Dizem que a vida é uma escolha...
Eu não escolhi nascer, eu não escolhi essa vida.Me chamo Charlotte, minha mãe que me batizou com esse nome, tudo o que vem dela é lindo, dizia ela que é nome de princesa e isso eu não posso discutir. Mas é um tanto exagerado para o meu gosto, por isso prefiro que me chamem de Carll.
Como minha mãe morreu quando eu era criança meu pai se sente na obrigação de não me deixar faltar nada, só que para isso ele tem que trabalhar muito e quase não tem tempo para mim. Mas ele tenta, e disso eu não posso reclamar. Moro em uma mansão muito luxuosa pessoas tentam comprar ela a todo custo, mas meu pai tem um carinho enorme por esse brinquedinho porque ele cresceu aqui. Eu também tenho uma melhor amiga. A Sam. Ela é ótima agente super se entende ela está até me ajudando a organizar a minha festa de aniversário.
Aaaaaaah.. Grito com empolgação.
Perdão não consegui me conter estou muito ansiosa e tenho certeza que os meus convidados estão muito mais. (Hehe). Todo mundo adora quando tem festinha na mansão Muller, pois sempre fica pra história e a minha festa não vai ser diferente.
A Sam vai me ajudar a escolher um vestido, e é claro q eu tenho q ver o figurino q ela vai usar, pois ela não pode chamar mais atenção do que eu que sou aniversariante... Mas é claro que ela vai chamar mais atenção do que eu, que ideia essa minha. Ela sempre foi muito linda com seus olhos verdes, pele clara bem tratada, cabelo ruivo natural alem de ter um corpo perfeito, não é a toa que os meninos da escola sempre correm atrás dela. Mas isso não vem ao caso agora, o que importa é que esta quase chegando falta apenas dois dias... Oh My Good!!! Dois dias passam muito devagar...
Sam entra correndo desesperadamente no meu quarto interrompendo meu devaneio...
-Você não sabe quem eu acabei de ver!!!
-Quem? ainda não virei vidente.
-O Enzo!!!
-Haaam... Quem ser Enzo mesmo?
-Não acredito no que estou ouvindo!!!
-Mas eu não sei. Desculpe sou tapada. Falei a ela em um tom de ironia.
-Aff... Indagou-a.
- Seu novo vizinho.
-Ooh. "Murri". O que ele tem de mais? Pergunto. Mais uma vez com ironia, o que a deixa impaciente.
-Ele é suuuuper gato.
- Aaah. E como ele é?
- Veja você mesma.
Ela rapidamente me pega pelo braço e me arrasta até a janela.
-O que você esta tentando fazer sua maluca?
-Vamos Carll se solta. Aproveita que seu quarto fica no andar de cima o que le disponibiliza uma vista total do comodo que provavelmente é o quarto do Enzo.
-Olha amiga ele está sem camisa!!! My Good...
Enzo estava trocando de roupa enquanto nós duas contemplavamos sua beleza.
Ele realmente tinha um corpo estrutural, usava apenas um short fino q dava para ver praticamente tudo.
Tomo um susto quando ele rapidamente aparece na janela da um sorriso e a fecha com força.
-Meu Deus Sam!!! Viu o que você fez?
-E agora o que ele vai pensar de você?
-Pior!!! de mim.
- Ai amiga relaxa vai.
Peguei minha almofada preferida cor de rosa e joguei nela com toda a força que pude.
Rapidamente ela a pega e revida jogando em meu rosto com mais força ainda.
- Haau!!! Sam. Ai. Reclamei.
-Vamos jantar que seu pai já mandou chamar.
- Que horas ele mandou chamar? Sua mentirosa.
- Vamos logo. Estou morrendo de fome. Ela exagera com cara de manha.
- Tah. Espera eu me trocar.
Tiro rapidamente minha calça moletom e minha camiseta laranja de vestir nos dias de depressão. E visto um vestido de ceda cor de violeta.
Até tentei pentear meus cabelos, mas como sempre ele estava cheio de nós, e eu não estava com paciência nenhuma, apenas prendi em um famoso "rabo de cavalo".
-Pronto Sam.
-Sam?
-Fala Branca de Neve.
-Vamos?
-Só um instante.
-Desculpe Austin. Tenho que desligar agora. Mas bem que você poderia passar aqui mais tarde. Sim na casa da Carll. Ta ok. Te espero. Beijo.
-Vamos.Papai estava sentado só na mesa.
Cumprimento ele com um beijo no rosto.
-Ola Dr. Robertt.
-Como vai senhorita Samers?
-Muito bem senhor. Obrigada.
- Papai o Dr. Phil ligou e disse que queria falar urgente com vc.
-Ele disse do que se tratava? Falou ele quase cochichando. Com uma expressão preocupada.
- Não. Ele não disse. Papai esta tudo bem?
- Tudo sim filha. Tenha uma boa noite. Preciso ir ao meu escritório.
-Mas papai você nem acabou de jantar.
- Filha não discuta. Ele me repreende.
-Ta boa noite. Cochicho desanimada.
-Boa noite. Ele caminha ate mim, me da um beijo na testa, da boa noite a Sam, e caminha até o escritório.
-Eu não acredito nisso.
-Aah... Carll, não fica assim. A Sam tenta me consolar.
-Ele nunca deixou de jantar comigo para resolver coisas de trabalho.
-Vai ver é uma coisa de extrema importância, e que ele não possa adiar.
-Tanto faz. Perdi a fome.
Subi a escadaria da casa e entrei em meu quarto.
-Porque meu quarto tinha que ser o último?
Eu falava sozinha agora.
Finalmente cheguei e me joguei na cama. Ouço leve batidas na porta.
-Posso entrar? Reconheci a voz da Sam.
-Claro q sim.
-Ta tudo bem?
-Ta sim. Tirando o fato de que meu pai nunca tem tempo para mim. Ta tudo ótimo.
-Não exagera.
-Não estou exagerando. Você sabe que não.
Ouvimos batidas na porta. Um pouco sem jeito.
-Pode entrar pai.
-Como você sabe que sou eu?
-Batidas desajeitadas lembra?
-Você é espetacular. Eu te amo.
-Eu também te amo.
-Charlotte, eu vou ter que fazer uma viagem de ultima hora... é... -Você vai viajar? Você não vai estar comigo na minha festa de dezoito anos?
-Perdão filha. É um assunto extremamente delicado. Eu gostaria muito de poder te falar do que se trata. Mas eu realmente não posso.
-Tudo bem pai eu entendo.
Na verdade eu não entendia como uma pessoa teria coragem de fazer aquilo.
-Samanta você poderia dormir aqui com ela nos dias de minha ausência?
-Claro que sim senhor Robertt.
-Ótimo. Fico grato.
-Tenham uma boa noite. Diz ele se aproximando da porta e a fechando atrás dele.
-Que droga.
Há um som meio ensurdecedor vindo do bolso de Sam. É o seu celular.
-Deve ser o Austin. Atende logo Sam.
-Assim que eu conseguir tirar o celular do bolso.
-Diz.
-Ta OK. Estou indo.
-Ele ja esta aqui.
-Vai ate lá recebe-lo Sam. Anda.
-Ta. Espera.
Sam sai correndo em direção a porta.
E eu aproveito para trocar de roupa.
Vesti novamente minha calça moletom e minha camiseta laranja, porque agora eu estava de fato deprimida.
-Oi amiga estou de volta com o nosso amigo gato.
-Oi Carll. Austin fala com uma expressão tímida.
-Oi. respondo corando, com mais timidez ainda.
Ele estava deslumbrante, com a mesma pele clara de sempre, limpinha, e cabelos negros aparados curtos, mais ele cresceu, não era o mesmo magrelo de sempre que eu zoei por tanto tempo, criou músculos engrossou a voz, já era um homem. Como eu pude perceber isso só agora? (Naquele dia eu passei a olhá-lo com outros olhos, não mais como um amigo querido de infância).
-Helou!!! Ainda estou aqui.
Sam interrompe meu devaneio e percebo que estou com cara de babaca apaixonada.
-Que foi Sam?
-Nada.
-Vou pegar pipoca e alguns filmes na cozinha. Divirtam-se.
Falo com desdém.
Desci as escadas, eu odeio fazer isso. Pensei. E a droga da asma começa a se manifestar e eu vou perdendo o fôlego.
-Calma Carll, falta apenas mais um degrau. Falo a mim mesma. E vou recuperando o ar aos poucos. Começo a desser novamente e finalmente consigo.
Vou ate a gaveta do armário da biblioteca e faço uma seleção de filmes e séries entre elas Diários de um vampiro a minha favorita. Eu amo, amo, amo.
Pego pipoca e mais uma vez vou subir as escadas.
-Me lembra de mandar instalar um elevador. Falo sozinha novamente.
Quando chego no quarto me deparo com uma cena extremamente constrangedora e dolorosa.
Sam e Austin estavam no chão do meu quarto, Sam por cima dele como uma serpente agarrando sua presa, eles se beijavam escandalozamente, era como se eles tivessem fome um do outro.
Aquilo me doeu tanto que eu nem sei explicar.
Sam me ver e se assusta tanto que chega a cair.
Saio correndo em direção primeira porta que vejo e me tranco. Ouço passos e batidas desesperadas na porta. É a Sam.
-Carll por favor abre. Preciso te explicar o que ouve.
Fico em silêncio apenas com a minha dor.
-Por favor Carll abre.
-Não. Respondo irritada.
-Você gosta dele é isso?
-Não seja ridícula.
Choro desesperadamente e a asma novamente aparece para não ficar por baixo.
Começo a passar mal e Caio no chão me machucando.
Esta tudo rodando não consigo respirar.
-Carll!!!
-Se afasta Sam eu vou arrombar. Diz Austin com tom autoritário.Eu agora só conseguia ouvir mais ou menos o que se passava pelo lado de fora.
O meu ar foi tomado completamente pela traiçoeira e venenosa serpente. (Asma, serpente, como eu a chamava).Acordei meio tonta. Estava em uma sala trancada sozinha, ouvia ruídos do lado de fora, uma voz conhecida, meu pai.
Sorrio ao dizer pai.
Ele entra na sala e também sorrir.
-Fico feliz por ter acordado.
-Porque?
-Eu dormi quantos dias?
-Três.-O que?!
-E a minha festa?! Como?! O que aconteceu?!
-Calma filha você não pode se agitar.
Só agora eu percebia que respirava com a ajuda de aparelhos.
-Sua festa foi adiada. Para a semana que vem.
-Como você acordou, amanhã você terá alta.
-Droga. Falo deixando transparecer minha decepção.
Papai me da um beijo na testa e se dirije a porta.
-Pai?
-Oi meu amor.
-Você já vai?
-Desculpe, tenho que trabalhar.Como eu sinto falta de você mãe.
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Os Anjos Querem Ser Notados
RomanceA vida é feita de escolhas... Até ai tudo bem. O que pesam são as consequências que elas nos trazem. Charlotte uma menina que sempre tinha tudo o que queria, bom, quase tudo, exceto a atenção de seu próprio pai, foi obrigada a ver sua vida mudar...