Capítulo 6 - Você pode me dizer onde ela está?

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Corro o mais rápido possível, diminuindo a velocidade apenas quando precisava atravessar ruas. Eu precisava saber o que havia acontecido, eu precisava saber se Jocelyn estava bem.

Enquanto corro, minha mente vaga e tenta achar um jeito de entender o que estava acontecendo. Onde ela havia se metido para ir parar em um hospital? De repente, esbarro em alguém. Nem me dou o trabalho de tentar ver o rosto da pessoa, apenas ajeito a bolsa em meus ombros e grito um "desculpe" apressado.

Chego no hospital cerca de dois minutos depois e entro correndo, só parando ao chegar na recepção. A mulher sentada atrás da bancada me olha com uma cara de espanto, e depois pergunta:

-Posso ajuda-la, senhorita?

-Por favor... –respondo, com a respiração entrecortada. –Você pode me dizer onde posso encontrar Jocelyn Campbell?

-Você faz parte da família dela? –pergunta ela, me encarando fixamente.

-Não, mas... –começo.

-Desculpe, mas não posso deixar você vê-la. Apenas a família.

-Olha, você precisa me deixar entrar! –falo, quase gritando.

-Senhorita, por favor, acalme-se. Você não vai querer que eu chame os seguranças. –ela me olha como se estivesse gostando daquilo.

Lanço um olhar furioso para a recepcionista. Eu nem sabia quem ela era, mas já odiava essa mulher.

Ainda com raiva e me controlando para não dar alguns tapas naquela recepcionista, vou em direção a algumas poltronas disponíveis, onde mais algumas pessoas aguardavam notícias sobre alguma pessoa querida que estava naquele hospital. Quantas daquelas pessoas aquela recepcionista havia tirado do sério e feito ficarem lá, aguardando notícias que não sabiam se chegariam?

Me jogo em uma poltrona que parecia confortável e me permito fechar os olhos. Enquanto isso, fico escutando a conversa de algumas outras pessoas que estavam ali... O marido de uma senhora já estava por quatro horas sendo submetido a uma cirurgia, o filho de uma mulher, que segundo ela tinha apenas quatorze anos, fazia quimioterapia, o pai de um garoto aguardava informações sobre o estado do filho que havia sofrido um acidente. "Eu só espero que Jocelyn esteja bem", penso.

Quando abro os olhos, viro minha cabeça em direção a recepção. Um médico de aparência jovem, depois de trocar algumas palavras com a recepcionista, começa a adentrar na ala médica novamente.

"É agora", penso. Me levanto e ando rápido na direção do médico. Com o canto do olho, consigo perceber que a mulherzinha arrogante da recepção me observava.

O médico percebe que eu ia em sua direção e para.

-Posso ajuda-la? –pergunta ele.

-Você sabe onde posso encontrar Jocelyn Campbell? Ela me ligou pedindo para que eu viesse até aqui e, quando cheguei, a recepcionista não me deixou entrar. –respondo.

Ele lança um olhar para a recepcionista e franze a testa. Depois, volta a olhar para mim e fala:

- Não é a primeira vez que ela faz isso. Venha. E se perguntarem, Jocelyn é sua prima.

Minha vontade era de pular e abraçar o médico. Graças a ele, eu saberia o que havia acontecido com minha amiga e poderia saber se ela estava bem.

Antes de segui-lo, viro o rosto para a recepção. A recepcionista ainda me observava. Era impossível não ver sua careta de aborrecimento. Abro um sorriso e faço um "tchauzinho" para ela, enquanto começo a seguir o médico.

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