Há dias que não se esquecem. Há momentos que, por mais que queiramos, não os conseguimos apagar porque a dor atormenta-nos a mente e o coração.
E, mais uma vez, voltei a dar-me de caras com uma morte próxima. Desta vez, um suicídio. Para algumas pessoas, em determinados momentos da vida, pensar na morte como a única saída para uma situação de sofrimento intolerável, talvez pareça a única solução possível. Quando uma pessoa se sente no limite, de tal forma angustiada, desesperada e sem esperança, é compreensível que considere que prescindir do direito de viver, apesar de constituir uma solução permanente, pareça ser a melhor forma de lidar com uma situação que, naquele momento, é tão avassaladora e dolorosa. É como se sentisse que está perdida num labirinto completamente escuro, como se todos os caminhos que permitem o acesso às portas de saída deixassem de existir, e quem mesmo que tentasse percorrer um desses caminhos, isso apenas resultaria em mais um esforço inútil, pois não só encontraria as portas completamente trancadas, como não teria disponíveis as chaves adequadas para as abrir. Quem já não pensou em desaparecer? Honestamente, todos já pensámos nisto.
Porque é que é tão difícil aceitar a partida de uma pessoa? Porque é que é tão horrível sabermos que nunca mais vamos ver, falar, beijar, abraçar essa pessoa?