Capítulo 9

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Antes de eu abrir os olhos, a cena de ontem veio a minha cabeça. Mas tentei me livrar e peguei meu celular. Adivinha? Uma mensagem de Diogo.
Assim que eu li, meus olhos lacrimejaram.

- Mãe! - Gritei do meu quarto, ainda deitada.

- Oi? - Ela apareceu na porta e quando entrou, acendeu as luzes. - Por que está chorando?

Não respondi. Estendi minha mão para que ela pegasse o celular. Ela leu a mensagem.

- Não precisa chorar por causa disso! Você sempre sabe o que fazer, não será dessa vez que ficará perdida! - Após dizer isso, ela me abraçou.

- Sinceramente mãe, eu não sei o que seria de mim sem você!

Após a conversa, eu já sabia o que fazer. Precisava me decidir o mais rápido possível e essa decisão não é impossível!

Tomei um banho, lavei meu cabelo. Coloquei uma roupa qualquer e fui ao salão fazer minha sobrancelha. Não é a melhor ocasião, mas já estava marcada desde semana passada. Lá era o melhor lugar. A equipe sabia direitinho do que eu gostava.

Quando sai, fui direto para casa de Felipe, que ficava algumas quadras de distância do salão.

Bati na porta várias vezes até ele abrir.

- Quem chega essa hora na casa dos outros? - Ele disse debochando.

- Já é quase meio dia Felipe! Posso entrar? - Sorri falsamente.

Sem responder, ele deu espaço pra eu passar.

- Eu nem sei como começar, na verdade nem pensei no que dizer quando eu chegasse... - Fui interrompida.

- Felipe, você viu minha calcinha? - Uma garota gritou do quarto.

- Não é o que está pensando! - Ele tentou reverter.

- Não sei ainda o por que perco o meu tempo para vir conversar com você! Realmente, achei que tivesse ocorrido um progresso em vez de uma regressão na sua vida! - Alterei um pouco a voz, não consegui conter minha raiva misturada com culpa.

- E você? Vai para outro país, encontra um amigo meu que, por coincidência é seu... amiguinho que passa a tarde com você e assisti filminho junto, enquanto eu acho que está pensando no amor que sinto por ti!

- Isso não é motivo pra trazer uma garota para casa de seus pais, que por sinal nem estão em casa. Quando você tiver tempo suficiente para conversar comigo e me ouvir, me chama. Caso ao contrário, vai curtir sua vida e me esquece. - Virei as costas e voltei para meu carro.

A minha vida amorosa estava virando um jogo em que alguém vai se dar mal se continuar dessa forma.

Voltei para casa e quando cheguei Diogo estava sentado no banco que havia em baixo da árvore, em frente minha casa.

Só pode ser brincadeira...

- Não precisa me julgar, já ouvi o suficiente por hoje! - Eu disse assim que desci do carro.

Sem dizer nada, ele me puxou para um beijo que me pegou de surpresa. E por sinal uma surpresa muito boa!

Era um beijo calmo e sem pressa. Ambos precisavam daquele momento.

- Agora pode me explicar o que aconteceu ontem? - Ele disse e eu sorri.

- Sabia que isso teria um preço. Posso sim, vamos entrar? - Convidei-o.

Entramos e fomos para uma sala reservada que ficava mais aos fundos. Minha mãe estava assistindo TV, não quis incomodar.

- O que quer saber? - Perguntei friamente.

- Primeiramente, se eu estou sendo usado, se vocês tem alguma coisa...

- Vou considerar sua pergunta como uma dúvida simples e não uma ofensa a mim! Mas não, não tenho nada com ele e nem com ninguém. O que acontece entre a gente, é que somos ex namorados e terminamos há 3 meses... Porém, ele ainda gosta de mim.

- Bacana. Mas e o seu sentimento? - Ele perguntou desconfiado.

Parei e pensei...

- Não sei. Tudo aconteceu muito rápido! Terminei com ele, conheci minha mãe biológica, reencontrei você que foi a minha companhia durante muitos anos e você sabe disso! Então é complicado decidir do dia para noite, literalmente, quem eu amo ou deixo de amar. Até por que amar não é só conversar o necessário. Entende?

- Entendo. Eu sei que é muito difícil para você essa situação e por isso terá o tempo suficiente que precisar! Só espero que não pare de falar comigo por esse tempo, por que eu gosto muito de você para não te ver mais.

- Obrigado! - Eu o abracei.

- Preciso ir agora, mas qualquer coisa me liga!

- Tudo bem.

O acompanhei até a porta.

- Filha? Tudo bem? - Minha mãe perguntou sorridente.

- Acho que sim. - Expliquei sobre o que havia acontecido na casa do Felipe.

- Eu não deveria dizer isso, mas acho que você precisa ouvir. O Felipe é aquele estilo...

- Safado! - Eu completei.

Ela continuou...

- Sim. E o Diogo parece ser mais na dele... Você é nova ainda e como o Diogo disse, você tem todo o tempo necessário! - Ela sorriu.

- Mãe, por acaso a senhora esta ouvindo minhas conversas? - dei risada.

- Imagina, claro que não!

Meu celular logo tocou, era apenas mensagem de operadora.

O Namorado Da Minha MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora