Heróis

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Ainda eram sete da manhã depois que Sam saiu do banho e começou a limpar o ferimento antes que infeccionasse. Colocou-se em frente a um espelho grande no quarto para fazer o curativo. Julie segurava uma bolsa de gelo na testa, onde fora arranhada levemente pelo choque contra a quina, além de um galo ter crescido. Sam olhou ao redor e ela lhe estendeu a tesoura, supondo ser o que ele queria. Não tinham trocado muitas palavras além das que garantiam estarem bem.

Alguém bateu à porta e Julie se levantou, cambaleando e fechando os olhos por um momento ao caminhar até lá.

– E aí, como passaram... a noite? - Alana disse, entrecortando sua fala ao ver o estado de Julie. - Acho que explica por que ele não deu as caras lá.

Julie empurrou a porta e deu passagem a Alana e Sarah. Elas abriram a boca para dizer alguma coisa, alternando o olhar entre os dois.

– Qual de vocês foi atacado? - Sarah perguntou.

– Depende do ponto de vista. - Julie respondeu e tornou a se sentar.

– Isso abala nossa teoria de que a coisa era feminista. - Alana comentou.

Sam gemeu ao limpar o sangue do abdômen por cima dos pontos.

– Você está bem? - Sarah perguntou.

– Vou ficar... assim que acabarmos com o desgraçado. - ele pegou uma camisa e vestiu.

– O que aconteceu essa noite?

– Ele escapou. - Julie disse. - Lutei contra ele, mas não consegui acertá-lo. E alguma coisa me diz que perdi uma grande chance. Ele já foi atrás de todos nós e resistimos. Não acho que vá se arriscar de novo.

– Eu acho que sim. - Alana disse, pensativa. - Ele te atacou duas vezes, deve estar interessado em você. Acho que podemos tentar de novo.

– Passar mais uma noite? Não é arriscado? - Sarah perguntou.

– Com certeza. - Sam respondeu, indiferente.

Ela o encarou e suspirou.

– Bem, eu preciso resolver algumas coisas para o meu pai hoje. Vai ficar no quarto? - perguntou a Alana.

– Não, eu...

– Ah, vai sim. - Julie a cortou. - Espere para se colocar em risco quando tudo isso acabar. O xerife já ligou para nós avisando sobre o seu "sumiço", então estão atrás de você. Precisamos saber onde cada um está, caso essa coisa obrigue alguém a dormir.

– E acha que vai conseguir me deixar presa? - a mulher questionou, com um sorriso de canto e uma sobrancelha arqueada.

– Sei que não. Espero sua colaboração.

– Além disso, é bom que algum de nós fique por aqui, caso alguém seja atacado. - Sam emendou.

– E vocês dois vão fazer o quê? - Alana indagou.

– Eu vou retornar as milhares de ligações da Caroline. - Julie respondeu, trocando a bolsa de gelo por outra, e em seguida saindo do quarto sem se importar com a resposta de Sam.

Em vez de responder, o caçador ficou olhando a porta fechada, frustrado. A lembrança do sonho ainda era perturbadora, mas a falta de confiança dela o aborrecia também.

– Você teria alguma arma pra mim? - Alana perguntou, erguendo a arma que ele lhe emprestara no dia anterior. - Não me dou muito bem com essas pequenas.

Julie não só saíra do quarto para ligar para a irmã, como foi para o saguão de entrada, sentar em algum sofá dali.

– Não espere que eu dê opinião.– Caroline disse, do outro lado da linha, ao fim da narração de Julie sobre o que ocorrera entre ela e Sam.

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