Cap 2 - País Do Futebol

27 4 0
                                    

Minha bunda já está doendo de tanto ficar sentada nesse acento do avião, eu pesquisei e o clima do Rio é bem quente vou fritar, ótimo.

O fone toca no máximo a música Lean on uma das minhas músicas preferidas aliás, mas ainda ouço a voz rouca da aeromoça e retiro um lado curiosa.

" Em 10 minutos estaremos pousando no Aeroporto internacional Tom Jobim, mantenha-se sentado, obrigada "

Coloco o fone novamente e continuo ouvindo minha música, o ar condicionado aqui é incrível eu moraria nesse avião.

*********

- Coral..... Coral... CORAL - Abro os olhos devagar e vejo minha mãe com uma cara fechada - Você não dormiu a viajem inteira, mas nos últimos 10 minutos de vôo você morreu do meu lado - ela esbraveja.

Lavanto devagar ainda meio mole, eu não dormi muito bem na noite passada.

Minha mãe corre na frente para retirar as malas e eu sigo devagar atrás dela, vejo alguns folhetos da companhia aérea e pego alguns para ficar de lembrança, da destruição da minha vida.

Assim que dou um passo para fora do avião, um bafo quente ferve minhas bochechas, ótimo mesmo, moramos no inferno.

- Que calor é esse mãe? É normal assim mesmo? - me aproximo com as mãos sobre os olhos, medo de ficar cega sem nem mesmo olhar pro sol.

- É o dia mais quente do ano - ela sorri e entrega uma mala de rodinha para mim - Somos sortudas, estou tão empolgada! Que saudade dessa cidade! - Ela anda para dentro do aeroporto, só faltou dar pulinhos de felicidade e tatuar " Otaria" na minha testa.

Eu ando mais rápido para conseguir alcançar a felicidade na forma humana.

Alguns passos mal sucedidos no meio da multidão encontro minha mãe já fora do aeroporto conversando com o motorista de um táxi, ela ia me deixar aqui.

- Obrigada por esperar mãe, também te amo - jogo a mala que eu estava carregando dentro do bagageiro do carro e sento no banco de trás.

O que falar da viajem até o apartamento da minha avó : meu Deus. É tudo o que eu tenho a dizer, tudo aqui é muito diferente da Alemanha, as pessoas usam tão pouca roupa.

Mas divertido mesmo além de ver os vários estilos das pessoas foi que a janela do táxi NÃO ABRIA, o suor escorria da minha testa e de baixo dos meus cabelos mesmo eles estando presos em um rabo de cavalo, bem-vinda a sauna natural mais famosa do Brasil, Rio de Janeiro!

- Mãe a janela não quer abrir, eu vou morrer aqui dentro! - eu grito batendo com força no pequeno botão ao meu lado que provavelmente está quebrado.

Ela bufa alto no banco a frente.

- Você só reclama Coral, só sabe reclamar, se você ficasse quieta um pouco o calor passava, isso é tudo fogo no c....

- Mãe! - exclamo interrompendo a frase banal na frente do pobre motorista que também pinga de suor.
- Ah pode ir parando Coralina, já estamos chegando - ela procura o dinheiro dentro de sua bolsa, caberia eu inteira ali.

Depois de 5 minutos lá estavamos nós, em frente um prédio enorme e luxuoso de frente pra praia, coisa de gente rica, estamos no lugar errado.

- Você trouxe a gente para o lugar errado mãe - falo.

- É aqui mesmo filha - ela ainda revira a bolsa a procura do dinheiro.

Eu entro no prédio e ando até a recepção, sim eu deixei ela lá sozinha.

- Posso ajudar senhorita - uma voz masculina diz atrás de mim.

Me viro e vejo um menino um pouco mais alto que eu, o que não é muito difícil, seus olhos são castanhos acompanhado do cabelo da mesma cor, ele sorri e percebo que o encarei tempo de mais, droga.

- Você precisa de ajuda? Eu sou o Lucas, eu fico ali na recepção e percebi que está meio perdida.

Perdida nessa sua boca né moço.

- Coral - aperto sua mão e reparo que está fria mesmo diante a este calor infernal - Eu vim morar com meus avós, Mônica e Paulo.

Ele se espanta, sorri e se retira.

Acha que eu tô mentindo, aposto que foi ligar para a polícia.

Minha mãe entra arrastando duas malas de rodas.

- Obrigada pela ajuda, Coral - ela sorri irônica - Nem precisava.

- Ah não é nada - devolvo o sorriso.

- Senhora Melissa certo? - Lucas está de volta desta vez com um papéis na mão - Vigésimo andar, apartamento 870.

- Obrigada - " Senhora Melissa " fala andando até o elevador.

- Obrigada Lucas - indago e aceno já entrando no mesmo.

- É um prazer Coral - ele acena sorrindo e as portas se fecham.

 Coralina Onde histórias criam vida. Descubra agora