5 - Debaixo dos Panos

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Bay Ville estava de luto, aquela cidade pequena do interior e pacata demais para se ouvir notícias, estourava de tanto repórteres. Momentos após a surpresa na faculdade, os médicos legistas preparavam o corpo, colocando-o no famoso e velho saco preto. Enquanto os amigos de Rebecca tentavam encontrar respostas com alguns professores, a própria Rebecca procurava por Scott, tentando entrar de qualquer maneira no campus. Ela se afasta da multidão indo para uma rua lateral com várias lanchonetes onde os alunos passavam tempo, mas naquele momento a maioria delas estava fechada. No entanto havia uma aberta e numa mesa redonda na calçada, Rebecca avista um homem de costas que chama sua atenção, ela logo corre até ele.

– Scott? – Suas mãos apertavam os ombros daquele jovem moço.

– Ei amor. Sente-se.

Rebecca senta aliviada e aproveita para dar um gole do suco de Scott. – Fiquei preocupada, as ligações caíram na caixa postal.

Scott pega as mãos de Rebecca. – Calma, estou bem. Meu celular acabou a bateria. – Scott se levanta puxando Rebecca consigo. – Eu vi vários policiais na faculdade, saí cedo e vim para cá passar o tempo.

– Achei que tivesse acontecido algo com você ou que você... – Rebecca desvia seu olhar para fora da lanchonete, Scott paga seu lanche, mas esquece do troco pensando em que Rebecca achava sobre ele.

– Que eu fiz aquilo? – Sua mão agora não a sentia mais, parecia que seu chão houvesse aberto.

– Amor perdão. Sinceramente. – Rebecca para na frente de Scott com suas mãos em seus braços e seus olhos compenetrados nos dele. – Fiquei com medo. Não sabemos muito ainda dessa nossa natureza.

Scott pega a mão de Rebecca e a puxa. – Vamos, eu te entendo.

Rebecca e Scott se encontram com seus amigos que ainda estavam no local.

– Que bom que vocês estão bem. – Diz Lizzie agarrando-os com um forte abraço.

Lucca se aproxima dos dois. – Até agora não temos muitas novidades sobre tudo isso.

– Onde está Carol? – Questiona Rebecca assustada.

– Pediu para a mãe vir busca-la. Ela passou mal com tudo isso.

Rebecca avista seu pai junto com os policiais e outros professores e decide ir até ele. Ao perceber que a filha se aproximava, Rick se despede deles, deixando outra pessoa terminar com os policiais e logo sai ao encontro de Rebecca.

– Oi filha. Que confusão tudo isso hein.

– Rebecca o abraça, parecia que a tensão entre eles do final de semana havia sido quebrada. – Pai, que bom que você está bem.

– Claro. Vamos embora comigo, estou com o carro de sua mãe e ela vai precisar.

Rebecca abaixa a cabeça e alisa seus cabelos, pensando em tudo que conversaram anteriormente. Logo rapidamente ela lembra de seus amigos e acena com sua mão, despedindo deles com um tchau.

No carro, a paisagem passava lentamente aos olhos de Rebecca, as poucas lembranças daquele lugar a deixavam pensativa e aérea enquanto Rick falava.

– Não é filha? Rebecca?

– Oi? O que pai? – Sua lentidão em responder irritava Rick.

– Acorda Rebecca. Eu disse que seria bom você ter um carrinho para ir para a nova faculdade.

Aquela palavra entrava como flecha em seu peito, mas ao mesmo tempo refazia a tensão com seu pai. – Nova? Já vem você com esse papo pai.

– Exato, nova. Rebecca não importa o que aconteça, nós vamos sair dessa cidade.

Sob o Luar, O InícioOnde histórias criam vida. Descubra agora