Prólogo

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Não sei onde estou, sequer quem sou. Sinto frio, muito frio.

A cama na qual estou não é confortável, escuto outras respirações perto de mim. Devo estar em algum tipo de quarto.

Tento me levantar mas meus braços não aguentam meu peso.
Apenas com este simples movimento já me sinto drasticamente cansado, meu corpo está totalmente sem forças.
Escuto uma porta ser aberta, passos pesados são ouvidos, pessoas sussurrando. Um instante depois a porta do possível quarto que estou é aberta, a luz que vem do lado de fora ilumina uma figura, segundo depois ás luzes do dormitório são ligadas, fecho os olhos com força, já que a claridade faz com que meus olhos ardam.

- Bom dia senhores. - Uma voz grossa fala, imagino ser um homem.

- Porfavor, não tentem se levantar, ainda estão muito fracos. - Uma mulher, suponho eu, fala.

Abro os olhos devagar e fico um tempo piscando, tentando me acostumar com a claridade. Algum tempo depois as pequenas luzes brancas que brilhavam nos meus olhos somem. Viro a cabeça para a direita e vejo uma mulher com um jaleco branco e um bloquinho nas mãos ir passeando entre algumas camas que haviam por ali.
Ela vem em minha direção e para ao meu lado. Pega minha mão e dobra meus dedos de uma maneira que me faz soltar um gemido de dor.

- Você está bem então, nada que um pouco de comida não faça. - Ela balança a cabeça e anota algo no bloquinho. - Muito bem 379.

Tento falar, perguntar quem ela é, mas minha voz não sai. Respiro fundo e a ação faz com que meus pulmões doam. Abro a boca e sinto como se estivesse no meio do deserto. Minha boca está seca, e minha voz não sai.

- Um pouco de água vai ajudar. - A mulher pega um copo descartável e o enche de água. Leva até minha boca e coloca uma mão debaixo da minha cabeça.
Bebo devagar, já que a posição é desconfortável e minha garganta parece doer a cada movimento que faço.
Dois copos de água depois a mulher vai em direção a outra cama para ajudar alguém.

Respiro fundo e fecho os olhos, meu corpo dói, minha garganta já não está tão seca.

Não sei em que momento adormeço e não tenho ideia de quando as luzes foram apagadas.
Não sei quem sou e nem onde estou.
Como isso pôde acontecer? 379, esse sou eu?

Lua de prata: descobertas.Onde histórias criam vida. Descubra agora