O quarto era pequeno e todo rosa, com somente uma cama, um armário de duas portas, uma janela aberta e um abajur fraco que só servia para decorar. Uma mulher estava sentada sobre a cama, segurava seu bebê adormecido, enrolado com uma manta branca. O seu cabelo loiro cobria o rosto esbranquiçado, e seu vestido vermelho púrpura tocava o chão de uma madeira antiga que rangia a cada segundo em que movia os pés.
- Durma minha querida, durma. - Sussurrava a mulher no ouvido da criança. -Durma para não esquecer que sonhar é possível.
Assim que percebeu que o bebê estava em um sono profundo, ela o colocou sobre a cama, deu um suspiro longo cansado, apagou o abajur e fechou a porta deixando a criança sozinha e adormecida.
O celular de Scott despertou antes que o sol aparecesse. O garoto levantou da cama, ainda de olhos fechados, seguiu até a porta de seu quarto, andou em direção ao banheiro ignorando cada mobília que estava em seu caminho e abriu os olhos lentamente. O moreno estava preparado para se arrumar, seguindo sua nova rotina diária de andar três quadras até a escola, sorrir e acenar para todos que passavam. Seus olhos azuis claro fixavam o grande prédio de três andares, com uma faixa grande na frente ao portão, escrito "Sejam bem-vindos, calouros! "; antes que percebessem, o sinal da escola tocou e todos os alunos entraram apressados, enquanto o Scott andava bem devagar, ainda em um efeito retardado provocado pelo sono. Ao entrar na sala, tudo parecia normal, como estava no dia anterior, os estudantes separados em bandos, a professora interagindo com um grupo de meninas na frente da sala e Scott no canto esquerdo, na última cadeira.
- Olá alunos! Para quem não me conhece, eu sou Emily, a professora de Química. - A ruiva ajeitou seus óculos e sentou sobre a mesa, cruzando as pernas lentamente. - Eu sei o quê falam de mim por aí, só quero avisar a todos vocês que é tudo mentira, não sou chata, ignorante ou rude, só não sou amiga de um adolescente qualquer que se acha superior a mim. - A Professora levantou, dando um suspiro entediado e abriu a porta. - Quem é você? - Perguntou ela franzindo o cenho.
- Como você sabia que eu iria bater? - Jackson estava parado na frente da porta de madeira com a mão levantada, preparado para bater. Emily o olhou dos pés à cabeça e deu um passo para trás, permitindo a entrada do menino.
- Voltando ao assunto.... Tem duas coisas que eu realmente não tolero na minha sala de aula: Desrespeito e atraso. -A professora olhou diretamente para Jackson, levantando a sobrancelha esquerda. Scott não podia ignorar, ele realmente conhecia o garoto de algum lugar, talvez seja seus cabelos negros, ou seu modo de vestir somente com roupas escuras, mas não podia ignorá-lo, era o segundo dia de aula e nada mudava.
A aula durou quarenta e cinco minutos e a maioria dos alunos ali presentes se seguraram o máximo para não adormecer. Quando Emily saiu, poucos continuaram na sala aguardando pelo próximo professor, Scott levantou o mais rápido possível de sua cadeira, deixando um caderno e sua caneta sobre a mesa. Ele não sabia para onde iria, mas não queria estar ali sentado e sendo observado pelo garoto estranho. Antes que Scott pudesse sair da sala, um homem alto, com óculos de armação negra e cabelo preto como um corvo, colocou uma enorme papelada sobre a mesa e sentou-se em seu devido assento.
- Atenção alunos! - Gritou ele, levantando a mão, chamando a atenção de todos. - Eu tenho um trabalho para vocês e eu quero que todos o executem até o final de minha aula.... Bem, eu quero que vocês se juntem com o colega de turma ao lado e cada dupla vai receber cinco obras literárias desconhecidas e cada estudante vai escolher um texto para representar o parceiro. Bem, "Qual é o objetivo disso? ", vocês se perguntam... - Ele deu uma pausa. - Quero estudar vocês, quero saber o que sentem por alguém que conhecem ou não conhecem e quero analisar a leitura de todos, então, que o exercício comece!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Broken Angel
FantasíaSeus pés estavam sujos de lamas, mas ele ainda dançava em meio a chuva sangrenta que o rodeava. Não havia luz. Não havia visão. Suas asas pareciam brilhar como aço exposto ao sol. Seus inimigos o caçavam, mas isso não importava mais. Seus amigos o p...