Reviravolta N°I

28 2 0
                                    

Não me lembro de uma ensolarada tarde, tão obscura quanto aquela. Entre caixas e lembranças olhei, as marcas de minha mão suja de tinta na parede (peripécia que me rendeu umas boas palmadas) e vi que por mais incrível que fosse minha nova casa, ela nunca seria um lar pra mim como aquela velha casa. Tamanha era minha aflição por ter que deixar tudo o que conhecia e amava pra trás, que mal me lembrei da garota dona do meus maiores sorrisos.

A noite caiu como uma bomba sobre mim, que agr já conformado, me limitei apenas a ficar na varanda olhando para os campos e me lembrando o quanto fui feliz naquele humilde lugar.
Meu pai chegou preocupado e tenso em casa, por tudo o que se sucedera nos últimos dias. Minha mãe pôs a janta pra ele que apenas revirou a comida no prato levantando-se em seguida, e demonstranão o quanto aquele momento era estressante para todos nós.

Tanto devaneava eu que esqueci até da fome. O tempo parecia tão cruel que parecia brincar com a minha agonia, tal como um gato bagunça um novêlo de lã. Deitei tarde pensando que o sono me faria adormecer, me livrando do que futuro que me atormentava. Mais amanheci como me deitei, só que mais cansado e com uma baita dor de cabeça. Fui pra o colégio pensando como me despediria de meus melhores amigos que me acompanharam desde que era apenas um bebê. Pensei muito no que dizer a eles, mais quando entrei na sala a professora me abraçou, me levou até a frente da sala e avisou que eu estaria indo embora do colégio e da cidade. Meus amigos vieram falar comigo. Todos menos Jaíne. Fui falar com ela que me disse que ia sentir falta de mim e... Dos meus desenhos :) :). Apenas isso. Hoje eu sorrio dessa situação, mais no dia me senti mal por saber que só eu gostava dela. Eu achava que se eu mostrasse pra ela o quanto eu era incrível ela gostaria de mim. No dia me senti um completo idiota, mais tinha tanta outras coisas perturbando a minha mente, que eu simplesmente engoli aqueles sentimentos misturados de amor e perdas. Fui uma última vez na casa de minha avó, na casa de meus tios, abracei os amigos é fiquei aguardando o momento em que tudo o que eu conhecia simplesmente desapareceria deixando a mim e a minha família a própria sorte. O dia anterior à mudança passou rápido pra mim, por que os meus pensamentos me levavam a todos os meus momentos da minha vida até aquele fatídico dia. O pior momento de todos aqueles dias foi o de pôr nossos pertences no caminhão e ver pelo retrovisor tudo o que eu conhecia desaparecer em algumas horas.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 05, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Antes DelaOnde histórias criam vida. Descubra agora