Only love [Double love Double R 2]

Capítulo 26

[Ross]

-Ross... Eu... Eu estou... Grávida! -ela diz atrapalhadamente e eu por momentos penso se não estarei a sonhar e isto é apenas um susto da minha imaginação.

-Tu o quê??

-Desculpa... Eu também fiquei em choque, mas é verdade, vamos ter um filho...

-Vamos?? Tu tens a certeza? Fizeste o teste?? -pergunto mais do que em choque e totalmente confuso.

-Claro! Achas que te vinha dizer uma coisa destas sem ter a certeza??? -quase grita comigo e a sua cara é de mágoa, mas eu não quero acreditar no que ouço.

-Nós não podemos ter um filho...

-O quê? Que queres dizer com isso?

-Eu não estou preparado e depois o que é que as pessoas vão dizer? Caso não te lembres sou famoso e um monte de olhares estão a toda a hora em cima de mim! Se se sabe que estás grávida de mim nunca mais me deixam!!

-Tás a gozar certo?? -desta vez grita mesmo comigo- A tua vida e imagem é mais importante que eu e que a nova vida que tenho dentro de mim?? Para além, claro, de estares a falar de mim como uma puta qualquer com quem passaste uma noite e que de repente apareceu a dizer que vais ter um filho! Nós temos uma história de mais de um ano... Eu sempre pensei que era mais que isso, pensei que gostavas mais de mim... -as suas palavras chocam contra mim e eu percebo que talvez tenha sido um pouco indelicado.

-Não era isso que eu queria dizer... É só que eu tenho muito a perde e tu...

-E eu não tenho nada, eu sou uma rameira qualquer... Sim, estou a ver!

-Não é isso, entende o que quero dizer... Eu não posso...

-Sim, TU não podes!! -um silêncio constrangedor envolve-nos- Eu imaginei esta cena muitas vezes na minha cabeça, mas nenhuma era assim, nenhuma era assim tão horrível! -os seus olhos são lágrimas e apertam o meu coração, ela levanta-se e vira-me costas indo em direção à porta- Adeus, Ross... -diz ao abrir a porta e saindo de seguida.

-Liliana! Onde vais?? -vou até à porta.

Já só tenho tempo de ouvir passos acelerados e soluços atrapalhados acabando com o bater da porta de entrada. Vozes ainda se ouvem, sendo uma das perguntas a mais solicitada "O que se passa?", os meus irmãos estão lá em baixo e viram-na mal...

Fecho a porta e volto para me deitar na cama, fico a olhar para o tecto branco, as minhas mãos passam pelo meu cabelo onde acabam por se emaranhar totalmente, puxo-o e a dor que sinto sabe a pouco...

Penso no que acabou de acontecer e apercebo-me que não me lembro bem do que disse, não sei o que fiz, tudo em mim se descontrolou, sei que a minha namorada (Sim, porque apesar de tudo ninguém acabou nada e eu espero que continue assim) ficou chateada comigo, provavelmente com razão, porque quando não penso no que digo só sai merda!

Lembro-me de como ela achou que a estava a comparar a uma puta e que não a amava, só mentiras... Aliás, haveram mentiras maiores?? Não! É impossível eu não gostar dela e amá-la é lei, nunca a trocaria por nada, muito menos lhe chamaria de vadia! Que merda fui fazer??

Ela está grávida, eu sou pai daquele bebé, ponto! É isso que eu tenho de assimilar, não preciso de fazer mais nada, muito menos de dizer estupideces, mas foi isso que fiz... O choque e o stress não são justificação, eu sei, mas eu não tenho mais como explicar a merda que acabei de fazer!

-Posso? -vejo o meu irmão mais velho à porta.

-Não sabes bater à porta?!

-Mas eu bati, várias vezes até! Tu é que não ouviste nada!!