2.Que Os Jogos Comecem...

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Depois de eu já ter feito minhas lições, voltei para a pagina do conto que eu estava lendo, já era tarde mas o computador ainda tinha bateria, então resolvi dar mais uma olhadinha pra ver se descobria alguma coisa

''Logo em seguida chegou Clara, a mãe de Gabi, para busca-la. Clara era uma mulher jovem, loira, que adorava filosofar sobre a vida, sempre muito observadora percebeu o olhar preocupado e tenso da filha e resolveu perguntar:

-Aconteceu alguma coisa¿

-Não- Respondeu Gabi de cabeça baixa para que sua mãe não percebesse que estava mentindo- é que a professora de história passou um trabalho em cartaz para amanhã, a minha dupla é a Sah e a gente esqueceu de fazer, posso ir a casa dela agora de tarde ¿.

-Pode sim, mas você sabe né tem que estar em casa antes das 19hrs e não é para sair da casa dela por nada!

No caminho até em casa Gabi refletia sobre o que estava prestes a fazer, iria esquecer seu pressentimento pra não perder uma amizade, correr um certo risco sem ao menos contar para sua mãe, seria esta a ultima decisão dela.

Antes que sua mãe tivesse estacionado o carro, Gabi já havia aberto a porta para descer, despediu-se de sua mãe com o rosto virado para a entrada, estava com pressa, chegando na porta apenas ouviu:

-Ei eu te amo filha- Gritava Clara enquanto saía com o carro

Observou o carro se distanciando, depois que a mãe virou a esquina ela entrou em casa, jogou a mochila no sofá, suspirou e procurou o seu celular para ligar para Sabrina, encontrou-o em seu quarto no segundo andar da casa, ligou uma, duas, três vezes, mas só dava fora de área, persistente, tentou mais uma vez e foi atendida:

-Sabrina sua retardada! Eu sei que você está brava comigo, mas eu estou ligando pra dizer que não vou deixar você ir sozinha, apesar de estar pressentindo algo ruim e de perder meu encontro, se você puder me esperar eu vou até a sua casa- Sabrina não lhe dava nenhuma resposta, o único som que emitia ao telefone involuntariamente era o da sua respiração- fala alguma coisa pra eu saber que você está ai, sei que esta brava comigo ... ok já que você não quer conversar por telefone vamos conversar pessoalmente, estou indo pra sua casa.

Então Gabi desligou o telefone e se trocou rapidamente, comeu o prato de comida que sua mãe deixou pra ela em cima da mesa, caminhou em direção à porta em meio ao silencio da casa vazia, sua cabeça estava nas nuvens, até que se espantou com o som de seu celular tocando, achou muito mais estranho o barulho vir do segundo andar, mas para não perder a ligação correu para atender:

-Alô¿

-Oi Gabi... É a Sabrina- dizia soluçando com uma voz falha de choro- você vai vir aqui em casa mesmo¿

-Sim eu já estava pra sair, mas ai o celular tocou e eu voltei pra atender, você esta bem ¿-Gabi ouvia um sussurro enquanto falava- você está com alguém ai ¿

-NÃO! Estou bem, estou sozinha aqui em casa – Mas não foi o suficiente para convencer Gabi.

-Ta bom, mesmo assim, estou indo ai.

- Mas...

Gabi desligou o celular sem deixar que Sabrina respondesse e saiu de casa, trancou a porta e caminhou até o ponto de ônibus na rua de cima, ele estava vindo, Gabi correu, mas não deu tempo de entrar, o ônibus já havia passado do ponto, esperou mais alguns minutos até ver que não conseguiria pegar outro ônibus tão rápido então começou a caminhar, ouviu um cantar e pneus, era um carro chumbo, uma van, que acabava de virar a esquina então começou a andar mais rápido para chegar à algum comercio, mas sem que pudesse reagir foi puxada para dentro do tal carro, não viu o rosto de ninguém , tamparam sua boca e a única coisa que podia ouvir era um choro e um grito abafado, desmaiou.

Ao acordar estava de mãos atadas e olhos vendados, conseguia sentir a faixa que mantinham seus olhos fechados, estava em meio a escuridão de um lugar desconhecido então chamou por ajuda:

-Socorro!! Tem alguém aqui¿

Mas ninguém respondeu. De longe era possível ouvir passos em cima de chão molhado, então resolveu chamar a atenção da pessoa que estaria andando por ali:

-Oi¿ você pode me ajudar¿ por favor, solte as minhas mãos!!

Mas eram falhas tentativas de pedir socorro, até que o barulho parou fazendo com que Gabi entrasse em desespero gritando e implorando por socorro:

-Me ajuda socorro!! Você ainda esta ai¿

A única coisa que ouvia eram passos que ficavam mais intensos a cada segundo até o momento em que foram interrompidos novamente deixando uma única duvida na cabeça de Gabi ''Será que ele esta perto de mim¿''. Essa pergunta foi respondida com um ato: uma mão tapou sua boca e retirou sua venda, mas de nada adiantou, estava escuro, ela ouviu uma voz grave, baixa e jovem dizendo:

-Quieta!!! Eles te apagaram uma vez e podem fazer isso de novo se não me obedecer!!!

Gabi não hesitou em obedecer e de prontidão ficou quieta sua boca foi destampada, mas o choro era inevitável.

-Não chora não meu amorzinho, a gente não vai machucar você se nos obedecer, afinal você não estava nos nossos planos!!-Dizia a voz rouca e leve de rosto ainda não identificado

-Quem são vocês ¿ o que vocês querem¿- Perguntou Gabi- é dinheiro oque vocês querem¿ eu sou pobre não dinheiro!

-Você não sabe quem nós somos, mas a sua amiga já sabe e eu sei quem é você- disse em meio a uma risada cabulosa- a doce e desconfiada Gabi, conquista todos só com um sorrisinho, sua mãe é a Clara que no momento está trabalhando e que acha que você esta fazendo um trabalho, você estuda no colégio Monte Real né.

-Cadê a Sabrina¿ deixa a gente ir embora, nós não temos nada, pera ai! Você é o cara que conversava com ela não é¿- Perguntava Gabi ansiosa por respostas

-Não, não sou eu o Matheus!! Mas também estamos com ele!!!

- O que vocês querem com a gente ¿-perguntou Gabi retomando o choro.

Ouviu de longe um grito seguido de um choro, Gabi, que não era boba nem nada, logo pensou na amiga e gritou:

-SABRINA!!!

-Pode deixar o que queremos você logo vai saber, mas agora é hora de dormir, com todo esse escandalo vai ser impossível te deixar acordada!!

A mão envolveu novamente a boca de Gabi com um pano úmido com boa noite cinderela, a jovem aos poucos perdia os sentidos, as luzes foram acesas antes que ela fechasse os olhos, ela pode ver que estava em alguma sala de um galpão abandonado e que havia um jovem que aparentava ter 18 anos, mas seus olhos se fecharam deixando para sua reflexão o que um cara tão jovem e bonito estaria querendo com os três adolescentes¿

V

Desenterrando o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora