Capítulo 1

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Chego na escola atrasada, mesmo eu tendo um carro deixar os meninos demora um pouco, já que todos nós estudamos em escolas diferentes. Estou no último ano e minhas expectativas estão a mil por hora. Fiz até uma lista das coisas que quero fazer antes de deixar a escola.

1. Ser mais popular.
2.Arrumar um namorado. -nunca pensei em namorar alguém, mas depois da festa da minha única amiga Tiffany ano passado, percebi que eu era a única daquelas pessoas que nunca tinha sido beijada.
3. Entrar em alguma atividade extracurricular.

E pronto. Não sou muito boa em cumprir listas, por isso coloquei apenas 3 tarefas e mesmo assim não me sinto otimista em cumpri-lás.

Assim que entro Tiffany já me vê e se junta a mim, nós vamos direto pra aula de literatura, a professora Deyse nos pediu para ler Orgulho e Preconceito. E me sinto feliz por já ter lido umas cem vezes, ele era o romance preferido da mamãe.

-Não quero ler livros escritos a cem anos atrás. Diz Tiffany quase chorando - Ela não é o que possamos chamar de leitora assídua.

-Você tem que ler, é uma história tão linda. Não tem uma pessoa na face da terra que leu e não se apaixonou por Mrs. Darcy.

-Amiga, você acha que perco tempo me apaixonando por personagens, se tem tantos garotos aqui na vida real para se apaixonar.

-Pois é. Acho que viajei.

Não viajei não, cada vez que leio me apaixono por um personagem diferente, sei que não são reais, mas acho que isso o tornam ainda melhores.

Eu e Tiffany somos muito diferentes, mas ela ainda a única amiga que tenho. Ela não se afastou de mim depois que eu mudei, depois da morte da minha mãe. Foi quando eu tinha 14 anos, foi horrível, insuportável, uma dor tremenda. Ela tinha ido trabalhar na biblioteca como todos os dias e houve um tiroteio, uma bala a atingiu e ela morreu lá mesmo. Entre tantas pessoas no mundo, foi ela que estava no lugar errado na hora errada.

                             ******

Na maior correria, vou buscar os meninos, percebo que Harry está muito calado e então pergunto.

-Harry, aconteceu alguma coisa?

-Não, porque? -Diz ele.

-Você veio tão calado, durante o caminho. E além do mais nem me pediu pra trocar as músicas no rádio.

Ele apenas assente com a cabeça, Resolvo deixar o assunto pra lá. Papai já está em casa quando chegamos.
 
-Oi crianças, como foi o dia de vocês?

De repente, Harry começa a ficar estranho, mas então Arthur responde por nós

-Foi ótimo. Papai você sabe que não gosto de esportes, então eu queria saber se posso parar de fazer educação física e vir para casa mais cedo?
 
-Querido já falamos sobre isso, quem ficaria com você em casa durante a tarde?

Então eu falo.

-Pai, que tal se contratassemos uma governanta para cuidar dele nesse período e me ajudar em casa. Eu quase não tenho tempo para mim -digo com muita esperança, pois faz tempo que queria ter pedido ajuda, mas por ser tão orgulhosa eu deixei pra depois. Até agora.

-Eu não preciso de uma governanta -Fala Arthur com raiva

Enquanto isso Harry ainda não falou uma palavra e eu já estou começando a ficar preocupada.

-E então? -pergunto

-Desculpa meninos, mas concordo com Mandy. Vou procurar uma pessoa para cuidar dos meus anjinhos.


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