Capítulo 17- Adeus

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Lucio

Entramos no castelo, ele parece conhecer tudo. Ele segue até a cozinha, onde todos já estão postos preparando o café. Ele se aproximo da ajudante do cozinheiro que sorri pra ele, que lhe devolve o sorriso. Ele pega uma maçã na cesta de frutas, e se despede de todos na cozinha e vai em direção ao andar, que é dedicado aos quartos. Ele entra num quarto que nunca vi ninguém abrir, e me chama pra entrar.
-Então , quando você chegou Lucio?
-Faz uns 3 dias.
-O que ta achando de casa?
-Ótima, dentro do tempo que descobri quem era de verdade, ja tentaram me matar duas vezes.
*falo irônico e ele ri
-Você tem um ótimo humor, Concerteza puxou ao lado da sua mãe.
-Claro, minha tia é perfeita.
-Já conheceu a Malin?
-Claro, foi ela quem me ofereceu uma das mortes.
-Sempre maltratando crianças, ela não toma jeito.
-É,  onde você esteve Tio?
-Estava tentando fazer alianças com reinos menores, precisamos de toda ajuda possível nessa guerra.
-Acho que vou pra sala de jantar, devem estar esperando pra tomar o café da manhã.
-Tudo bem, daqui a pouco me junto a vocês.
* ele sorri pra mim e vai pro banheiro. Desço, e encontro Travis e meu pai sentados a mesa, me junto a eles.
-Bom dia meu filho.
-Bom dia pai.
-Onde estava jovem aventureiro? *fala Travis olhando pra mim e rindo.
-Ah cala a boca.
*meu pai ri e eu me sirvo de ovos, bacon e uma fatia de bolo.
-Como vai cunhado?
*meu tio entra na sala de jantar e se aproxima do meu pai que se levanta e o abraça.
-Quanto tempo Alex.
-Só foram 7 anos Miguel, calma.
*meu tio sorri pra ele que volta a se sentar. Meu tio senta a meu lado.
-Você passou 7 anos fora?
*pergunto incrédulo.
-Sim, foram anos bem chatos.
-Espero que tenha conseguido ajuda suficiente nesse tempo.
-Claro que sim, consegui aliança com 10 reinos próximos.
-Ótimo Alex, ótimo.
*meu pai acena pra ele que retribui o aceno de cabeça.  Nessa hora minha mãe se junta a nós e abraça meu tio por trás.
-Alex.
*ela fala feliz enquanto abraça o irmão.
-Como vai minha irmã favorita?
-Estou ótima,  agora mais que o Lucio voltou pra casa. E você? Como vai meu irmão caçula?
-Estou ótimo, conheci muitas garotas durante esse tempo que passei fora.
*Travis não fala nada durante toda a conversa, ele termina o café se levanta da mesa, e caminha em direção da piscina. Me levanto e o acompanho.
-O que há contigo Travis?
-Nada, porque haveria algo?
-Você nem falou com o nosso tio.
-Não gosto dele, isso é bem antigo, ele não me trata bem. Ele fala que quem domina as trevas não pode servir ao bem.
-Nossa isso é chato.
-Já você, sempre foi um anjo pra ele, o doce garoto. Você sempre foi o preferido Lucio.
*ele olha pra mim e sorri.
-Não fala assim Travis, você é ótimo.  Não deixa o Jace saber mais você é meu irmão favorito.
-Você é ótimo cara. O que acha de irmos a cachoeira?
-Acho ótimo.
-Vamos chamar os outros,  vai ser legal descontrair um pouco.
-Vai mesmo.
*vamos pra sala de jantar onde todos os nossos amigos já estão a mesa terminando seu café.
-Então turma, vamo pra cachoeira hoje?
* o primeiro a falar é Travis, e todos já se animam com a ideia.
-Você não é tão chato princesa.
*fala Jace rindo,  e recebendo um beliscão de Lucy no braço, como repreensão.
-Você é ótimo também, Barbie.
*todos rimos e eles se levantam pra nos acompanhar. Meu tio também levanta.
-Posso ir com vocês?
*o rosto de Travis muda na mesma hora, deixando o sorriso sumir.
-Vá com eles Alex, me sinto mais seguro assim.
*fala meu pai a ele. A alegria de Travis termina de vez.
-Acho que vou ficar.
-Claro que não,  você vai conosco.
*falo a ele convicto, de que nosso tio não vai estragar o passeio.
-Lucio.....
-Você vai e ponto.
-Tudo bem, eu vou.
-É assim que gosto.
*todos sorrimos na mesa e vamos em direção a saída do castelo em seguida. A caminhada até a cachoeira dura cerca de meia hora. O lugar é belíssimo a cachoeira tem uma queda enorme. Todos se aproximam do lago onde a cachoeira cai, e depois de tirar a roupa de cima. Correm e mergulham, junto a Travis resolvo subir até o topo da cachoeira, subimos e de lá temos uma vista única do vale, de um lado a cachoeira e do outro tem um desfiladeiro que da numa queda que nem pode ser medida, pois uma névoa a cobre. Me afasto daquela queda, ainda quero fazer muitas coisas, morrer não é opção agora.
Olho pra queda de água e vejo uma pessoa que não gosto nem um pouco, Caio o namorado de Allycia que tentou me matar.
-E aí?  Como vai principezinho?
*Fala ele pra mim em tom de deboche. Travis fica a meu lado, e encara ele.
-Vai chamar os outros Lucio.
-Não,  eu vou ficar e lutar. Já chega de fugir.
-Estamos em território dele Lucio.
-Como assim território dele?
-Ele tem o domínio da terra, e como pode ver, só tem terra a nossa volta.
-Você não pode segurar ele sozinho.
-Você também não Lucio.
-Vai você Travis, você é mais rápido.
*Caio começa a se aproximar,  Travis acena pra mim e desce o caminho que leva ao lago.
-Agora a conversa é entre mim e você todo poderoso.
-Sem sarcasmos seu idiota, o que você quer?
-Vim cumprir a missão dada a Allycia e que ela falhou, não sei por qual motivo ela teme te machucar.
-Porque ela me ama, e você não passa de um estepe.
-Ela odeia você, se soubesse como ela te despreza não falaria isso.
-Você não está aqui pra conversa, fala logo o que quer.
-Sua morte. É simples,  eu mato você e Eteria vence a guerra.
-Não é tão simples assim.
-Claro que é,  estamos no território meu.
-No meu também.
*sorrio e a ficha cai pra ele, a água pra mim, equivale a terra pra ele.
-Isso vai ser interessante.
*ele sorri e dispara em minha direção. Picos de terra se levantam e avançam em minha direção,  desvio deles por pouco.
-Boa Lanterna,  tenta se livrar dessa.
*espero outro ataque dele, porém nada acontece. Sinto uma grande pancada na cabeça e caio no chão, minha cabeça dói e vejo que escorre sangue da minha testa. Ele se aproxima de mim e chuta minha barriga, me fazendo encarar ele.
-Esse é o fim pra você Lanterna.
*ouço gritos e vejo que meus amigos, meus irmãos e meu tio se aproximam Caio se vira e vê eles, ele trata de fazer a terra se elevar em picos e me empurrar em direção do desfiladeiro. Assim que sou jogado no desfiladeiro, ele some do nada e eu me seguro apenas com uma mão em uma pedra. Meu porto seguro por enquanto, não consigo coordenar direito meus pensamentos, Travis se aproxima da ponta do desfiladeiro e estende a mão tentando me salvar, meu tio se junta a ele e juntos tentam me alcançar.
-Tente te esticar Lucio.
*grita meu tio com um medo absoluto no olhar.
-Eu não consigo.
-Vamos, você consegue.
*essa foi a vez de Travis me incentivar. Penso na última coisa que posso fazer, agora só três dedos me salvam da morte, com a mão livre tiro meu cordão do pescoço e jogo pra cima. Travis se estica mais e por pouco não cai também. Só se salvou porque meu tio o segurou, ao menos ele conseguiu pegar o meu cordão.
Dois dedos. O fim se aproxima.
-Boa sorte na luta meu irmão.  Tio Alex, nosso tempo juntos foi curto, so que bem aproveitado,cuide do meu irmão e dos meus amigos pra mim.
*um dedo.
-Diga a nossos pais que eu os amo, também te amo Travis.
*minha mão se solta, o fim chegou. Escuto o grito de Travis, depois só o que restam são trevas.

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