Sou Importante

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Eu estava de frente para o corpo do velhote, seu sangue escorria assim como minha lágrima. Eu não estava triste nem com raiva, mas Jake estava, furioso, triste, magoado. Eu estava fazendo de tudo para me manter no controle, por que era certo que ele mataria o primeiro que passasse na nossa frente, especialmente se fosse o chefe.

Demyan chorou a morte do velhote, ele foi tirado com muita dificuldade, bateu em alguns mafiosos e depois foi apagado.

Eu não sabia como poderia reagir a tudo aquilo, ver o corpo dele no chão, sem vida, só com o a poça de sangue em volta, não era o tipo de coisa que eu esperava. Aprendi ali mesmo que todos estamos propícios a perder pessoas que consideramos próximas, independente de quem sejam.

Passei a mão em meu rosto e consegui sentir as lágrimas em meus dedos. Saio dali, e vou para fora de casa. Sentir o vento passar por mim, era tudo o que eu precisava.

Depois disso, apenas voltei pro meu quarto e deixei Jake sentir essa dor. No final de tudo, deixei ele no controle, eu não tinha como combater toda aquela dor e ira.

- O mundo é mais feio do que parece ser. – Falei.

- Nem tudo é como você imagina, Jake. – Falou Jack no meu pensamento.

- Eu só não queria que as pessoas próximas de mim, morressem. – Falei.

- Então faça o que eles querem e fique mais forte. – Falou Jack.

Essa palavras que vieram da minha cabeça, ecoaram na minha cabeça. Estranho? Muito.

Eu sabia que para proteger todos aqueles que amo, precisaria ficar muito mais forte e habilidoso do que eu já sou.

Seguro todo meu choro, fui para o banheiro e lavei meu rosto, logo depois olhei e vi meu rosto, já estava mais que na hora de eu assumir a responsabilidade de tudo.

Vou para a cama e durmo, sabia que os próximos dias serão bem diferentes.

Logo que acordo, já me arrumo e desço, tomo meu café da manhã e vou para o subterrâneo, precisava ver como Demyan estava.

Quando chego a sua cela, ele estava sentado, com a cabeça abaixada nos joelhos. Eu o chamo e ele me olha.

- Por que está aqui? – Perguntou ele.

- Vim saber como estava. – Falei.

- E para que? – Perguntou ele. – Você não se importa.

- O meu outro eu não se importa. – Falei. – Eu me importo.

- Como assim seu outro eu? – Disse ele.

- É uma longa história. – Falei.

- Bom, eu não tenho para onde ir mesmo. – Disse ele.

- Verdade. – Respondi.

- Seus olhos estão escuros novamente. – Falou ele.

- Isso também está na longa história. – Falei.

- E você vai me contar ou vai ficar fazendo mistério? – Disse ele.

- Achei que estivesse com raiva de mim. – Falei.

- Eu estava, mas depois parei e pensei. – Disse ele. – Você não o matou, foi filho da p...

- Calma ae Al Pacino, esse linguajar deselegante. – Falei.

- Hmmm, tá muito fresco, Sr. Chique. – Disse ele.

Demos uma risada fraca, por que o clima não era de alegria naquele momento, mas a graça precisava estar nos momentos mais difíceis para que as coisas não pareçam impossíveis ou sem esperança.

Entre Dois Mundos [Completo] #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora