Mergulho no Desespero

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Lobo's P.O.V.

O Caçador.

Ele foi minha última visão antes da explosão.

O chão abaixo de nós começou a estremecer, parecia que a terra estava sendo sacudida.

- Bom mergulho! - Ele havia dito, e em seguida os carros na ponte voaram para longe, estilhaçando em mil pedaços.

"Segure-se Fios de Fogo!", berrei para ela, que agarrou meu pescoço com força.

Comecei a correr na beirada da ponte a toda velocidade.

Bummmm!!!

Outra bomba explodiu atrás de nós.

- Kristian é louco! - Fios de Fogo berrou por cima da explosão.

Olhei para trás, a ponte estava desmontando, tijolo por tijolo, pedra por pedra, como naquelas cenas cinematográficas onde o chão some abaixo de nossos pés.

- Vai mais rápido! - Ela implorou.

Bummm!!!

- Lobo an...

Ela não terminou de falar.

"O quê?!", berrei.

Olhei para cima, mas ela não estava mais montada em minhas costas.

"FIOS DE FOGO?!"

Ela estava caindo.

Caindo da ponte, sem gritar, com olhos fechador.

Sua cabeça sangrava e então:

Splesh!

Ela afundou na água.

Arregalei os olhos.

Ela estava morta?

Outra granada explodiu abaixo de meus pés, fazendo o chão estilhaçar, e então eu também estava caindo. A adrenalina e o medo faziam meu coração bater a mil por hora.

Droga.

Droga.

Droga.

Isso não era nada bom.

Não foi possível contar quanto tempo durou a queda, mas a dor dela sim.

O choque da água gelada contra meu corpo, me fez perder momentaneamente os sentidos.

Eu iria morrer.

Senti meu pulmão ser comprimido pela água e a falta de ar e o sal do mar que queimava meus olhos. Podia ver as bolhas de ar que soltava subindo pela superfície.

Contei até três.

"Se concentre", ordenei a mim mesmo.

"Concentre-se".

Nadar.

Eu sabia nadar.

Empurrei o corpo na direção na qual as bolhas de ar subiam, e dois minutos depois eu estava na superfície.

Puxei o máximo de ar que podia.

"Fios de Fogo!", chamei, numa tentativa inútil de fazê-la me ouvir, mas mesmo que conseguisse, ela não responderia, pois estava desacordada.

Precisava encontrá-la, ou ela morreria.

Olhei ao redor, só havia água, e os pilares da ponte que agora afundavam na água.

Mergulhei novamente.

Onde ela estaria?

Não podia deixá-la morrer, eu tinha que salvá-la, tínhamos um trato, e eu jurara protegê-la até a casa de sua avó. Não podia traí-la daquela forma.

A Garota Do Cachecol VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora