Capítulo 27

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[Rocky]

Ela diz-me o seu nome e eu fico a pensar que o conheço de algum lado, quando ia para lhe perguntar ela agarra o meu braço e começa a puxar-me para corrermos até um dos cafés mais próximos.

-Mesmo assim encharcámos-nos!!! Ahahah -diz olhando para si e depois para mim.

-Tiffany... -deixo escapar o nome.

-Sim!? -ela reage e tenho mesmo a certeza que ouvi bem o seu nome.

-Tu conheces a Cristiana?!

-Sabes que existem muitas Cristiana's à face da terra?? -pergunta e eu encolho os ombros- Mas sim, eu conheço a tua namorada e minha ex-colega de casa...

-Então és mesmo tu a Tiffany, a amiga dela...

-Mais ou menos, acho que já não somos amigas!

-Então??

-Não sei se devo falar sobre isto... Ela já falou contigo??

-Falou comigo sobre o quê? -pergunto agora impaciente não percebendo bem por onde está a ir a conversa.

-É melhor eu não dizer nada...

-Não! Diz-me, já nada me surpreende!

-Ok, tu é que sabes... Nós afastámos-nos porque ela conheceu um rapaz, que por acaso é o meu ex e um grande mulherengo, e eu tentei avisá-la sobre ele, mas ela não quis ouvir! Ele virou-a contra mim contando-lhe mentiras e então chateámos-nos mesmo quando eles começaram a ser demasiado amigos, se é que entendes... -uma lágrima escorre pela sua face e eu fico pálido ao ouvi-la, nada que eu não tenha pensado, mas não queria querer.

-Então ela traiu-me mesmo??

-Lamento... -apenas responde confirmando.

-Obrigado por tudo Tiffany!

-Sabes... Ela não te merece!! -ela segura a minha mão, mas eu afasto-me.

-Pois... És espectacular, mas eu tenho de ir... -apresso-me a dizer virando costas.

-Vais embora assim?

-Desculpa, ainda tenho uma longa viagem a fazer... -repondo e volto a seguir caminho até ao meu carro.

Concentro-me na estrada e no destino bem fixo que tenho em mente: a casa de férias da minha família. Fica longe e isolada o suficiente, perfeita.

Acelarei caminho fora o mais que pude, queria tirar tudo da minha mente, mas de maneira nenhuma consegui evitar as lágrimas de escorrerem pela minha face... O caminho parecia maior do que me lembrava, parecia nunca mais acabar, só queria enfiar-me em casa sem mais nada à volta.

Finalmente parei o carro, peguei nas minhas coisas e fui para casa. Bati a porta com força, mandei a minha mochila para o chão e agora sim, poderia descarregar toda a minha raiva!

Dei comigo aos pontapés a tudo, em menos de nada tudo estava virado do avesso... Decoração espalhada pelo chão, coisas partidas, mesa e sofás revirados, tudo o que eu podia ter destruído já está desfeito.

Agora estava sentado no canto mais abandonado da sala. A minha cabeça afundava entre os meus joelhos flectidos, as minhas mãos emaranhavam-se no meu cabelo, puxando-o. A dor interior superava mil vezes a exterior.

Sinto-me um boneco, um boneco de peluche usado, amachucado, desfeito e descartado... Já não era mais preciso, já estou gasto demais, já não sou nada!

É fácil lembrar os momentos em que já fui tudo, ou terá sido apenas ilusão, uma invenção maquiavélica da minha mente?! O que terá sido tudo afinal? Amor não foi com certeza...

Only love [Double love Double R 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora