Capítulo 8 - Por que ele fez isso?

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POV Aaron


Cerca de 10 minutos depois da mensagem de Cameron, já estou estacionando o carro em frente a seu apartamento. Eu estava vestido com uma calça jeans e uma camisa ao mesmo tempo casual e social, e havia quase tomado um banho de perfume. Pelo menos eu estava confortável.

Depois de estacionar o carro, saio e vou até a portaria do prédio e toco o interfone, para avisar Cam que já cheguei.

-Oi? –pergunta ele assim que atende.

-Sou eu. – digo. –Não demore um século para se arrumar, por favor.

-Sim, senhor! –ele ri e desliga.

Volto até o carro e o espero lá dentro. Depois de alguns minutos, Cameron aparece se jogando para dentro do carro e se sentando no banco ao meu lado. Ele vestia só uma manga de seu casaco e trazia na mão um tênis. Seu cabelo estava todo desarrumado, mas essa era a parte mais aceitável de seu "look".

Ele larga o tênis e me encara, depois ri.

-Caramba, Aaron! Pare de me encarar, ok? Eu precisava de mais tempo para me arrumar! –ele diz.

Rio da cara que ele faz e ligo o carro. Dou a partida e percebo que Cameron continua me encarando.

-O que foi, bro? –pergunto.

-Parece que você levou a sério a parte do "desencalhar". –ele ri e termina de vestir seu casaco. –Ei, que perfume é esse que você passou?

Ao mesmo tempo que faz a pergunta ele se joga pra cima de mim e, literalmente, me cheira de cima a baixo. Rio e o afasto com uma mão, dizendo:

-Sai dessa! Eu sou hétero, esqueceu?

-ESSE CHEIRO É MUITO BOM! –ele grita. –Na boa, cara. Se eu gostasse de beijar garotos, com certeza já teria te beijado agora mesmo.

Começo a rir sem parar. Cameron era meu melhor amigo desde os 15 anos, e desde lá ele sempre esteve comigo me fazendo passar os momentos mais vergonhosos da minha vida.

Paro de rir e percebo que Cam já havia terminado de se vestir e que ele tinha ligado o rádio e agora cantarolava uma música.

-Ei, Cam? –falo. –Onde é a festa mesmo?

-Hm, você sabe onde fica o restaurante do Joe no centro da cidade onde servem os melhores tacos do universo? Fica ao lado. -ele responde, lembrando dos tacos de Joe.

-Certo. –digo, rindo.

Cam assente com a cabeça e passa a gritar a música que tocava. Passo a gritar junto com ele, e posso dizer que formamos uma terrível dupla. Tenho quase certeza que as pessoas conseguiam nos ouvir do outro lado da rodovia e pensavam "bando de malucos". Chacoalho os ombros. Pelo menos éramos felizes.


***


Estaciono o carro e frente ao local da festa e, juntos, eu e Cam descemos. Era possível ouvir a música agitada que tocava da dentro do lado de fora e a boate parecia ser um local onde famosos iriam: luxuosa e ao mesmo tempo um lugar onde se podia tomar todas que ninguém iria se importar.

Cam e eu paramos em frente a dois seguranças e, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Cameron fala com um deles, que assente e abre a passagem para dentro da boate.

Cameron segue em minha frente, mas logo "empaca" no meio do corredor para que eu o alcance. Ele dá um tapinha em minhas costas e depois fala:

-Ei Aaron, mais animação, cara! Aposto que tem algumas gatinhas lá esperando por você!

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