Capítulo 5

125 7 0
                                    


- Breno, pelo amor de Deus, passa em casa quando você sair do trabalho – pedi suplicando e chorando ao telefone.

- Lana, você tá chorando? O que aconteceu? – perguntou apreensivo.

- Não dá pra falar pelo telefone – não que ele estivesse grampeado ou que fosse assunto de FBI – é melhor falar pessoalmente.

- Tá. Saindo daqui, corro praí. Fica bem.

Não respondi e desliguei.

Era quase uma da tarde e eu estava ali no chão da sala onde eu tinha me deixado levar pela sedução de Ricardo. Nina me fez companhia durante todo tempo me dando umas lambidas no rosto como se quisesse me consolar.

Subi para meu quarto e só então percebi que estava sem roupa. Entrei no meu quarto e peguei uma toalha no meu guarda - roupa e fui para o banho. Tranquei a porta e tentei não encarar o espelho porque não queria ver o trapo que estava refletido ali, então pendurei a minha toalha preta no box de vidro transparente, liguei o chuveiro e deixei que a água quente caísse sobre mim.

- Me perdoa, Deus, eu não me contive e eu sei que eu errei e nem mereço estar aqui Te suplicando perdão porque eu sou uma idiota, podre que não merece o Seu amor – orei chorando e desabando sobre o piso não sabendo se as minhas lágrimas rolavam devido a água que corria – me perdooooooooooaaaaaaaa – berrei e comecei a soluçar.

Depois de um banho longo e demorado – que eu fiquei mais chorando do que tomei banho – fui me secar e por mais que eu tivesse tentado evitar meu reflexo quando entrei no banheiro, decidi me encarar e olhando para os olhos castanhos refletidos no espelho disse:

- Você deveria ter sido mais forte! Você não deveria ter perdido a cabeça, sua burra, idiota, imprestável! – Agarrei meus cabelos - Arrrrrrrggggggg! – uivei com raiva.

Depois que saí do banheiro fui para o meu quarto e enquanto eu colocava a minha roupa eu chorava de desgosto, de raiva de mim. Parei na frente do espelho grudado na parede e comecei a cantar a musica da Fernanda chorando "Quem é essa mulher no espelho, nem princesa nem irmã, quem poderá me resgatar devolver minhas vestes?".

Caí no chão não acreditando que eu tinha me entregado a Ricardo mais uma vez, era para eu aceitar o seu perdão e nada mais. Não entendo porque ele também não relutou, eu não entendo. Ele sabia que não estávamos mais juntos e que aquilo não era para acontecer, ele sabia que isso iria me ferir de novo, se ele queria mesmo o meu perdão, porque ele fez isso?

Era duas e quinze da tarde quando desci para a sala, peguei o controle, liguei a TV e fui para a cozinha estourar pipoca de manteiga no micro-ondas e por o chá mate no fogo.

Depois de prontos, fui para a sala com a pipoca posta em um recipiente – que não sei o nome – verde próprio para ela, a minha caneca da Minnie – não era infantil se você pensou isso - e com o bule de chá para não precisar ficar levantando toda hora. Os pus em cima da mesinha de centro ao mesmo tempo em que meu celular vibrou.

- Alô?

- Hoje foi você quem deu o bolo – disse Fernando dando uma gargalhadinhas sem graça.

- Fernando – bati a mão na testa – esqueci do encontro hoje, me perdoa.

- Sua voz está estranha, aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupado.

Só me dei conta que minha voz estava chorosa depois que ele comentou.

- Não, não – sim, estou desolada, estou sofrendo, eu me odeio, odeio meu ex-namorado mais do que nunca, pensei em dizer, mas continuei:

Nos Planos De DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora