Não sei ao certo dizer, se eu acredito em Deus. Quero dizer, eu sei que Ele existe sim, na verdade todos la em casa acreditamos em Deus, minha mãe sempre foi a mais fervorosa nessa questão de fé, coisa e tal. Eu, apesar de não ter nada definido ainda, nunca me preocupei em ficar fazendo perguntas que considero desnecessárias como:
Onde Deus está? Por que não posso ver Ele? Cadê Deus nas horas que a gente precisa?
Essas coisas nunca me preocuparam; primeiro que se eu fosse Ele, E tivesse os poderes que Ele tem, também viveria em um lugar bem escondido dos seres humanos. Nossa, sem aparecer as pessoas já Não o deixam em paz, imagina se o vissem... Seria pior que fã perseguindo os New Boys!
O pior de tudo é que a gente faz um monte de cagada na vida, e quando a cituação fica feia, aí como bons hipócritas vamos pedir a ajuda de Deus, e nos achamos no direito de brigar com Ele simplesmente porque estamos com problemas... Já disse o quanto isso é ridículo? Bando de hipócritas nós somos, Mas bons hipócritas. Não maus. Somos bons.Só que... E quando o problema não foi criado por nós? O fato é que eu estou diante de um problema, que não fui eu que criei. Daí fico me perguntando, de quem seria a culpa?
Quando eu cheguei na sala, a minha mãe já estava lá, como o médico havia falado, ela tentou se controlar, mas quando me viu não se aguentou e chorava como uma criança e dizia entre soluços, que sentia muito por tudo aquilo estar acontecendo comigo, me abraçava forte colocando minha cabeça sobre seus ombros. Eu sem entender nada ainda, chorei de alegria em poder ve-la e com certo medo, pois já tinha entendido que não teria notícias boas.
O Dr. Davi entrou no quarto, fechou a porta, deu água para minha mãe e sorriu para mim enquanto se sentava do meu lado novamente.
- Olá. Que emoção, parece até que não se vêem por dias, - ele puxou pela mão da minha mãe e a afastou para me examinar, acho que é tão natural para os médicos esse procedimento, que fazem isso umas três vezes com mesmo paciente, no mesmo dia, só pra não perder o hábito - você é uma mocinha muito forte dona Tami. Quero que continue assim durante o tratamento.
- Tratamento do que mãe? Disse olhando para ela, que parecia estar mais assustada do que eu, o médico também olhou para ela esperando que ela conseguisse falar alguma coisa pra mim.
- você tem câncer Tami. Seus olhos pareciam que iam saltar para fora, de tanto que ela os abriu para me olhar fixamente nos meus. Suas mãos tremiam de nervoso. Estava inquieta e isso com toda certeza me deixou aterrorizada de forma que travei sem poder responder alguma coisa.
- Bem eu já vi muitas mães criarem varias formas para falar, Mas nunca vi alguém ser tão direta assim! Estou impressionado. Tami sua mãe disse que seria melhor deixar ela falar, mas você não se incomodaria se continuássemos essa conversa mais tarde?
- Eu, acho que prefiro terminar já que comessamos, e eu gostaria de pedir que minha mãe saísse do quarto. - olhei pra ela e
parecia que tinha se ofendido com o meu pedido, já que ficou séria enquanto limpava o rosto com as mãos. - Não é que eu não quero a senhora mãe, Mas gostaria muito que me entendesse e me deixasse a sós com o Dr. Davi. - tentei explicar.Ela estava abrindo a boca para falar algo quando o Doutor levantou e disse que não precisava se preocupar, seria melhor assim, alguém precisava acalmar meu pai e meu irmão que estavam lá fora. Abriu a porta para minha mãe, e enquanto ela saía cochichou algo no ouvido dela. Não consegui ouvir, Mas vi ela concordando com ele.
- Bom senhorita, Somos só nós dois aqui. Quer perguntar? Ou quer que eu explique de uma forma que não seja ruim quanto parece ser?
- Quanto tempo tenho de vida? Disse procurando uma maneira confortável de me sentar.
- Por que todo mundo acha que já está praticamente morto? - Disse ele olhando para mim, com um sorriso de descontração. - você tem muito tempo ainda garota, tem só quinze anos, existe uma vida inteira pela frente ainda. Quero dizer, se o "Todo Poderoso" assim quiser!
- É que pela forma que minha mãe estava... Eu confesso que tô um pouco assustada.
- Sim, Eu também ficaria, acho que foi um erro deixar ela falar, imaginei que ela não estaria bem o suficiente para conversar ainda. Apesar dela já saber desde a primeira semana que você entrou.
- Bom, então me explica, por que fiquei apagada por tantos dias? Por que tenho câncer? Como peguei isso? Aff, Não sei mais nem o que eu realmente quero saber; falei com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, abracei meus joelhos, deitei minha cabeça neles e esperei que o Dr. Davi me dissesse tudo.
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ATÉ QUE ELE ME ENCONTROU!
RomanceTamyná é uma garota de classe média cheia de planos, que aos 15 anos de idade realiza seu maior sonho, ir ao show de sua banda pop preferida "New Boys", o que ela não sabia é que nesse mesmo dia sua vida mudaria totalmente ao descobrir que tinha câ...