Capítulo VII

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        Thomas adentrou o apartamento tentando fazer o mínimo de barulho que conseguia, evitando acordar sua namorada, o que foi em vão, pois ela já estava acordada e seu rosto inchado demonstrava que chorara há algum tempo.

        - Olá – ele cumprimentou-a sorrindo de forma cansada para a mulher a alguns metros de si antes de esgueirar-se completamente para dentro de seu quarto.

         - Olá??? – ela encarou-o incrédula – Você passou quase dois dias fora e tem a coragem de vir até aqui com um "olá"? – perguntou deixando que a raiva transparecesse cada vez mais por sua voz.

        - Eu fiquei no quarto do Will – o homem explicou-se brevemente.

        - Eu sei onde você estava, Thomas, eu vi! – Isabella gritou, arrependendo-se de fazê-lo no segundo seguinte, não era acostumada a resolver as coisas aos berros – Desculpe – pediu controlando sua respiração – Eu só não entendi o porque... – ela murmurou cabisbaixa.

        - Nós precisamos conversar Bella – ele disse baixo, sentando-se na cama perto de sua namorada.

        - Eu sinto tanto a sua falta, Thom – ela murmurou abraçando o homem pelo pescoço – Eu estou aqui a mais de uma semana e nós não estivemos juntos em nenhum momento! Nós mal nos falamos, Thomas! – declarou antes de aproximar seus lábios aos do namorado.

        - Nós realmente precisamos conversar Isabella – o homem disse firme desta vez, afastando-se dos lábios da mulher sem permitir que ela o beijasse e tirando os braços dela de si.

        - Como você quiser – ela bufou, irritando-se pela atitude de outro e cruzando os braços em frente aos seios de uma forma infantil – Sempre é da forma como você quer! – sussurrou para si e Thomas pôde ouvi-la, mesmo assim optou por apenas ignorá-la.

        - Eu acho que... – ele começou a dizer e encarou-a, sentindo seu peito apertar-se com o olhar triste que via no rosto da mulher que amara um dia. Thomas desviou os olhos do rosto delicado de Isabella achando mais fácil apenas encarar as próprias mãos que suavam frio em antecedência ao que falaria.

        - Você acha que? – ela pediu tranquilamente.

        - Eu acho que você deveria ir embora – o homem declarou ainda sem encara-la.

        - O que você quer dizer com ir embora? – Isabella desesperou-se, sentindo aquele estranho bolo de lágrimas formarem-se em sua garganta e um estranho arrepio gélido percorrer por todo o seu corpo.

        A mulher levou ambas as mãos às bochechas do mais velho forçando-o a encará-la desta vez.

        - O que você quer dizer com isso, Thomas? – pediu novamente, encarando-o.

        - Isabella – o homem começou tentando soltar seu rosto das mãos da namorada, desistindo assim que sentiu ela cravar as unhas com um pouco de força contra suas bochechas, não permitindo que ele se livrasse de seu toque – Eu quero dizer que isso... quer dizer, nós, não está mais dando certo – declarou incerto.

        Os lábios da mulher separaram-se e por vezes ela tentou juntá-los na intenção de dizer algo, mas parecia que Isabella havia perdido esta habilidade e nenhuma frase coerente saía de seus lábios. Thomas viu suas bochechas perderem a coloração rosada tornando-se brancas, quase como leite antes de algumas lágrimas finalmente rolarem por seus olhos.

        - Não! – ela murmurou antes que as lágrimas rolassem com mais intensidade de seus olhos tornando seu rosto aos poucos rosado novamente – Você não pode fazer isso! – grunhiu indignada afagando as bochechas do homem e aproximando seu corpo ao dele – Não, não, não!

Untrue //DylmasOnde histórias criam vida. Descubra agora