Pesadelos

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Pov. Autora

Depois de almoçarem, Sam e Julie foram para o quarto vestir as fantasias de agentes do FBI, para investigarem melhor o caso na cidade. Chegaram ao necrotério e o legista os levou até o corpo de Kayland Harped.

– É o caso mais estranho que essa cidade já teve. - o homem disse. - Somos praticamente uma vila, sabe? Não é nada comum um assassinato assim.

– Então, ela é a primeira? - Sam indagou.

– Sim, com certeza! A maioria dos corpos que vêm pra cá são de acidentes de trabalho.

– Senhor Follie? - uma mulher parou à porta. - O senhor precisa preparar o laudo de Danton Milicent.

– Ah, sim, claro. Com licença. - meneou a cabeça aos dois e se retirou da sala com a mulher.

Julie girou o braço da garota e pôde ver a fissura no pulso. Era larga demais para ter sido feita com alguma lâmina.

– Não foi nenhum psicopata. - constatou. - Olha isso.

Sam se afastou do pescoço e observou o braço. Colocou uma luva ao perceber algo estranho em meio a carne.

– É aço. - ele murmurou, observando o pequeno fragmento de perto. - Não pode ter sido um lobisomem ou kitsune.

– Não pode ter sido nada do que listamos. - Julie disse, examinando o pescoço de Kayland com o laudo na mão. - Está tudo intacto! Coração, cérebro...

– Também não tem marcas do que a enforcou. Vou até a delegacia. Numa cidade assim, só um forasteiro pode ter provocado isso.

– Eu falo com o marido dela.

Kayland, no entanto, não tinha inimigo algum na cidade. Ela cresceu em Aspen e trabalhava como enfermeira no hospital.

– Sebastian, você percebeu algo estranho nesses últimos dias? Falha na eletricidade, queda na temperatura...? - Julie perguntou.

– Não, nada.

– E a Kayland? - o encarou, já que ele mal a relanceava. - Ela agiu de algum jeito estranho? Qualquer coisa pode ser útil.

– Ahn... Kay teve um pesadelo... acho que algumas horas antes de morrer. Eu não estava aqui, ela me ligou chorando, dizendo que parecia muito real. Disse que estava com medo de ficar sozinha em casa porque sentia alguém a observando. Falei pra ela trancar a casa e se acalmar... - ele mexia nervosamente nas mãos. - E foi a última vez que falei com ela.

Sebastian estava claramente nervoso com a situação, parecia prestes a chorar.

– E as pessoas acham ter sido suicídio... - ele murmurou.

Sam conversara com o xerife da cidade e, de acordo com os registros, não havia nenhum novo morador. Mas pessoas que encontraram com Kayland no dia de sua morte, afirmaram terem visto ela agir de forma estranha.

– Eu conhecia ela desde pequena. - o xerife disse. - Kayland sofria com transtornos psicológicos e chegou a ser internada por um tempo. Qualquer coisa fora do comum a assustava. Eu e os pais dela ficamos atentos e o estado dela melhorou depois dos 18 anos. Achamos estranho ao vê-la entrar e sair de um lugar rapidamente, não parar por mais de cinco minutos na rua.

– Acha que ela estaria sendo perseguida? - Sam perguntou.

– Foi a primeira coisa em que pensei, mas as investigações não deram em nada.

Sam recebeu as fotos da cena do crime e, correndo os olhos por uma delas, viu uma sombra na cabeceira da cama da mulher.

Ele seguiu para a casa dela e aproveitou que o marido estava saindo de lá para checar o local. Subindo os degraus para o segundo andar, um ruído foi ouvido de um dos quartos. Até onde sabia, apenas Kayland e o marido moravam ali. Sam sacou a arma para seguir o som, caminhando devagar. O barulho vinha do quarto no final do corredor, do qual a porta estava fechada. Quando alcançou a maçaneta, os ruídos cessaram bruscamente. Ele abriu a porta, logo quando alguém apareceu de trás dela e foi mirado pela arma dele.

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