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Passamos a tarde toda respondendo perguntas, conhecendo novas pessoas, ouvindo histórias loucas de Fãs, Jessyca e eu ficamos organizando as entradas a atualizando o pessoal pro horário do show. Laura e Gustavo estavam em algum canto por aí com outros donos de Fan Site.

Cada minuto que passava, mais a minha ansiedade aumentava, não conseguia parar de imaginar os garotos em cima do palco. Costumo dizer que não tenho preferencia por nenhum deles, mas Gerald Culen mexe com minha sanidade toda vez que toca aquela guitarra, sou capaz de afirmar que ninguém toca melhor do que ele no mundo. Ele não é tão alto como os outros membros da banda que é composta por Klinton Ross o vocalista, Maxuel Tomenson bateirista e David Quene contrabaixista. Mas Gerald tem os olhos verdes mais lindos que a minha pessoa já pode presenciar.

O mais famoso e que faz as meninas delirar é o Klinton Ross, também com aquela voz rouca e maravilhosamente linda de se ouvir... As vezes ele se dá ao capricho de pegar o violão e mostrar que sabe fazer bonito em outras áreas.

Eram quatro horas da tarde quando nós decidimos fazer uma parada para um lanchinho, o show estava previsto para começar as oito horas, pelo cronograma os portões abririam as cinco.

- Acho que podemos ir descansar e nos arrumar pra mais tarde, já fizemos o suficiente, e temos histórias maravilhosas pra publicar no site. Disse a Jessyca com uma voz preguiçosa, enquanto limpava a oleosidade do rosto com a camiseta

- Eu também acho, está na hora mesmo, nao quero ficar esbagaçada pra hoje a noite.

- Esbagaçada? ai Tamy você e suas gírias.

- É o mesmo que horrorosa... A você entendeu!

- Sim eu entendi, vamos pra garagem preciso tomar um banho e dormir.

Olhei em volta para ver se encontrava Laura ou Gustavo no meio daquele aglomerado de pessoas, cadeiras e barracas. A tentativa foi frustrante, mas vi que minha mãe tinha estacionado o carro e não acionou o alarme.

- Os vidros estão abertos, Sussurrei assustada, sem nem almenos dar alguma explicação para Jéssyca saí correndo desesperada com a possibilidade de termos sido roubadas.

Olhei para dentro do carro e realmente não tinha nada lá alem das sujeiras que deixamos do nosso almoço. Olhei em volta na esperança dela estar por perto, pra variar nem sinal da dona Solange.

- Não consigo acreditar na irresponsabilidade da minha mãe - gritei dando chutes no pneu - Pelo menos os ingressos estão na bolsa.

encostei a cabeça na porta do carro e fui escorregando para o chão, fechei os olhos e comecei a chorar, senti um vento delicioso refrescando a minha pele, olhei para o lado e tinha uma arvore grande cheia de folhas novas e verdes que me fizeram lembrar de Gerald.

dei um sorriso com o canto da boca e suspirei, levantei do chão enxugando as lágrimas do rosto e sentei embaixo daquela arvore.

Comecei a sonhar de novo com o Show, e a repassar as coisas que eu iria falar pra cada um deles depois do show, as poses que eu queria fazer pras fotos... Estava quase dormindo quando:


                                                       PAAAHHHH


- Que susto, P*** Merda Gustavo você ta louco?

- desculpa, não consigo parar de rir, devia ter visto sua cara.

Gustavo ria sem parar, e eu não conseguia falar mais nada, senti minha cabeça doer com tanta força, que nem conseguia ouvir suas gargalhadas direito.

- Olha você se machucou, deve ter batido seu braço na árvore, quando tentava se levantar de forma estabanada kkkk...

Abaixei a cabeça e coloquei entre os joelhos, ergui a minha mão direita num sinal pra ele parar de falar.

- Ai Tamy, não precisa chorar também, não foi tão ruim assim.

Continuei como estava sem dar uma palavra, de certa forma parecia estar passando, cada som parecia uma explosão na minha cabeça.

Gustavo parou de rir e com uma vós assustada começou a pedir desculpas.

- Gustavo, para de falar só um pouquinho por favor!

Levantei a cabeça bem devagar e pedi pra ele ver se encontrava no porta luvas do carro algum remédio de dor, afinal minha mãe sempre carregava, por conta das minhas enxaquecas.

Abaixei minha cabeça novamente e ouvi ele abrindo a porta do carro, até o barulho das cartelas de comprimidos pareciam estar do meu lado.

- Tem um monte de remédio aqui, qual deles é?

- Qualquer um! falei no tom mais alto que conseguia naquele momento.

- Ta bom, vou levar o laranjado

Ele demorou, então comecei a pensar no que teria acontecido, mas estava com preguiça de levantar a cabeça de novo, então só esperei.

- Pronto voltei, Toma.

levantei a cabeça, olhei pra ele e em uma mão tinha  garrafa de água e o remédio na outra.

- A por isso demorou. Disse com uma vós bem baixinha e cansada.

- Claro, não queria engolir seco, queria?

- Não, claro que não.

Tomei o remédio e fui pra perto da árvore pra me recostar nela novamente, mas Gustavo me pegou no colo e me levou para o carro.

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- Ela iria gostar de estar aqui agora né? Perguntei quebrando o silencio que já estava grande de mais. Olhei para o banco do motorista e Gustavo estava quase dormindo.

- Ela quem? Já melhorou?

- Sim, obrigado. Letícia!

- A sim, era tudo o que ela mais sonhava.

Notei, uma certa emoção no olhar dele quando falei o nome dela.

- É eu sei... Deve sentir muita falta dela, vocês eram tão amigos.

(não acredito, que falei isso, claro que ele sente) ele demorou pra responder, cheguei a pensar tanta besteira pra desviar o assunto, mas travei que não saía nada da minha boca.

- Não só amigos, Nós namoramos por algum tempo, terminamos alguns meses antes dela morrer.

( Tá legal agora é que eu não sei o que falar mesmo)

- Nossa, eu não sabia disso. Ela nunca falou nada sobre essa área da vida dela comigo. - (Já eu não sabia falar de outra coisa com ela) - Ham. tem uma coisa que eu sempre quis perguntar pra você.

- Tenho até medo Tamy, mas, pode falar, qual é sua dúvida?

- Ficou muito chateado por ela ter passado o Fan site pra mim? quero dizer ela deixou tudo na minha mão, mandou todas as coisas pro meu nome e disse que seria minha herança - eu dei uma risada nessa hora.

Ele também Sorriu olhou pra mim e disse:

- Não fiquei bravo, afinal a ideia foi minha.

olhei totalmente confusa para ele, não conseguia acreditar que a ideia tinha sido dele, sempre achei que ele não gostasse de mim.

- Como assim sua? Então por que saiu depois que eu assumi?

Ele olhou pra frente, cheguei a pensar que não responderia.

- Eu viajei, tive que me ocupar com outras coisas por um tempo, me distrair... Acho que você me entende não é.

- Sim claro, não estou cobrando nada de você, só queria saber, achava que tivesse alguma coisa contra mim.

- Contra você? Claro que não! -disse rindo, mas muito franco.

- Que bom, mas o importante é que você está aqui de novo, e está vivendo esse sonho por você e por ela.

- Mais por ela do que por mim Tamy. Mais por ela!

ATÉ QUE ELE ME ENCONTROU!Onde histórias criam vida. Descubra agora