Dandára eu ia ter uma convivência civilizada principalmente em publico, ela ficou dias me azucrinando, o mulher insistente, mas não tinha nada que Dara me pedisse que eu não faria, ela simplesmente é minha única família, que me acolheu quando eu mais precisei.
Não demorou muito e Dara entrou com mais uma moça servindo nosso jantar, ela fez salmão com alcaparras, olhei para ela direcionando toda a minha insatisfação, sabia que ela tinha feito o mesmo prato que eu e Gabriela em nosso jantar antes de fazermos amor a primeira vez.
Dara me devolveu o olhar como se não entendesse o porquê eu estava olhando daquele jeito. Não aguentei e sorri balançando a cabeça em uma negativa. Aquela mulher era impossível.
Gabriela percebeu, pois quando a olhei o seu rosto estava vermelho e olhava para mãos como se não quisesse me encarar. O que ela acha que eu não iria notar seu constrangimento?
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O Pagamento
RomanceEle queria vingança.... Ela queria seu amor! Pode o orgulho nos impedir de ser feliz? Sim! Você controla seu destino, suas escolhas e seu caminho. Quando Sebastian se viu traído pelo seu ídolo, seu melhor amigo e seu primeiro e único amor, jurou que...