Tenho saudades do tempo
Em que corríamos todos juntos,
Na jovem primavera,
Pelos prados floridos
Da velha casa de campo.
De como rebolávamos nas flores,
Amarelas e brancas,
Puras e cheirosas.
De como corríamos livres
Pela erva alta...
De como tomávamos banho no riacho,
Chapinhando na água límpida.
De quando brincávamos no jardim,
Escondidos nos canteiros,
Floridos e vivos.
A casa era pequena, cheia e viva.
Ainda me lembro dos almoços à mesa
No grande salão
Com todos e até o cão.
Mas algo mudou.
O branco tornou-se negro,
O novo velho,
E a festa acabou.
A casa tornou-se grande, grande demais.
Tornou-se vazia, estranha, assustadora.
O jardim secou e as rosas morreram.
Todas as flores murcharam naquele verão.
Dói viver aqui!
Custa andar nesta casa vazia,
O sono não vem, perdido nos longos corredores.
As memórias consumem-me,
Corroem-me,
Matam-me.
Os prados secaram-se e os animais foram-se,
O riacho secou e tudo murchou.
A grande casa não é mais uma por fim,
Tornou-se estranha para mim,
Algo a evitar.
Porque que aquele verão tinha que ser assim?
Porque tinhas de ir?
Partir com ela?
Não podias ter ficado connosco na grande casa?
Não...
Claro que não...
Afinal ela era melhor.
-JM
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Poemas de Uma Alma Perdida
PoetryO que faz um ser poeta? O escrever bem Ou escrever os seus sentimentos? -JM Uma colecção de pequenos poemas e outras histórias minhas, alguns acompanhados de música. Espero que gostem. Plágio é crime, por favor respeite o meu trabalho :) Se souber...