Capítulo 3: A decisão é tomada

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- Irei conversar um pouco sobre a minha mãe. Não a conheço muito bem, resolvi pegar algumas idéias com ele! - Eu disse ao João.

- Entendo perfeitamente! Eles se conhecem a pouco tempo, se ele souber alguma coisa. - Ele disse e deu risada.

O resto do caminho ficamos em silêncio. Aquela agonia estava me matando.

- Chegamos Elisa. Deseja que eu te espere? - Ele perguntou educadamente.

- Não, pegarei um táxi depois.

Assim que saí do carro ele se foi. Era um apartamento e Diogo morava na cobertura. Subi o elevador e dei de cara com a porta aberta.

- Estava me esperando? - Eu disse encarando aqueles olhos lindos.

- Sim. Sempre soube que você me amava. - Ele disse tentando me beijar.

- Não, você está completamente errado! Vim para fazer um acordo de paz.

- Você só pode estar brincando! - Ele disse e se sentou no sofá.

- Não, muito pelo contrário. Nós iremos nos ver por mais dois dias e depois eu irei embora. Voltarei para o lugar de onde eu nunca deveria ter saido. E mais, aquele meio beijo que rolou, esquece. Minha mãe não pode saber. - Virei as costas e uma lágrima escorreu. Limpei rapidamente antes que ele visse.

- Você tem certeza do que diz?

- Nunca tive tanta certeza na minha vida! - Eu disse ainda virada de costas.

- Tudo bem! Pode ir embora.

Eu saí e desci as escadas, abandonando o elevador. Precisava pensar o por que de estar falando aquilo para o amor da minha vida.
A única coisa que eu tinha certeza era que precisava ir embora.

- Táxi! - Gritei para o carro.

Voltei para a casa e arrumei o meu quarto, que mesmo tendo várias empregadas, eu gostava de arrumar do meu jeito.

- Será que posso perguntar o que aconteceu? - Dona Cida disse entrando no quarto.

- Aconteceu o que precisava acontecer. Eu disse que não o amava e resolvi adiantar a minha volta para o Estados Unidos. Pensei e cheguei a conclusão que não posso chegar do nada e virar um tudo na vida da Raquel. Irei embora, assim que ela voltar.

- Tem certeza do que vai fazer?

- Sinceramente, não! - Eu a abracei.

Após uma longa conversa, tomei um banho e resolvi ir ao shopping fazer compras. Comprei dois vestidos e um conjunto de moletom para minha mãe adotiva. Para a Raquel comprei um brinco e um chapéu, ela usava frequentemente.
Voltei para casa, jantei e liguei para minha mãe adotiva.

- Mãe, quanta saudade!

- Eu também minha filha.

- Voltarei mais cedo do que o esperado.

- Estarei esperando, preciso desligar vou atender a porta.

- Beijos, te amo!

Arrumei as minhas compras na mala e adormeci.

* Diogo/Júlio narrando *

As palavras que a Elisa me disse foram como um tiro. Eu sabia que ela estava fazendo aquilo para dar uma de boa filha. Mas eu não vou ficar mais com a mãe dela, abrirei o espaço para ficarmos juntos. Elisa voltará para os EUA e eu irei ficar por lá. A final, minha faculdade exige que eu abra novos horizontes.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Raquel.

"Raquel, precisamos conversar!"

" Eu sei! Voltarei na terça feira, irei direto ."

" Tudo bem."

Depois da conversa nada agradável com a Raquel, dormi.

* Elisa narrando *

Já era terça feira e nada da minha mãe chegar. Liguei em seu celular e só dava caixa postal, estava preocupada.

- Cida, vou comprar a minha passagem e resolver algumas coisas, se minha mãe chegar avisa ela por favor! - Eu disse gritando da janela.

- Pode deixar, vá com Deus!

Ela disse e eu tranquei a porta.

- João vamos ao aeroporto.

- Tudo bem.

Ele ligou o som e colocou o pen drive que eu mais gostava. Depois de alguns minutos já havíamos chegado.

- Me espere aqui por favor João! - Eu disse e saí do carro.

Após comprar a minha passagem voltei para o carro e segui para casa.

- Cida, vou embora as 23:20 da noite.

- Tudo bem. Sua mãe chegou, deixou as malas e saiu.

- Poxa, ela não quis me esperar? - Eu disse tristonha.

- Quer um suco? - Ela perguntou mudando de assunto.

- Você sabe onde ela foi?

- Na casa do Júlio. Parecia estar brava.
- Assim que ela chegar mande ela ir ao meu quarto, precisamos conversar. Ah, eu aceito o suco.

- Tudo bem.

Fui para meu quarto, deixei o suco sob a mesa e espiei algumas redes sociais. Havia algumas mensagens do meu ex namorado, Felipe.
Começamos o nosso namoro quando eu tinha quinze anos e terminamos a dois meses. Não estava dando mais.

" Eu passo o tempo inteiro pensando em você, podemos nos ver? " - De Felipe.

" Podemos sim! Mas não estou nos EUA, quando voltar te falo! "

Nós havíamos terminado mas éramos amigos, não teria nenhum problema em conversarmos.

* Diogo/Júlio narrando *

Acordei com a campainha tocando. Abri a porta.

- Posso entrar? - Raquel disse.

- Sim, claro! - Dei espaço para ela passar.

- Pode falar.

- Fale primeiro. - Eu insisti.

- Acho que não está dando mais para nos ficarmos juntos. Tanto pela diferença de idade, nossos planos são diferentes.

- Exatamente isso!

Ela se aproximou, me abraçou e saiu.

- Tchau para você também! - Disse baixo o suficiente para ela não ouvir.

O Namorado Da Minha MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora