Stay with me

Capítulo 9 - Melissa e Clarisse

Acordo com o estrondo de uma porta se fechando. Levanto rapidamente do sofá da sala, com o maior silêncio possível, vou andando devagar em direção ao meu quarto. Paro assim que chego ao batente da porta e quase sou derrubada por Jocelyn.

-Caramba, Jocelyn! –falo, um pouco alto de mais. Eu havia esquecido completamente de que ela havia dormido lá. –Você me assustou!

-Desculpa! Não queria ter te acordado! –diz ela.

Faço um sinal com a mão para que ela não se importasse com isso e vou até a cozinha, com Jocelyn me seguindo. Pergunto a ela o que prefere comer, mas ela avisa que já tomou seu café da manhã.

Faço um café e um pequeno sanduíche para mim e sento na bancada e Jocelyn senta ao meu lado e mexe em seu celular enquanto como.

-Wow, essas fotos são suas? –pergunto, olhando para a tela do celular da minha amiga.

-Ah, é... São só algumas fotos, não achei boas o suficiente. –ela responde, bloqueando o a tela rapidamente e corando.

-Jocelyn, as fotos estão maravilhosas! Você devia publicá-las!

Termino meu café da manhã e lavo a louça que usei. Assim que termino, vou até o quarto e troco de roupa, colocando uma calça jeans, uma blusa preta e um casaco leve. Me visto e vou até o banheiro escovar os dentes.

Assim que volto para a sala, vejo Jocelyn segurando meu celular. Vou até ela e ela fala:

-Kate, será que a gente podia passar na minha casa para eu pegar algumas roupas, já que vou conhecer suas amigas hoje a tarde?

-Claro, Jocelyn! Podemos ir agora mesmo.

-Ah, e alguém mandou uma mensagem para você.

Assim que termina de falar, ela estende o celular para mim. Pego o aparelho e o debloqueio no mesmo instante.

Era só o que me faltava. Charlie havia me mandado uma mensagem durante a madrugada. Eu ainda não entendia o que ele estava querendo comigo.

Abri a mensagem:

"Kate, por favor, me responda. Você já sabe que eu ainda te amo."

Decido ignorá-lo, bloqueando o celular novamente. Levanto a cabeça e vejo que Jocelyn me observava com uma cara de preocupação. Balanço a cabeça para que ela não peça nada, e ela assente.

Pego minha bolsa e guardo o celular dentro desta, indo em direção a porta. Jocelyn me segue e, depois de trancar o apartamento, seguimos em direção à rua para esperar um táxi.

Esperamos por alguns minutos e logo um surge dobrando a esquina. Faço sinal para que o motorista pare e, assim que entramos, Jocelyn fala o endereço de sua casa para ele.

Chegamos lá em quinze minutos. Jocelyn pede para que o taxista espere alguns minutos e eu e ela saímos do veículo. Eu e Jocelyn não havíamos trocado uma palavra desde que havíamos saído do meu apartamento. O silêncio era constrangedor.

-Então... Jocelyn, você mora com alguém? –pergunto, quebrando o silêncio.

-Moro com meus pais. Sou filha única, sabe? Não quero deixa-los sozinhos. –responde ela.

Passo meu braço por seus ombros e a abraço de lado. Jocelyn era uma filha que todo pai ou mãe quereria.

Paramos em frente à porta e ela tira as chaves de seu bolso, destrancando-a. Ela abre e pede para que eu entre, e assim o faço. A casa era simples, tanto por fora, como por dentro, seus móveis eram antigos, mas bem conservados, e a casa tinha um ar aconchegante.