Capítulo 39

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Olá, tudo bem?

Mariana On#

Porque é que sou agora é que ele decide falar comigo?

Esta é a pergunta que permanece na minha cabeça enquanto o táxi em que eu me encontro percorra as ruas de Londres. O Zac mandou-me uma mensagem a dizer que não me podia vir buscar, mas que o encontrava na discoteca. Mas, em vez de estar a pensar em como vou passar uma noite fantástica com o Zac, estou a pensar naquele rapaz de cabelos loiro com olhos azuis. Porque é que ele continua com a ideia de que o Zac me vai magoar? Eu conheço o Zac desde pequenos e ele sempre fez de tudo para me proteger. Sinto-me completamente dividida por dentro. Eu sei que o Zac nunca me magoou, mas o Niall também nunca me mentiu. E ele tem razão nunca diz. Os seus instintos nunca o enganaram. Mas eu não posso comparar a minha amizade e a do Zac com a do Niall. Eu conheço o Zac á 5 anos, enquanto que o Niall só o conheço á 3 meses.

Acordo dos meus pensamentos com o taxista a avisar-me de que já tínhamos chegado. Pago-lhe e saio do carro, mas paro á porta da discoteca. Da discoteca onde tudo começou. Onde era só para ser uma saída entre amigos tornou-se em algo mais. Foi aqui que eu voltei a encontrá-lo. Observo a fila de pessoas á espera da sua vez para entrar, arranjando alguma coragem dentro de mim para entrar no estabelecimento. Porque é que eu estou com medo? Não é a primeira vez que venho aqui, então porque é que estou assim? Quer dizer, é a primeira vez que venho aqui sem o Niall. Para Mariana, para de pensar no Niall. Tu estás aqui para estar com o Zac, não com o Niall.

Sigo as instruções do Zac na minha mente. Passo todas aquelas pessoas á frente e falo com o segurança, dizendo que sou uma amiga do Zac. Ele logo me deixa entrar, fazendo com que algumas pessoas na fila começassem a resmungar e a insultá-lo. Olha para as várias pessoas a dançar ao ritmo da música escolhida pelo DJ, e tento encontrar o Zac. Rapidamente o encontro num canto afastado da multidão, a falar com um rapaz de cabelo loiro e olhos castanhos. Caminho até ele com um sorriso no rosto. O rapaz com cabelo loiro é o primeiro a reparar em mim e logo a seguir o Zac. O meu entusiasmo evapora-se quando os seus olhos encontram os meus. Ele tinha os olhos vermelhos, o seu olhar demonstrava tristeza, e para completar tinha o lábio com um corte profundo.

- Zac? O que é que aconteceu?- pego na sua cara com cuidado, examinando todos os sítios machucados.

- Nada, eu tropecei quando estava a levar umas caixas com cerveja para a discoteca e magoei-me no lábios.- diz e eu olho para ele desconfiada.

- Tens a certeza? Por favor, não me mintas Zac.- imploro e ele agarra-me no rosto e beija-me a testa.

- Tenho, não te preocupes. Isto vai passar.- diz e antes de eu ter tempo de dizer alguma coisa ele beija-me, apanhando-me totalmente despercebida.

Logo retribuo e coloco os meus braços á volta do seu pescoço.

- Queres beber alguma coisa?- questiona depois de nos afastarmos.

- Pode ser uma coca-cola. Não posso chegar bêbada a casa senão a Maura mata-me.- digo e ele concorda desaparecendo de seguida em direção ao balcão do barman.

Decido sentar-me numa mesa enquanto espero por ele. Tiro o telemóvel da minha mala e desbloqueio, mas não tenho nenhuma mensagem. Guardo o telemóvel quando o Zac se senta ao meu lado e pousa um copo de coca-cola na mesa.

- Estavas a falar com alguém?- pergunta enquanto me delicio com a bebida.

- Estava só a tranquilizar a Maura de que me estava a divertir.- minto e sinceramente não sei porque é que o fiz.

Ele fica um tempo calado a olhar para mim.

- Queres dançar?- pergunta e eu concordo.

Caminhamos para a pista de dança e começamos a dançar ao ritmo da respetiva música. Quando a música muda para uma mais calma e romântica o Zac coloca as suas mãos na minha cintura e eu no seu pescoço. Deito a minha cabeça no seu peito e apenas aproveito este momento. Ainda me custa acreditar que ele está mesmo aqui comigo.

- Amo-te Mari, não importa o que acontece, eu vou sempre amar-te.- ele sussurra no meu ouvido.

- Também te amo Zac.

Continuamos a dançar até que sou envolvida por uma tontura forte. Separo-me rapidamente do Zac e coloco a mão na cabeça, enquanto vou ficando cada vez mais tonta.

- Zac, não me estou a sentir bem.

Ele olha para mim confuso e preocupado e logo começa a dizer palavrões e a resmungar algumas coisas que eu neste momento não consigo decifrar.

- Anda, vamos apanhar ar.

Ele coloca um braço na minha cintura de forma protetora e leva-me para a parte de trás da discoteca. O ar entra nos meus pulmões e a tontura vai desaparecendo.

- Estás melhor?- ele pergunta e eu assinto com a cabeça.

- Estava a ver que nunca mais chegavas, já estava a ficar farto de esperar.- ouço uma voz.

Vejo um homem alto, um pouco gordo e com cabelo castanho. Atrás dele estavam vários rapazes altos e musculados, a maior parte vestida de preto.

- Qual foi a sua ideia de droga-la? Nós tínhamos um acordo.- o Zac diz tanto chegar até ele mas rapidamente os outros homens prendem-lhe os braços e encostam-no á parede.

Espera, o quê? Colocaram uma droga na minha bebida? E de que acordo o Zac está a falar?

- Prefiro estar sempre prevenido.- o homem que me parece ser o chefe deste "bando" diz.

O Zac olha para ele cheio de raiva e tenta libertar-se dos homens mas eles são mais fortes que ele.

- Zac? O que é que se passa aqui?- eu pergunto sem entender nada.

O chefe olha para mim e examina-me de cima a baixo com um olhar maliciosa. Onde é que eu me fui meter.

- Bom trabalho Zac. Ela é muito melhor ao longe do que ao perto.- caminha até mim e passa as mãos pelo meu cabelo. Tento afastar-me mas ele agarra-me com força os braços.

- Não se atreva a tocar-lhe!! Se a magoa, não sabe o que lhe espera.- o Zac ameaça mas o homem ignora-o, continuando a examinar mas desta vez o meu corpo.

Tento afastar-me dele, pontapeá-lo nas partes baixas para que ele me larga mas é em vão. As lágrimas começam a descer pela minha cara. Grito por ajuda mas o homem dá-me um estalo e tapa-me a boca com a mão.

- Se voltas a gritar, podes crer que não vou ser tão generoso contigo.- sussurra no meu ouvido e beija-me a bochecha.

Ele tira a mão da minha boca mas mantém-se quase abraçado a mim.

- Deixe-a em paz, por favor.- o Zac suplica.

- Zac, Zac já te esqueceste do nosso acordo? A droga pela rapariga e tu já aceitas-te, já não há nada a fazer. Ela é minha agora.

- O quê?- eu sussurro e olho para ele de olhos arregalados- Tu estavas a usar-me?

Ele desvia o seu olhar do meu dando-me a entender a sua resposta.

- Como é que tu podes-te fazer isto? Eu confiava em ti.- grito e olho para ele desiludida.

O homem volta a dar-me uma estalada mas desta vez com mais força, fazendo-me cair no chão.

- Já chega desta conversa melosa. Amarrem-na e ponham-na na carrinha. Quanto a ti...- vira-se para o Zac- É bom que te mantenhas no teu lugar e não nos sigas, senão as coisas vão ficar pior para o teu lado.

Porque é que eu não dei ouvidos ao Niall? Ele teve a dizer a verdade este tempo todo, e eu não quis ouvir. Dois homens vêm ter comigo e amarram-me as pernas e os braços.

- Por favor, deixem-me em paz.- digo mas recebo uma estalada em resposta.

Eu grito por ajuda tentando que alguém me ouvisse e tivesse a ideia de chamar a policia. Um dos homens dá-me um murro, fazendo com que a minha cabeça batesse com violência no chão. Começo a ver tudo desfocado, mas antes de perder os sentidos consigo ver um carro da policia a estacionar perto do beco, e o Niall a correr até mim.

London-the City Of Dreams// N.HOnde histórias criam vida. Descubra agora