Capítulo 3

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   Breno me levou para casa e durante todo trajeto eu fiquei calada, ele me fazia perguntas sobre o que o irmão tinha dito, mas eu não respondia. Ele até tentou puxar outro assunto, mas eu fiquei com a cabeça encostada na janela frustrada e tentando entender o que aquele irmão queria dizer com aquela profecia.

Cheguei em casa e quando eu ameaçava sair do carro, Breno me segurou e perguntou:

- Você não vai me contar mesmo, Lana? – pude sentir o desapontamento em sua voz.

- Talvez amanhã Breno, hoje eu só quero ficar sozinha e pensar.

- Entendi – disse frustrado abaixando a cabeça – amanhã a gente se fala então.

Dei um beijo em seu rosto - como de costume – e não disse uma palavra quando sai do carro, andei até a porta e me virei para ele acenando e ele se foi. Tirei o salto que estava me matando e entrei em casa com o sapato na mão direita ainda confusa.

Minha mãe e meu pai estavam na sala assistindo jornal, quando entrei, minha mãe deu um salto da poltrona de felicidade.

- Aleluia minha filha! Tô com fome, você achaque só você gosta de comida nessa casa?

Mesmo achando engraçado, não consegui dar mais que um meio sorriso.

-Não tô com fome, mãe?

- O QUÊ? – disseram meus pais em um dueto, surpresos por eu estar "negando" comida.

- Não tô com fome- repeti.

- Minha filha, você está bem – e pôs a mão em minha testa para medir minha temperatura.

- Estou mãe – desviei de suas mãos – vou pro meu quarto. Amanhã a gente se fala, amo vocês – dei um beijo nela e subi.

Tirei meu vestido e pus meu pijama rosa com bolinhas brancas, deitei na cama e peguei o celular, assim que liguei o WiFi, começaram a chegar as mensagens.

"Oi, sua chata, nem fala mais com a gente. Droga esqueci, hoje é domingo, dia de passar 24 horas com Breno, aff. Quando tiver um tempo pra mim me chama."

Enquanto lia essa mensagem da Carla gargalhei um pouco, ela é uma amiga muito ciumenta, na verdade eu a ensinei ser assim.

Conheci Carla na escola, ela era tímida que nem eu não sei por que mais pessoas tímidas sempre me davam segurança – é eu sei, é estranho.

"OOOOOOOOOh, você vai... Ah droga, esqueci! Você tá com o Breno, me chama quando chegar."

E assim foi com vários outros colegas sempre completando... "Ah, hoje é domingo, você tá como Breno".

Depois de dar uma olhadinha nas redes sociais eu acabei cochilando, mas aquela palavra invadiu os meus sonhos e eu acordei de madrugada preocupada com o que aquele irmão tinha profetizado sobre mim. O que ele queria dizer? Que caminhos são esses? Eu já conheço o caminho de Deus, porque ele falou aquilo? Como os caminhos de Deus vão me levar para morte?

Liguei o WiFi, tinha perdido o sono e como eu não tinha nada pra fazer dei umas olhadas nas redes sociais, respondi o pessoal falando sobre a conspiração que eles estavam fazendo comigo, porque na boa, pra todo mundo falar que era domingo e que eu estava com Breno era conspiração. Eles sabem que eu não repondo nos domingos porque o Breno sempre vem em casa, virou rotina e eu nunca me enjôo dele.

Ajeitei-me na cabeceira da cama me apoiando no meu travesseiro de fronha branca com coraçõezinhos e logo veio a mensagem do Tiago:

"Oi gata, tudo bem?"

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