Olho atentamente ao televisor à minha frente, pois o assunto me interessava. Este, dizia sobre os treinamentos dos guardas, como eles estavam atentos e preocupados. O motivo dessa atenção é a invasão que a Divisão B iria fazer à Divisão A, que juram estar no controle de tudo, mas minha mãe não acreditava muito nisso. Quando eu perguntava o porquê, ela argumentava a mesma coisa: eles têm mais equipamentos do que nós. Talvez ela esteja certa, já que grande parte da população da Divisão A são fazendeiro e a outra são os guardas, que todos temem.
Todos, menos eu.
Era para ser um segredo, porém Melissa, minha irmã mais nova, descobriu que eu os espionava e que treino com um arco e as flechas que fiz manualmente, como eles. Além das flechas, também treino alguns golpes de luta desde criança, escondida, porque é proibido para qualquer pessoa que não seja denominada um guarda.
Entretanto, eu não obedecia às leis. É meu sonho ser um guarda, viver na adrenalina e morrer protegendo milhares de pessoas. Podia ser um ato de rebeldia, mas eu não me importo. Nunca me importei. Além de não obedecer às leis, também não obedecia aos pedidos de Melissa. Ela sempre dizia as mesmas palavras, então consequentemente gravei em minha mente: "Talvez, o que você diz ser adrenalina, possa ser apenas medo de morrer, então você foge" e, em seguida, sempre falava: "Seja forte."
O noticiário termina e começa outro programa, porém não me importo do que se trata. Levanto e ando até a escada, a fim de subir e ir para meu quarto. Ao chegar no primeiro degrau, ouço a voz de minha mãe me chamar. Distante, por estar em outro cômodo da casa.
— Meghan!
Dou longos passos até a cozinha, vendo-a mexer algo na panela que está sobre o fogão à lenha. Seus cabelos escuros estão presos desajeitadamente, fazendo mechas cair sobre os olhos de minha mãe. Encosto-me em um armário de madeira clara ao lado da porta, me apoiando ali. Ao perceber minha presença, Angelina, minha mãe, abre um sorriso ao olhar para mim, ainda mexendo um caldo verde na panela.
— Sim, mãe. — respondo, vendo-a tirar a colher de pau de dentro do caldo e tampando a panela. Ela vem até mim com a colher em mãos. Ela iria me fazer provar seu caldo, sempre fazia. Não reclamo, pois ela cozinha muito bem.
— Abre a mão e prove minha sopa. — disse, gentilmente.
Estendi minha mão direita para ela, mostrando a palma da minha mão. Ela sorriu novamente e colocou a colher em cima da minha mão, com uma pequena distância. Depois de algum tempo, gotas quentes de sopa se formaram na colher e caíram na minha mão. Senti uma pontada de dor, mas ignorei. Levei minha mão com gostas de sopa à minha boca e passo a língua no lugar onde está o caldo. Estava excelente, mas parecia que faltava algo para ficar perfeito. Ergo uma das sobrancelhas e digo:
— Está maravilhoso, mas não acha que falta algo?
Ela prova de sua sopa, da mesma forma que provei. Depois de uns instantes, ela sorri.
— Claro que falta! — afirmou. — Os tomates.
Rolo meus olhos e depois dou uma pequena gargalhada, que foi acompanhada com a dela. Amava a companhia de minha mãe, exceto quando ela começava o assunto sobre os guardas, já que ela os acha idiotas por escolher "morrer cedo".
— Você poderia ir à horta pegar alguns tomates para mim? — perguntou e eu assinto. — Tente ser mais rápida possível, caso não queira comer sopa queimada.
Dou um último sorriso e passo por ela, indo em direção à porta dos fundos. O som que a sola de minhas bostas provoca ao se chocarem ao chão é irritante, mas tento me acostumar. Depois de alguns passos, chego à porta. Quando ponho a mão sobre a maçaneta, uma voz conhecida me interrompe. Melissa.
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Quebrando as Regras [RASCUNHO]
Action« Este livro é um rascunho a ser "betado". Caso deseje ler, encontre o livro na minha conta original, no link: https://www.wattpad.com/user/crybaby-girl . » Morando na segunda parte do mundo, Meghan James é filha de uma das famílias fazendeiras que...