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-Quem é meu pai, vó?

-August.

Agora minhas lágrimas queimaram na minha pele.
Meu pai estava aqui o tempo todo. Meu pai que não é meu pai cuidou de mim, me fez rir quando chorei, mentiu pra mim, mas cuidou de mim.
E de repente meu pai resolve aparecer, atua, finge que não me conhece, finge que "não conhecia aquele lado da minha mãe". Ele conhecia sim... Ele me conhecia. Ele é meu pai, da pra acreditar nisso?

-August?!

-Sim, filho...

Fui pro banheiro.

Fiquei me olhando no espelho

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Fiquei me olhando no espelho.
Eu pareço com August? Eu pareço com minha mãe?
Sei lá, de repente fizeram uma plástica em mim quando eu era menor pra me parecer com algum dos dois porque me acharam no lixo e não queriam que eu soubesse.
Muitas mentiras...

Sentei na banheira, fiquei pensando

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Sentei na banheira, fiquei pensando...
A porta abriu, esqueci de trancar.
Bryan, como sempre.

-Poderia estar tomando banho.-Disse.

-Ainda bem que não está.

Se sentou ao meu lado.
Mais uma lágrima quente.
Limpei.
-Por que estou chorando? Estou tão cansada de chorar por coisas bobas. Eu achei que minha vida ia começar a arrumar.-Ri ironicamente.-Fui estúpida em pensar isso.

-Infelizmente eu não sei como te consolar dessa vez.

-Não precisa. Acho que nem é tão grave assim. Eu não vou chorar... Não... Como eu vou ficar quando ver a cara de August novamente? Ah... Que droga!! Todos mentiram, por 15 anos...

-É... Essa banheira é dura. Quer ir pra sua cama?-Mudou de assunto pra não deixar eu me afogar em meus pensamentos.

-Não... Não quero ver a cara do vovô nem da vovó.

-Entendi... Então vou te fazer companhia.

Alguns minutos se passaram, e acabei dormindo.

7 horas da manhã e acordei na cama de Bryan, com ele colocando a camisa da escola e arrumando o cabelo.
Tinha um colchão todo bagunçado.
-Seu quarto é lá em cima, deu preguiça de te levar. Agora vai pro chuveiro se não vamos nos atrasar. -Me chacoalhou.

-Uammamkzoql.-Não dá pra explicar o que disse, apenas fiz barulhos de urso, pra não levantar.

-Vai logo,pessoa.- Abriu a cortina na minha cara.

-Eu não quero ir pra escola.-Me enrolei.

-Eu sei... Mas hoje tem prova, esqueceu?

-Não... Mas nas respostas só serei capaz de escrever "Meu pai não é quem eu pensava que era".

Ele tirou o cobertor de mim.
-Vamos pra escola, e se você não se sentir bem volta pra casa.

-Tá!!!

Levantei, morrendo de sono, tomei banho, me arrumei, e fomos para a escola.





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