E agora?

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Uns pensam, outros pensam que pensam. Uns pensam em agir, outros agem sem pensar. Uns amam sem limite, outros não sabem amar.
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— Me larga! — Deli o empurrou e limpou a boca.

— Vai dizer que não gostou, docinho?
— Perguntou irônico, com um sorriso no rosto.

— Sai daqui, Brian! — Gritou. — Eu odeio você! — sussurrou com a voz fraca, e os olhos cheios de lágrima.

— Você me ama, meu bem. — Sorriu. — Como sempre amou. — Saiu fechando porta.

Desabou. Chegou a soluçar de tanto chorar. Seu lápis preto, que antes destacavam seus olhos castanho claro, estavam escorridos pelo seu rosto.

— Que droga! Droga!  Idiota. Você é idiota, Débora. — Gritou consigo mesma, batendo na bancada de mármore do banheiro. — Fique forte. Por nós. Vamos garota.

Lavou seu rosto e secou com papel toalha. Prendeu seu cabelo em um coque desarrumado; ela fazia sem usar elástico ou grampos, somente o cabelo.

— Respira e não pira.

Saiu do banheiro. Ainda pálida e com olho vermelho, denunciando o choro compulsivo que a dominou a poucos minutos. 

— Eu preciso ir galera. Beijos. Falou! — disse de cabeça baixa e saiu.

— Ei espera. — André notou uma falha na sua voz. 

Na verdade, todos notaram. Mas preferiram deixar André ir sozinha ajudar a amiga. Já que eles eram mais próximos.

— Calli... Débora. Espera! — André gritava correndo atrás da amiga, que por sinal era muito ágil, deixando evidente que não queria ser alcançada.

Para andar mais rápido e sair logo dali, tirou os saltos, como sempre fazia.

Odiava andar na rua de salto, ainda mais quando estava "fugindo".

— Ei. — Parou-a, pegando delicadamente no seu braço, a fazendo virar.

Ela se virou, com seus olhos vermelhos e ainda chorando, algumas mexas que caíram do seu coque desarrumado ocupavam parte  do seu rosto.

— O que aconteceu princesa? — Pôs algumas mexas para trás da orelha da garota. 

— Tudo que não deveria. — soluçou. — Ele me beijou. Me beijou. — chorou mais ainda. — E eu? A trouxa aqui ficou imóvel. Sem palavras. Correspondeu. E ele disse algo tipo " Você me ama... Como sempre amou." debochando da minha pessoa. E eu não consegui dizer nada André. Idiota. Idiota.  — Disse coçando a cabeça, fazia isso quando estava nervosa, ansiosa, ou algo do tipo.

— Vou te levar para outro lugar. — Abraçou ela de lado e caminhou até seu carro.

Levou ela para a beira da praia. Onde sempre iam, principalmente a noite. Adoravam olhar o céu, ouvindo um mistura de cantos de grilos e barulhos das ondas do mar.

Sentaram-se próximos ao mar. No lugar em que as ondas se desfaziam em seus pés.

— Quer conversar sobre isso ou quer que conversar para esquecer isso?

— Eu não intendo. Sério. Eu tô cheia desse idiota. Ele vai e volta. Ele não pode fazer isso. Eu esqueci ele. Só que ele voltou, então eu lembrei de novo. Em um instante só, tudo veio de novo.
Eu não quero que tudo volte Dré. Eu não quero. — chorou.

— Ei. Não vai voltar se não quiser. Eu estou aqui. Vou te proteger sempre. Já se esqueceu? — sorriu, dando um beijo na sua bochecha.

Deli sorriu.

Passava um vendedor de flores pela praia. André se levantou e foi ate ele. Comprando uma rosa vermelha, de plástico. A única que o vendedor tinha.

Voltou para onde estava e entregou para Deli.

— Até a flor morrer.

Deli chorou, mas dessa vez de alegria.

— Tenho sorte de ter você, sabe? Você é meu porto seguro. No meio de todo meu caos você é o meu cais. — levantou e pulou para abraça-lo. Ele a rodou. E um pouco tontos caíram sentados no chão. — Você é a melhor pessoa. Não poderia querer outra melhor...

Se olharam por um tempo.

André, para descontrair, e desviar o intenso olhar que se prosseguia - sabia que não podia ter momentos como aqueles com Deli, momentos que alimentam esperanças. Eram melhores amigos. Ele não podia estragar isso. Não queria estragar isso. - cortou o clima com um jato de água que conseguiu por na mão para jogar em Deli.

Simplesmente saiu correndo para dentro do mar. Deli se levantou e foi atrás dele. Ficaram jogando água um no outro como crianças fazem em uma tarde de domingo.

— Obrigada! Por tudo. — Disse dando-lhe um último abraço - ambos molhados - .

— Estarei sempre aqui. Por você. Para você. Até a flor morrer. — ambos olharam para a flor vermelho sangue de plástico na mão da garota. — Boa noite. — sorriu e lhe deu um beijo na testa, caminhando segundos depois para seu carro.

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⏰ Última atualização: Feb 02, 2018 ⏰

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